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Economia

Alta de preço do tomate é destaque no atacado em março, diz Conab

Lindauro Gomes

16/04/2019 13h42

São Paulo, 16 – As hortaliças apresentaram alta de preços na maioria dos mercados atacadistas em março, com destaque para o tomate. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta terça-feira, 16, o 4º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) nas Ceasas do País.

Os preços do tomate subiram em fevereiro e março como “consequência direta das menores quantidades ofertadas do fruto aos mercados”, informa a Conab no boletim. A oferta nos dois meses ficou cerca de 20% menor do que o total de janeiro, puxando os preços para cima. “As chuvas intensas e o calor fazem com que o fruto apresente manchas e perecibilidade acentuada, o que muitas vezes provoca descarte por parte do produtor, reduzindo ainda mais a oferta”, explicam os técnicos da estatal.

Outra hortaliça de destaque em março foi a batata. “Os preços estão em ascensão desde outubro de 2018”, alerta a Conab. Em março, a alta foi menor do que no mês anterior, porém, continuaram em níveis elevados.

Para a cebola, os aumentos de preços não foram unânimes. No Rio de Janeiro/RJ e em Fortaleza/CE, houve queda nas cotações, enquanto nas demais Ceasas estudadas as altas ficaram entre 4,68% na CeasaMinas – Belo Horizonte e 21,56% na Ceasa/ES – Vitória. Os técnicos da Conab explicaram que, em abril, a cebola sulista começa a sair do mercado, com o mercado sendo abastecido paulatinamente pelo produto do Nordeste. “Muitas vezes, esta transição de safra provoca pressão sobre os preços, propiciando a entrada da cebola importada no mercado.”

Para a cenoura, as cotações nos mercados analisados mantiveram a trajetória ascendente iniciada em agosto de 2018. Somente na Ceasa/GO – Goiânia o preço em março apresentou discreta queda de 2,59%.

Para a alface, como é normal para esta época do ano, os preços mantiveram-se em ascensão. Em alguns mercados analisados os porcentuais de aumento foram elevados. “Da ordem de 70% de aumento, estiveram a CeasaMinas – Belo Horizonte (77,49%) e a Ceasa/ES – Vitória (78,56%)”.

A Conab salienta que essas cinco hortaliças são as com maior representatividade na comercialização nas Ceasas e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).

Frutas

No segmento de frutas, o estudo também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).

A maçã teve queda de preços em março e alta na oferta na maioria das Ceasas, com destaque para os aumentos na CeasaMinas (21,93%) e Ceasa/RJ (21,31%). A grande oferta da maçã gala, com safra em finalização, dotada de boa quantidade das maçãs menores dos pequenos produtores, e o início da colheita da fuji são os principais fatores que explicam o Movimento de queda.

A Conab informa que a laranja teve alta de preços e de volume comercializado na maioria dos entrepostos atacadistas. O aumento das cotações se deveu principalmente à escassa quantidade de produto de boa qualidade. “O fato de a indústria de suco de laranja ter diminuído a moagem no mês favoreceu a menor pressão sobre a oferta”, ponderam os técnicos da estatal.

A banana teve alta de preços em todas as Ceasas, com destaque para a Ceagesp – São Paulo (31,24%) e CeasaMinas (22,79%). Os técnicos da Conab salientam que em março houve uma guinada de preços da banana nanica, em virtude da restrição da oferta (antecipação da colheita em janeiro e vendavais em fevereiro que derrubaram várias plantas) e alta moderada da banana prata, que está com a oferta mais controlada.

Já o mamão também teve alta de preços na maioria das Ceasas, da ordem de dois dígitos, destacando-se a Ceagesp – São Paulo (45,9%) e Ceasa/RJ (63,58%) e queda na comercialização na maioria dos entrepostos. Foi marcante em março a baixa oferta do mamão formosa e do papaia em todas as regiões produtoras, relata a Conab.

A melancia teve queda de preços nas Ceasas do Centro-Sul e alta generalizada da oferta, a maioria na casa dos dois dígitos. “A queda generalizada dos preços nas Ceasas do Centro-Sul ocorreu por conta da grande oferta fornecida por Teixeira de Freitas (BA), pela entrada da safrinha paulista e por causa da queda de demanda em virtude do tempo mais ameno nessas regiões consumidoras”, diz a Conab. Bagé (RS) também entrou na reta final de produção.

O levantamento é feito mensalmente pelo Prohort da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente pelos grandes mercados atacadistas do País, nos Estados de SP, MG, RJ, ES, PE e CE.

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