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Economia

BNDES seguiu convicto em não competir com mercado privado, diz presidente

Segundo Montezano, embora alguns setores da sociedade continuem pensando que “o Estado deveria salvar grandes companhias” em momentos de crises como a recessão causada pela pandemia, o BNDES manteve seu foco nas MPMEs

Redação Jornal de Brasília

18/11/2020 16h24

Quando a economia foi atingida pela crise da covid-19, a diretoria do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) seguiu firme em sua convicção de que a instituição de fomento não deveria competir com as fontes privadas de financiamento, disse nesta quarta-feira o presidente do banco, Gustavo Montezano. Na convicção de que o papel do banco no financiamento a grandes grupos empresariais deve ser apenas um “último recurso”, a diretoria do BNDES “colocou seu esforço” no apoio às médias, pequenas e microempresas (MPMEs) ao desenhar as medidas para mitigar a crise.

Segundo Montezano, embora alguns setores da sociedade continuem pensando que “o Estado deveria salvar grandes companhias” em momentos de crises como a recessão causada pela pandemia, o BNDES manteve seu foco nas MPMEs. “Sempre achamos que problemas privados de grandes companhias deveriam ser resolvidos com dinheiro privado”, afirmou o presidente do BNDES, em inglês, durante palestra no Bradesco BBI CEO Forum 2020, promovido em formato online pelo banco de investimentos.

O executivo disse ainda que não foi fácil convencer o “ambiente político” de que essa era a forma correta de o BNDES atuar na crise. E deu como exemplo o fato de a única grande operação que o banco fez durante a crise foi o empréstimo sindicalizado às distribuidoras de energia elétrica, atingidas pelo aumento da inadimplência durante a pandemia.

Montezano citou ainda a operação de emissão de títulos conversíveis em ações da companhia aérea Azul. No mês passado, a Azul levantou R$ 1,745 bilhão na operação, inspirada no programa de apoio proposto pelo BNDES, mas o banco de fomento ficou de fora. Montezano disse que ficou “feliz” com o fato de ter ficado de fora da operação.

“Não estamos aqui para competir, estamos para ajudar ao País”, afirmou o presidente do BNDES.

Desinvestimento

Montezano repetiu que os desinvestimentos do banco estão ocorrendo conforme o apetite do mercado. Segundo ele, o volume de desinvestimentos este ano foi maior do que o esperado, com venda de ações de Petrobras, Vale, Suzano, AES Tietê e Marfrig.

Sobre os próximos passos, o presidente do BNDES disse que não há pressa e que o banco vai continuar disponível conforme o ritmo do mercado.

Montezano também reforçou que há vasta agenda de concessões nos diferentes de níveis de governo e em diferentes indústrias, como saneamento, rodovias, portos e iluminação.

O presidente do BNDES ainda destacou que o ambiente para esses projetos é positivo atualmente, uma vez que as taxas de juros de longo prazo são mais “decentes” hoje em relação ao passado.

Estadão Conteúdo

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