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Economia

Black Friday: data no Brasil é igual a dos Estados Unidos?

A primeira edição no Brasil foi totalmente online, com mais de 50 lojas do varejo nacional e, hoje, já conta com promoções até mesmo em lojas físicas

Aline Rocha

21/11/2019 15h17

Foto: Agência Brasil

Da Redação
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Por causa da aproximação da época de festas de fim de ano, todo mundo sabe que é preciso economiza para conseguir comprar todos os presentes para amigos e parentes e fechar 2019 sem dívidas. Uma maneira encontrada por muitos para evitar o gasto excessivo é a Black Friday.

A data veio dos Estados Unidos em 2010. A primeira edição foi totalmente online, com mais de 50 lojas do varejo nacional e, hoje, já é uma febre nacional que conta com promoções até mesmo em lojas físicas.

Mesmo com os benefícios, algumas pessoas criticam a falsa ilusão de que os consumidores estão economizando. Segundo Ciro Almeida, economista da G2W Investimentos, a data funciona de maneira diferente da original estadunidense. “O que se tem visto desde que a Black Friday foi importada dos EUA, é que o conceito de Black Friday que o varejo traz para o Brasil é diferente do americano. Lá, as liquidações de fato ocorrem no preço base do produto. Aqui no Brasil, por conta da falta de referência do bem que se deseja comprar, infelizmente ainda temos algumas práticas de alguns varejistas e de algumas lojas, que se aproveitam da falta de referência das pessoas para inflacionar o preço antes e dar o desconto em cima desse preço inflacionado, e não do preço base”, comenta.

E isso ocorre justamente porque alguns varejistas brasileiros não conseguem abaixar a margem de ganho e, como consequência, aumentam o preço antes da data para dar um desconto no novo valor. “Os varejistas não querem reduzir a sua margem de ganho, que é o objetivo de uma grande liquidação dessa como a Black Friday. Eles trazem um sobre preço e dão um desconto em cima daquele novo valor. A margem de ganho não é reduzida, o preço é apenas aumentado para dar o desconto em cima do sobre preço. Então as pessoas têm a sensação de que estão fazendo um bom negócio, justamente porque não tem a referência do preço antes, somente na véspera”, alerta.

Mesmo assim, a maioria das lojas cumprem com o prometido e realizam grandes liquidações. Almeida analisa que a melhor forma de saber se o dinheiro está sendo economizado de fato é ter uma referência histórica do bem que ele quer. “A primeira dica é ter a referência do preço e pesquisar desde o começo do mês de novembro e não só presencialmente. Hoje temos diversas ferramentas de acompanhamentos de preço, sites de pesquisa de comparação de valores, é importante entender o histórico daquele ativo, entender também a relação custo/produtividade daquele bem que se quer comprar e quanto tempo a pessoa tem que trabalhar para conseguir comprar aquele bem”, conclui o economista que ainda avisa que caso a compra realmente seja feita, dar preferência a um cartão de crédito que dê benefícios por meio de milhas ou pontuações, trazendo uma poupança com gastos e despesas futuros, pode ser uma boa jogada.

Perante a isso, caso o produto seja adquirido pela internet e tenha que ser substituído por qualquer motivo, o especialista em direito do consumidor Lucas Furtado, do escritório SCA Advogados Associados, aponta que a troca e a devolução são direitos de quem compra, ainda que não façam parte da política do site de vendas. “O consumidor tem o direito de, até sete dias após o recebimento do produto, devolver ou pedir para trocar, caso receba um produto que não seja o esperado. A empresa não pode se recusar a dar essa opção e deve facilitar a devolução do produto. Pode cobrar apenas o valor do frete e, enviado um novo produto, pode cobrar o frete novamente”, afirma.

Outro ponto importante é se certificar de que o site onde irá efetuar a compra é seguro. “Antes de concluir alguma compra, os consumidores podem acessar o site Reclame Aqui e pesquisar se tem muitas reclamações de consumidores com relação àquele site de vendas ou a determinado produto e como aquele site ou fornecedor do produto resolve as reclamações. O site mostra quantas reclamações tem, o nível de resolução das demandas e a satisfação dos consumidores com essa resolução. A própria aparência do site também, às vezes, entrega que é fraudulento, tem que ficar atento se tem o referencial, o endereço e pesquisar na internet se realmente funciona alguma empresa naquele local”, indica o especialista.

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