Menu
Economia

Alimentos continuam a pressionar e inflação sobe 0,24% em agosto

Grupo Alimentação e bebidas registrou inflação de 0,78% no mês

Redação Jornal de Brasília

09/09/2020 10h12

Nicola Pamplona
Rio de Janeiro, RJ

Os preços da gasolina e dos alimentos voltaram a pressionar o IPCA, índice oficial de inflação no país, que fechou agosto em 0,24%, contra 0,36% no mês anterior. Foi o maior índice para o mês desde 2016, informou nesta quarta (9) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Apesar da desaceleração em relação ao mês anterior, o instituto ressalta que o cenário é mais prejudicial às famílias de baixa renda, para quem as despesas com comida pesam mais no orçamento. O grupo Alimentação e bebidas registrou inflação de 0,78% no mês.

A pressão sobre o orçamento dos brasileiros com menor rendimento é reforçada pelo resultado do INPC, índice que mede a inflação desse grupo, que subiu 0,45% no mês, a maior alta desde 2012.

A maior influência no resultado do IPCA foi a gasolina, produto com maior peso na composição do índice, que subiu 3,22% em agosto, refletindo reajustes promovidos pela Petrobras durante o mês. Assim, o grupo Transportes teve alta de 0,82%.

Mas as maiores altas foram verificadas em preços dos alimentos. O tomate subiu 12,98%, o óleo de soja 9,48% e o leite longa vida, 4,84%, por exemplo. Na média, os alimentos para consumo no domicílio tiveram alta de 1,15% em agosto.

Produtos básicos na mesa do brasileiro, como arroz e feijão, continuaram em ritmo de alta. Para o instituto, esse cenário eleva a percepção de inflação por parte do consumidor.

“O arroz (3,08% em agosto) acumula alta de 19,25% no ano e o feijão, dependendo do tipo e da região, já tem inflação acima dos 30%. O feijão preto, muito consumido no Rio de Janeiro, acumula alta de 28,92% no ano e o feijão carioca, de 12,12%”, destacou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

A alta no preço dos alimentos preocupa o governo, que começou a analisar a redução das alíquotas de importação para enfrentar o problema. O presidente Jair Bolsonaro vem apelando a empresários da cadeia alimentícia para conter as altas, mas diz que “ninguém vai tabelar nada”.

Na semana passada , o presidente pediu “patriotismo” dos donos de supermercados no país. ” Estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes donos de supermercados para manter na menor margem de lucro”, disse o presidente.

A declaração foi dada depois que associações do setor de supermercados divulgaram cartas públicas chamando a atenção para a alta de preço de itens da cesta básica, que chega a superar 20% no acumulado de 12 meses em produtos como leite, arroz, feijão e óleo de soja.

A elevação no preço da cesta básica ocorre em um momento de alto desemprego e perda na renda do trabalhador. No segundo trimestre, a taxa de desemprego atingiu 13,3%, a maior para o período, ainda sem refletir todos os efeitos da pandemia no mercado de trabalho.

A expectativa do mercado é que a taxa suba à medida em que o fim do isolamento leve mais gente às ruas em busca de trabalho -o indicador só considera como desempregados aqueles que procuraram emprego na semana da entrevista.

A avaliação é reforçada pelo fato de que, após o início da pandemia, o número de pessoas fora da força de trabalho superou o contingente que está trabalhando pela primeira vez na história da pesquisa do IBGE em seu formato atual.

Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 2,44%, ainda abaixo do piso da meta estipulada pelo Banco Central, ainda bem abaixo do piso da meta do Banco Central. No ano, a inflação oficial acumulada é de 0,70%.

As informações são da FolhaPress

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado