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Economia

Com recorde na cotação, até onde o Bitcoin pode ir?

O Bitcoin está chegando a valores históricos, impensáveis poucos anos atrás. Até onde chegaremos?

Jornal de Brasília

30/12/2020 11h17

Fonte: Pixabay

Após alcançar uma máxima histórica em 2017, batendo na porta dos 20 mil dólares, a queda exponencial no valor do Bitcoin foi um balde de água gelada nos defensores da criptomoeda. Neste fim de 2020, três anos depois daquele bom momento, 20 mil parece até pouco: a unidade da moeda passou dos 26 mil dólares.

A pergunta que todos fazem agora é: onde vai parar a cotação do Bitcoin

É tarde demais para entrar na festa?

As criptomoedas já têm mais de uma década de existência e passaram por todos os estágios comuns a uma novidade. A fase da curiosidade durou bastante, afinal estamos falando de uma moeda que não tem lastro físico e não é regulamentada por um banco central. Até a identidade do criador gera mistério: Satoshi Nakamoto é um nome usado por alguém (ou um coletivo) que até hoje não foi revelado.

Depois da curiosidade e uma empolgação inicial, há a reação adversa. Notícias sobre golpes e roubo de moedas, volatilidade no valor e personagens graúdos do mercado financeiro e até da tecnologia em geral – Bill Gates, por exemplo, não teve uma opinião muito favorável à criptomoeda – fizeram a conversa sobre o Bitcoin em específico, mas também criptomoedas em geral, adotar um tom mais negativo.

Mas é difícil discutir com o aumento no valor. E com uma comunidade cada vez mais ativa e apostando na valorização, os 120 dólares de outubro de 2014 logo se tornaram 500, 1000, 2000, 10000…

O Bitcoin não tem como utilidade ser usado apenas para investimento e sim substituir (ou coexistir) com moedas, pagando por produtos com esse ativo. O número de comércios que usam a criptomoeda, claro, não chega nem perto de ser uma porcentagem grande, mas cresce a cada ano. E em um cenário de juros baixos no mundo inteiro – chegam a ser negativos em alguns lugares – a busca de investidores é pelo valor, o grande retorno. Ações também são voláteis, então por que não tentar a sorte com um pouco de Bitcoins?

Essa última subida exponencial veio justamente em um momento de extrema instabilidade e incerteza na economia mundial. Em março o Bitcoin valia 5 mil dólares.

Mas os problemas que fazem o valor descer não sumiram. Muitos apostam na continuação da volatilidade e da falta de segurança. Outros colocam suas fichas em uma cotação acima dos 100 mil dólares. Não dá para saber quem está certo antes da hora e quem quiser pagar para ver precisa ter muito cuidado. O risco sempre será alto.

Aceitação do público é fundamental

A regulamentação das criptomoedas é uma realidade em poucos países e sua eficiência é discutível. A própria ideia da moeda virtual é não estar sujeita a humores de Bancos Centrais, políticas econômicas e políticos em geral. O mercado dita todas as regras.

Porém toda essa liberdade pode assustar alguns investidores e fazer outros só colocarem o dedo na água, sem pular de cabeça. O que fará isso mudar é criar maior segurança para impedir roubos virtuais e cada vez mais gestores de investimento recomendarem o ativo ou comércios aceitarem a compra com Bitcoin, Ethereum, Litecoin e outras moedas – há milhares delas.

Com esses fatores, não há porque não imaginar um crescimento exponencial e a comunidade alternativa se tornará mainstream, assim como uma banda pouco conhecida ganha atenção e logo leva milhares a seus shows. Mas da mesma forma que essas bandas, é difícil conservar todos os fãs, que vão alegar que a mudança foi grande demais para continuar acompanhando.

O Bitcoin não deve substituir o dólar, euro ou real, mas fará a ideia de moedas, um sistema de trocas e a forma como compramos e vendemos ter uma disrupção. Pode até ser que o Bitcoin seja um agente de mudança profunda, mas não seja a criptomoeda mais popular em 20 anos, assim como o MySpace não é a rede social que usamos hoje em dia.

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