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Economia

Desemprego volta a subir, com 43 mil vagas a menos

Willian Matos

25/04/2019 7h00

desemprego

Foto: Raianne Cordeiro/Jornal de Brasilia

O Brasil fechou 43.196 vagas formais de emprego em março, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pelo Ministério da Economia. O dado veio abaixo da expectativa do mercado, que estimava a criação de 80 mil vagas, de acordo com centro de estimativas da agência Bloomberg. Foi também o pior mês de março desde 2017, quando o resultado foi negativo em 63.624 posições com carteira assinada.

Como comparação, em março do ano passado o saldo foi positivo em 56.151 postos com carteira assinada. No mês passado, foram abertas 1,26 milhão de vagas e fechados 1,3 milhão de postos. No trimestre, o saldo ajustado é positivo em 164,2 mil, queda de 15,9% em relação aos 195,2 mil do mesmo período de 2018. Em 12 meses, o acumulado é positivo em 472.117 vagas.

O ministério atribuiu o resultado ruim à forte criação de postos com carteira assinada em fevereiro -foram 173.139, o melhor para o mês desde 2014.

Segundo o secretário do Trabalho, Bruno Dalcolmo, setores que normalmente contratavam em março anteciparam as contratações, enquanto os que demitiam concentraram as dispensas de funcionários no mês passado. Para ele, o resultado negativo de março não significa um pessimismo com a retomada econômica.

“Eu imagino que tenha a ver com a confiança dos empresários. Parece que estão mais confiantes”, afirmou. “Provavelmente, a demanda foi aquecida o suficiente para que os empresários mantivessem os trabalhadores contratados e atrasassem as demissões de fevereiro para março.”

O secretário diz que ainda é cedo para dizer se a economia neste ano está pior que no ano passado. “Esses resultados só serão concretizados em abril e maio, quando se terá clareza da confiança do empresário na atividade.”

Dos oito setores analisados, cinco tiveram saldo negativo. O comércio registrou o pior resultado, com 330.121 vagas fechadas, ante 301.318 abertas (-28.803). Já serviços teve maior saldo positivo, 4.572 postos. Todas as regiões tiveram desempenho ruim. O Nordeste teve mais vagas fechadas (-23.728), e o Centro-Oeste, o menor (-1.706).

Os dados apontam um saldo de 6.041 postos de trabalho na modalidade intermitente, ante 4.665 no mês anterior, e 2.129 na parcial -foram 3.515 em fevereiro. Sobre esse aumento dos intermitentes, o secretário nega estar havendo uma migração de contratos. “A gente não identifica isso no mercado, isso foi muito discutido no momento da concepção do mercado intermitente. É a forma de trazer para o mercado formal quem estava na informalidade.”

Segundo o secretário Dalcolmo, a aprovação da reforma da Previdência, que passou na noite de terça-feira (23) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, pode melhorar a expectativa dos empresários e favorecer a retomada de investimentos e contratações.

“A retomada é consistente, porém não é uma retomada acentuada, é tímida, o que está em passo com o que está acontecendo com a economia de maneira geral. O País está aguardando as decisões sobre a nova Previdência. Enquanto isso, os investimentos estão sendo represados.”


Não houve, porém, migração para contratos de trabalho intermitente. migração de contratos. “A gente não identifica isso no mercado, a questão foi muito discutida no momento da concepção do mercado intermitente. É a forma de trazer para o mercado formal quem estava na informalidade.”

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