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Economia

Com pandemia, setor de serviços tem queda recorde de 6,9% em março

O resultado é o pior da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, superando até a taxa de -4,8% de maio de 2018, durante a greve dos caminhoneiros

Redação Jornal de Brasília

12/05/2020 9h11

Com o fechamento obrigatório de diversos estabelecimentos de serviços não essenciais a partir da segunda metade de março em decorrência das medidas de isolamento para conter o avanço do coronavírus, o volume de serviços prestados no mês teve queda recorde de 6,9% no mês na comparação com fevereiro. O resultado é o pior da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em 2011, superando até a taxa de -4,8% de maio de 2018, durante a greve dos caminhoneiros.

A taxa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 12, veio pior que a mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, de queda de 6% no volume de serviços em março ante fevereiro.

“A paralisação dos serviços não essenciais no final do mês de março provocou uma redução abrupta na receita do setor, especialmente nos segmentos de turismo, alimentação, eventos e lazer em geral. A retração deverá ser ainda mais intensa em abril, em que as medidas de isolamento já eram vigentes desde o início do mês”, resume, em nota, a MCM Consultores, que projetava contração de 5,5% em março.

Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, é possível que o comportamento dos serviços permaneça negativo pelo menos até setembro. “Primeiro, as pessoas vão voltar de forma lenta depois do confinamento. As pessoas vão ficar receosas e, também com menor renda, vão reduzir o consumo de academias, clubes, bares. Além disso, como os estoques na indústria estão muito elevados, a redução desse volume vai demorar, então o transporte de cargas, por exemplo, vai demorar para se recuperar”, afirma.

Ele projeta retração de 32,8% no volume de serviços prestados em 2020. A Austin Rating está em processo de revisão de sua estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, mas trabalha provisoriamente com a expectativa de queda de 4,3%.

Estadão Conteúdo

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