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Economia

CNI prevê crescimento de 4% no PIB de 2021, desemprego mantem alta

“Vamos crescer com uma base de comparação fraca”, disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga

Redação Jornal de Brasília

16/12/2020 13h26

Foto: Divulgação

Cezar Camilo
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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta um aumento no Produto Interno Bruto (PIB) em 4% para 2021. A expectativa é impulsionada pelo avanço no PIB da Indústria brasileira, com projeção de crescer 4,4% no próximo ano. Os dados foram divulgados em informe esta quarta-feira (16).

Para a confederação, o crescimento econômico no terceiro e quarto trimestre deste ano não serão suficientes para salvar as contas de 2020. O PIB deverá cair 4,3% na comparação com 2019, levando consigo o PIB Industrial, com queda de 3,5%. Os números baixos do período pandêmico enfraquecem a comparação do crescimento futuro. As projeções são otimistas, mas mantem o caráter pragmático.

“Essa projeção [crescimento de 4% do PIB em 2021] é muito realista. Continuamos crescendo apesar da pandemia e uma série de fatores, mas temos que considerar que a base de comparação de 2020 é muito fraca”, disse o presidente da CNI, Robson Braga, durante a apresentação do estudo. “Nossa economia caiu mais de 4%. Estamos otimistas, mas um otimismo bastante realista”, pontuou.

Uma das principais preocupações do setor durante a pandemia foi a dificuldade de se obter insumos. Situação que deve cessar a partir do segundo trimestre de 2021, assim como a pressão sobre os preços – resultado da valorização do real e da reorganização das cadeias produtivas.

Com a estimativa de manter o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) próximo ao centro da meta, em 4,28% no final de 2020, a confederação projeta um aumento na taxa de juros, de 2% para 3% até o final do próximo ano. Conforme a projeção do setor, o IPCA deve ficar abaixo da meta de 4% em 2021 – fechando em 3,55%.

“Os problemas que estamos tendo no final de 2020 devem se resolver no início do próximo ano. O problema da inflação, bem por conta do problema de insumos e alimentação, pode encerrar um pouco acima da meta, com redução para 2021”, analisou o economista da CNI, Marcelo Azevedo.

Segundo as perspectivas da indústria, a taxa de desemprego no setor deve continuar elevada, em 14,6% para 2021. O índice é de 0,7 ponto percentual, maior que a taxa projetada para 2020 em 13,9%. A CNI avalia o aumento na criação de emprego proporcional ao crescimento da atividade econômica. Onde parte expressiva da população deve retomar a força de trabalho.

“O próximo ano deve continuar com essa taxa [de desocupação] em alta por mais que o emprego cresça e continue crescendo. Sabemos que existem pessoas que não estão procurando emprego por conta da pandemia”, avalia Marcelo Azevedo.

A taxa geral de desemprego chegou a 14,6% no terceiro trimestre deste ano, uma alta de 1,3 ponto porcentual na comparação com o período anterior (13,3%). Foi o pior resultado na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo IBGE.

O setor público consolidado –que inclui governo federal, Estados, municípios e estatais– deve registrar deficit de R$ 789 bilhões em 2020, segundo a confederação. O valor corresponde a 10,93% do PIB. A dívida pública bruta deve terminar o ano em 92,8% do PIB.

Exportações e importações devem crescer, 7% e 15% respectivamente. Com superávit comercial em torno de US$49 bilhões. Com isso, o valor do dólar deve cair: de R$5,15 para R$4,84 em 2021.

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