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Economia

Economia é 99,9% com Guedes; tenho que ter 0,1% de poder de veto

Guedes anuncia Diogo Mac Cord e Caio Andrade no lugar de Mattar e Uebel

Marcus Eduardo Pereira

13/08/2020 22h42

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, durante transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira, 13, que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem 99,9% de poder sobre os temas da sua pasta. “Tenho que ter 0,1% de poder de veto”, completou o mandatário.

No momento em que disse isso, o presidente falava da reunião que teve na véspera com Guedes, os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), e outros ministros, incluindo o do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Após o encontro, Bolsonaro, Maia e Alcolumbre se pronunciaram em defesa do teto de gastos.

“O teto é o teto. O piso sobe anualmente. Cada vez mais tem menos recurso para fazer alguma coisa”, disse Bolsonaro após reivindicar 0,1% de poder de veto sobre decisões na economia.

Guedes anuncia Diogo Mac Cord e Caio Andrade no lugar de Mattar e Uebel

O ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou o secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura da sua pasta, Diogo Mac Cord, para assumir a Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, deixada na última terça-feira, 11, pelo empresário Salim Mattar. A informação é do próprio Ministério, em nota à imprensa.

Já o indicado para substituir Paulo Uebel na Secretaria Especial de Desburocratização Gestão e Governo Digital é Caio Andrade, atual presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

Os pedidos de demissão de Salim e Uebel levaram o próprio ministro da Economia a reconhecer uma “debandada” da sua pasta. Segundo declarou Guedes, eles estavam insatisfeitos, respectivamente, com a dificuldade para avançar com privatizações de estatais e a reforma administrativa, cuja proposta nem sequer foi enviada pelo governo ao Congresso.

Desde o início do governo Bolsonaro, já haviam deixado a pasta nomes como Mansueto Almeida, Marcos Cintra, Caio Megale e Joaquim Levy. O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, já anunciou a própria demissão.

As saídas de Salim e Uebel ocorrem, ainda, em meio ao momento de maior visibilidade de um embate dentro do governo federal entre o mantra pregado por Guedes em defesa da preservação do teto de gastos e a chamada ala desenvolvimentista, favorável à adoção de despesas extraordinárias, principalmente em obras de infraestrutura, para reaquecer a economia em meio à pandemia do novo coronavírus. Um de seus principais expoentes é o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, como reconheceu hoje o próprio presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o Ministério da Economia, Mac Cord, indicado à Secretaria de Desestatização, é engenheiro mecânico e mestre em Administração Pública pela Universidade de Harvard. Na instituição americana, se especializou em investimentos de infraestrutura. Ele é também doutor em Engenharia pela Universidade de São Paulo (USP), onde se especializou em regulação do setor elétrico.

Já Caio Andrade é, segundo a pasta, empreendedor em tecnologia de informação, mercado imobiliário e agronegócio. Tem formação em Comunicação Social pela Universidade Paulista, pós-graduação em Administração e Gestão pela Harvard University e mestrado em Administração de Empresas pela Duke University.

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