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Economia

Bolsa tem leve recuo e encerra em baixa, aos 79 mil pontos; dólar fecha a R$ 5,70

O Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, começou o dia com queda de 0,12%, aos 80.160 pontos

Redação Jornal de Brasília

06/05/2020 17h27

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, não conseguiu manter os ganhos modestos do pregão anterior e encerrou o pregão com queda de 0,51% nesta quarta-feira, 6, aos 79.063,68 pontos. Já o dolar continou o movimento de alta dos últimos dias e fechou cotado a R$ 5,70, uma alta de 1,97%. Influencia o mercado brasileiro hoje, o possível corte da taxa Selic, atualmente a 3,75%.

O Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, começou o dia com queda de 0,12%, aos 80.160 pontos. No decorrer do pregão, a Bolsa oscilou, de forma contida, entre os 78 mil pontos e 79 mil pontos – na mínima do dia, às 11h14, a B3 caía aos 78.127,82 pontos.

Nesse cenário, o dólar já abriu em alta de 0,14%, cotado a R$ 5,60. A moeda manteve o ritmo de apreciação ao longo do dia e às 13h13, atingiu a máxima de R$ 5,69, uma alta de 1,78% – vale acrescentar que apenas em 2020, a valorização do dólar já chega perto de 40%, devido a escalada de preços que se inicou em março com o novo coronavírus. Para se ter uma ideia, em janeiro, a cotação estava perto de R$ 4.

Nesta quarta, além das idas e vindas do governo federal e também do cenário exterior, pressiona o mercado brasileiro o possível corte de 0,50 ponto percentual da Selic, a taxa básica de juros da economia, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Caso se confirme, o valor atual da taxa diminuirá de 3,75% para 3,25% – o que será o sétimo corte consecutivo da Selic no atual ciclo, após 16 meses de estabilidade.

Cenário local

Por aqui, o mercado começa o dia com as notícias de rebaixamento da perspectiva do rating brasileiro pela Fitch para negativa e aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto de lei do Senado que destina ajuda de R$ 125 bilhões para os Estados, o Distrito Federal e os municípios em razão da pandemia.

No radar político segue o ex-ministro Sérgio Moro, que em depoimento à Polícia Federal admitiu ter concordado em trocar a superintendência do Rio no ano passado diante da pressão do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Moro, Bolsonaro teria dito a ele: “Moro, você tem 27 superintendências (da Polícia Federal), eu quero apenas uma: a do Rio de Janeiro”. E Moro atendeu o presidente. O ex-ministro relatou ainda que tem nove provas que confirmariam as suas acusações de ‘interferências políticas’ de Bolsonaro no comando da corporação.

Contexto internacional

Algumas notícias foram positivas nas maiores economias do mundo nesta quarta. Em países como Estados Unidos, Itália, Alemanha, Espanha e Áustria, as medidas de afroxamento do isolamento social continuam sendo colocadas em prática, o que aumenta as esperanças sobre uma possível retomada das atividades.

Porém, o dia foi de previsões negativas para a União Europeia. Analistas já projetam que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cairá 7,7% este ano, por causa do coronavírus. Nesse cenário, as vendas no varejo da zona do euro tiveram tombo de 11,2% em março e as encomendas à indústria da Alemanha despencaram 15,6% em março ante fevereiro. Já o PMI do país alemão caiu a marca histórica de 17,4%.

E em meio à tensão entre Estados Unidos e China,o banco central da potência asiática enfraqueceu hoje a taxa de paridade do yuan em relação ao dólar. Agora, passam a ser 7,0690 yuans por dólar, 0,17% mais fraca que a taxa de 7,0571 yuans por dólar da última quinta-feira, 30. A medida veio após o governo americano culpar o governo chinês pela pandemia do coronavírus.

Petróleo

Às 4h34 (de Brasília), o barril do petróleo WTI para junho caía 0,73% na Nymex, a US$ 24,38, enquanto o do Brent para julho subia 0,23% na ICE, a US$ 31,04.

Bolsas do exterior

O dia foi positivo para as Bolsas da Ásia. Os mercados da China continental, que não operavam há três dias úteis devido a feriado locais, voltaram com ganhos. O índice Xangai Composto subiu 0,63% e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 1,53%. Em outras partes do continente, o Hang Seng se valorizou 1,13% em Hong Kong, enquanto o sul-coreano Kospi subiu 1,76% em Seul e o Taiex ficou praticamente estável em Taiwan, apresentando ganho marginal apenas em pontos. Na Oceania, a Bolsa australiana contrariou o viés positivo da Ásia, e o S&P/ASX 200 caiu 0,42% em Sydney. Como nos últimos dois dias, a Bolsa japonesa permaneceu fechada devido a feriados locais.

Os indicadores negativos ajudaram a derrubar as bolsas da Europa. Nesse cenário, o índice Stoxx 600 a encerou em baixa de 0,35%. Em Paris, o CAC 40 perdeu 1,11%, a 4.433,38 pontos, enquanto, em Milão, o FTSE MIB caiu 1,31%, a 17.159,31 pontos. Em Frankfurt, o DAX fechou com baixa de 1,15%, a 10.606,20 pontos e em Madri, o Ibex 35 retraiu 1,13%, a 6.671,70 pontos. Já em Lisboa, o PSI 20 caiu 0,87%, a 4.1815,10 pontos. A exceção ao movimento de perdas foi a Bolsa de Londres, onde o índice FTSE 100 avançou 0,06% após Boris Johnson anunciar que as medidas de reabertura podem começar na próxima semana.

Estadão Conteúdo

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