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Economia

Dólar fecha cotado a R$ 4,03, maior valor desde as eleições

Aline Rocha

16/05/2019 17h58

Foto: Agência Brasil

Diante do cenário de incerteza política, o dólar fechou em alta de 0,98% nesta quinta-feira (16/05/2019) sendo cotado a R$ 4,0357. Na B3, a Bolsa de São Paulo, o dia foi de perdas e o Ibovespa teve queda de 1,75%, chegando aos 90.024,47 pontos.

Na B3, o maior recuo foi registrado nas ações ON da Vale, que tiveram queda de 3,42%, depois da notícia de que a companhia informou ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) sobre o risco de rompimento na Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais.

Depois dos protestos contra cortes no orçamento da educação, na quarta-feira (15/05/2019) e várias derrotas do governo no Congresso, que exacerbam a perda de capital político do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o mercado local manteve a cautela desde o início do dia.

Comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na Comissão Mista de Orçamento do Congresso e o fortalecimento da moeda americana ante divisas de países emergentes contribuíram para a alta do dólar no Brasil.

Campos Neto repetiu a mensagem da instituição na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de que o arrefecimento da atividade observado no final de 2018 teve continuidade no início de 2019, com probabilidade relevante de que o PIB tenha recuado ligeiramente no primeiro trimestre do ano. Além disso, afirmou que frustração de expectativa sobre reformas pode afetar prêmio de risco.

Outras notícias desta quinta também pressionam a cotação do dólar. Nos Estados Unidos, indicadores da economia vieram melhores que o esperado, como pedidos de auxílio-desemprego e o total de construções de moradias iniciadas. No Brasil, pesou a divulgação pelo IBGE de dados do mercado de trabalho nos estados: 14 unidades da federação tiveram aumento na taxa de desemprego no primeiro trimestre.

Flávio Bolsonaro

Os investidores acompanham as declarações de parlamentares para medir o grau de desgaste do governo no Congresso e como isso pode afetar a aprovação da reforma da Previdência, além de seguir o desenrolar de denúncias contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

Nessa quarta-feira, foi revelado que o Ministério Público do Rio de Janeiro identificou indícios de lavagem de dinheiro nas transações imobiliárias feitas por Flávio Bolsonaro durante seu mandato como deputado na Assembleia Legislativa fluminense (Alerj).

Segundo a promotoria, o parlamentar lucrou R$ 3,08 milhões com compra e venda de imóveis entre 2010 e 2017, quando adquiriu 19 apartamentos e salas comerciais pelo valor de R$ 9,4 milhões. Para investigadores, os valores podem ter sido “fraudados” pelo senador.

Estadão Conteúdo

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