O aplicativo Caixa Tem é a plataforma utilizada pela Caixa Econômica Federal para gerenciar benefícios, como o Auxílio Emergencial, durante a pandemia. Com o atendimento remoto, muitos usuários se queixam das filas virtuais. O incômodo é visto com certa surpresa, pois era esperado que a digitalização acelerasse o atendimento.
Muitos beneficiários relatam que ficaram horas nas chamadas filas virtuais. Além do aplicativo Caixa Tem, o aplicativo do FGTS também tem feito os usuários esperarem. As filas virtuais são comuns em diversos sites, principalmente nos de compra de ingressos.
O especialista em tecnologia e inovação, Arthur Igreja, em entrevista ao Portal UOL, disse que o mecanismo é utilizado para que o site não caia, devido ao excesso de fluxo de entrada. Dessa forma, o usuário fica informado do seu lugar na fila e o site segue em funcionamento.
Como resolver
“A maneira de organizar isso seria investir em recursos físicos, aumentar a capacidade do data center. Mas isso exige recursos, exige tempo, ainda mais adquirir um parque tecnológico novo em meio a uma pandemia. Outra maneira de resolver seria contratar serviço em nuvem”, afirmou o professor do Departamento de Computação do Campus Sorocaba da UFSCar, Fábio Luciano Verdi, em entrevista ao Portal UOL.
“Talvez o parque tecnológico esteja certo. Talvez seja uma questão de ajuste interno, de balanceamento de carga. Comprar um monte de servidor, às vezes não é o que faria a diferença. Não há como saber ao certo”, complementa.
No entanto, investir na solução de um problema que tem data para terminar pode não parecer vantajoso para a empresa. Além disso, por se tratar de um banco público, as contratações de serviços demoram mais que o normal, o que dificulta uma solução.
Em nota, A Caixa Econômica Federal anunciou que realizou diversas medidas para o aprimoramento do seu sistema, desde o lançamento do aplicativo. Entre elas:
Ampliação da infraestrutura interna dedicada para os sistemas envolvidos na solução;
Estruturação da monitoração contínua dos serviços;
Duplicação da capacidade de atendimento (acessos simultâneos) com o aporte de infraestrutura em nuvem;
Segregação dos serviços de autenticação do aplicativo da de outros sistemas legados;
Implantação do gerenciador de acessos (espera virtual), por meio de parceria internacional, para priorizar e melhorar o atendimento aos beneficiários do Programa;
Otimização do processo de geração do código de autorização (token);
Melhoria contínua das funcionalidades com o objetivo de facilitar o entendimento e a experiência dos usuários;
Segregação das funcionalidades internas de cadastro, saque e transações online para aumentar a eficiência individual;
Inibição de funcionalidades não requeridas para o Auxílio Emergencial (serão reativadas posteriormente);
Pagamentos via QR Code;
Saque sem cartão nos canais de atendimento;
Emissão de cartão virtual de débito;
Parceria com as redes de adquirência para pagamentos nas maquininhas;
Ampliação da validade da sessão de cada usuário durante 72 horas, o que evita a necessidade de nova fila virtual para acessar o Caixa Tem.
Além de todas as implementações já realizadas, o monitoramento e melhoria contínua da solução permanece com dedicação exclusiva de várias equipes e provedores que estão trabalhando em turno integral, inclusive nos finais de semana, para garantir o bom atendimento aos brasileiros.