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Economia

Empreendedores que sabem inovar diante da crise

No universo de startups, o momento é de inovação e, claro, se sobressai quem consegue se adequar à crise e inovar diante dela

Redação Jornal de Brasília

17/08/2020 12h16

Que a pandemia causou estragos na economia, isso já é mais do que conhecido. O mundo dos empreendedores está passando por um clima um pouco mais pessimista que o normal, dada a gravidade da situação atual no Brasil e no mundo. Mas para o universo de startups, o momento é de inovação e, claro, se sobressai quem consegue se adequar à crise e inovar diante dela.  

André Froés, CEO da Cotidiano Aceleradora, afirma que por mais que as dificuldades estivessem grandes, muitos conseguiram se adaptar. Semestralmente, a Aceleradora lança um programa chamado CAMP, no qual as pessoas podem inscrever seus projetos para que, se as ideias forem boas, poderem virar startups. E no último programa (CAMP 8), realizado durante a pandemia, foi notório o número de inscrições em função das novas oportunidades decorrentes da mudança de comportamento por conta da crise. “Em uma ponta Home Office, Telemedicina, Videoconferências, Plataformas de Colaboração da outra pontas Soluções voltadas ao Bem-Estar, Conexão com propósito, e hobbies apareceram nas aplicações”, conta ele.  

E foi com esse pensamento que muitas startups conseguiram crescer mesmo com a pandemia. Fróes comenta que 80% do portfólio administrado pela Cotidiano no período conseguiu estar acima da média: “A crise acelerou a transformação digital das organizações, sejam elas pequenas empresas até as grandes empresas. Houve avanços na agenda de presença das marcas nos meios digitais, experiência do cliente, maior colaboração entre as equipes, mais parcerias ganha-ganha e aumento da consciência do que é valor para a sociedade. E a crise também acelerou uma agenda de investimentos voltada para empresas mais conscientes da geração de valor para a sociedade como um todo”, explica. 

Um desses exemplos de crescimento é a HobzNa busca por comer pão fresco no café da manhã, o fundador da startup, Bruno Torquato, que morava a 15 minutos da padaria mais próxima, resolveu criar um sistema que funcionasse com delivery de pães por assinatura, onde o cliente escolhe quais pães quer receber, a quantidade e os dias da semana. “Fazemos parcerias com as melhores padarias do bairro, que fornecem os pães, e cuidamos da logística através de nossos entregadores parceiros. Fomos surpreendidos com uma tração incrível, já nas primeiras semanas do projeto, antes mesmo da Pandemia e da chegada do COVID-19 ao Brasil. Com a pandemia, a demanda aumentou ainda mais”, relata. 

Mesmo assim, Torquato conta que não foi fácil crescer durante a quarentena. Foram inúmeros desafios, como conquistar a confiança de novos clientes, manter a higienização segura e o cancelamento dos pagamentos com dinheiro e maquininha de cartão – para manter tudo 100% online, foram os grandes entraves sofridos por ele. Mesmo assim, o empreendedor destaca que a plataforma tem crescido 30% mês a mês e receberam um investimento que está possibilitando melhorar a tecnologia e aumentar a equipe, o que os torna otimistas com o futuro: “temos um sonho grande de ser a principal plataforma para quem quiser receber pães no mundo todo, e estamos trabalhando incansavelmente para isso. A ambição é grande, mas agimos localmente, com muito pé no chão, carinho e atenção às pessoas com as quais nos relacionamos”. 

Mesmo animador, é necessário ter cautela para se adaptar ao novo cenário mundial. O comportamento das pessoas mudou e para isso é preciso entender as novas circunstâncias “Todas as startups vão precisar rodar novos experimentos para atestar a satisfação com a entrega de produtos/serviços neste novo cenário. Novas validações serão necessárias. E isso é fantástico para esse tipo de empresa, projetado para aprender e se adaptar rápido”, conclui Fróes. 

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