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Economia

Alta de arrecadação em junho foi influenciada por greve de caminhoneiro em 2018

Só a desoneração da folha de pagamentos custou aos cofres federais R$ 866 milhões em junho e R$ 3,642 bilhões no acumulado do ano

Lindauro Gomes

23/07/2019 11h22

Foto: Agência Brasil

A alta de 4,68% na arrecadação federal em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado foi influenciada pela base de comparação deprimida pela greve dos caminhoneiros em maio de 2018. A arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 119,946 bilhões em junho.

De acordo com a Receita Federal, apenas a arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – Outros teve uma alta real de 23,97% em junho ante junho do ano passado.

Na mesma comparação, também houve uma alta de 23,97% na arrecadação do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Já o efeito da redução das alíquotas de PIS/Cofins e da Cide sobre o óleo diesel deixou de influenciar o comparativo anual da arrecadação dos dois tributos, pois a desoneração entrou em vigor justamente em junho do ano passado.

Desonerações

As desonerações concedidas pelo governo resultaram em uma renúncia fiscal de R$ 47,286 bilhões no primeiro semestre deste ano, valor maior do que em igual período do ano passado, quando ficou em R$ 40,400 bilhões. Apenas no mês de junho, as desonerações totalizaram R$ 8,016 bilhões, também acima do registrado em junho do ano passado (R$ 6,983 bilhões).

Só a desoneração da folha de pagamentos custou aos cofres federais R$ 866 milhões em junho e R$ 3,642 bilhões no acumulado do ano. O Congresso aprovou em agosto de 2018 a reoneração da folha de 39 setores da economia, como contrapartida exigida pelo governo para dar o desconto tributário no diesel prometido aos caminhoneiros que estavam em greve. Pela lei aprovada, outros 17 setores manterão o benefício até 2020.

O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, já anunciou que pretende reativar a desoneração da folha de salários, mas dessa vez de forma linear para toda a economia. Ele não explicou ainda, porém, como o governo irá compensar a perda de arrecadação com a medida.

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