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Economia

Guedes: aprovação comprova que maioria no Congresso ‘quer botar para funcionar’

Guedes disse que não só reafirma sua confiança no Congresso, mas também no presidente Jair Bolsonaro

Aline Rocha

04/07/2019 16h53

Adriano Machado: Reuters

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira, 4, que a aprovação da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara é a “comprovação da tese de que a maioria (dos parlamentares) quer botar (o País) para funcionar”. “Tem uma ou outra criatura do pântano, que vive no paleolítico, mas muita gente quer acertar”, afirmou.

Guedes disse que não só reafirma sua confiança no Congresso, mas também no presidente Jair Bolsonaro. “É um homem firme, determinado, tem propósitos muito bem definidos”, disse. “O que há é um problema de comunicação. A maioria do Congresso quer o bem do País, o presidente também”, disse.

O ministro acredita que há uma mudança em curso na forma como se faz política. Para ele, a velha política se exauriu, abrindo espaço para a nova política. O que favorece esse cenário, ele disse, é que a própria classe política está preocupada, pois os políticos, ele acredita, não querem mais ficar fugindo da “rádio patrulha”.

“Esperamos aprovar Previdência em dois turnos no plenário antes do recesso”

Guedes espera aprovação da reforma da Previdência nos dois turnos no plenário da Câmara dos Deputados ainda antes do recesso parlamentar, marcado para 17 de julho. Ele disse ainda estar confiante no trabalho do Congresso, não só para a reforma da Previdência, mas para todas as reformas.

Questionado, ele minimizou novamente o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro, que tentou emplacar regras mais suaves, dentro da reforma da Previdência, para policiais federais. “São as pessoas que ele justamente protegeu ao longo de décadas. Ele é um homem transparente, é duro para ele ter que fazer ajustes para a classe, principalmente com gente que é fiel, leal a ele há muitos anos”, disse.

Guedes voltou a dizer que agora a reforma está com o Congresso e que vai respeitar isso. “Se o presidente acha uma coisa, o relator acha outra, se eles querem se resolver, é legítimo, é um problema deles. Eu não negociei, eu formulei um programa, meu negociador foi o (Rogério) Marinho (secretário especial de Previdência)”, apontou.

Bolsonaro

Guedes minimizou o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro, que tentou emplacar regras mais suaves, dentro da reforma da Previdência, para policiais que servem à União. Segundo ele, o presidente tem bons princípios, mas tem “uma ingenuidade ou outra”, como nesse caso.

“Eu tenho convivido com o presidente e não vejo um milímetro de comportamento dele que fosse (…), a não ser uma ingenuidade ou outra, uma coisa ou outra tipo: não dá para ajudar aquele ali não? Como ocorreu agora com a Previdência. E eu disse ‘presidente, é o Congresso que está com a reforma, jogo que segue, a bola está com eles'”, disse em evento promovido pela XP Investimentos em São Paulo.

Policiais

A Comissão Especial da Reforma da Previdência debate no momento o destaque nº 47, apresentado pela bancada do Podemos, que busca garantir integralidade e paridade para os profissionais de segurança pública, com idade mínima de aposentadoria ao 53 anos para homens e 52 anos para as mulheres. O destaque ainda prevê um pedágio de 17% no tempo de serviço para os profissionais que já estão na ativa.

O destaque, que tem como base uma emenda apresentada pelo deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), estende as regras previstas para as Forças Armadas a policiais federais, policiais rodoviários federais, policiais civis, policiais militares, bombeiros, guardas municipais, agentes penitenciários, agentes de trânsito, agentes da Abin e oficiais de justiça.

Na sequência, o colegiado analisará outros 16 destaques de bancada que ainda restam, um de cada vez. O relatório da reforma da Previdência foi aprovado no começo da tarde por 36 votos a 13 na Comissão Especial.

 

Estadão Conteúdo

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