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Vitrine cultural há 33 anos, Jogo de Cena tenta driblar falta de verba

Arquivo Geral

21/03/2018 7h00

Atualizada 20/03/2018 23h10

Produtor James Fensterseifer. Foto: Adla Marques/Divulgação

Beatriz Castilho
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Cortinas que antes se abriam para celebrar a arte do quadradinho central, agora se fecham por tempo indeterminado. Com o palco vazio – e o bolso também –, o clímax ainda não tem desfecho. Após 18 anos de patrocínio da Caixa Cultural, Jogo de Cena entra em pausa por falta de verba. O financiamento era liberado pela instituição anualmente, mas em 2017 o projeto não entrou no edital. Dessa forma, para ficar na memória, a última edição do ano acontece hoje, no Teatro da Caixa Cultural, com o resto do custeio de 2016.

O show de despedida se caracteriza pela diversidade, sua marca registrada. Além da comédia dramática Merda!, escrita e dirigida por James Fensterseifer, coordenador-geral do Jogo, o show recebe Cell Khriss, Carmela Aborda, Banda Etno, Traze-os Cá Fora A Nós, Procura-se, Som de Sombra e ELO 61.

Atrás apenas do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, criado em 1965, o segundo evento cultural mais antigo da cidade nasceu em 1985. Com o objetivo de divulgar arte de forma presencial, Jogo de Cena foi pensado para proporcionar uma ‘revista mensal’ da cultura brasiliense. “A ideia era que o Jogo ficasse em cartaz sempre, com uma mínima qualidade técnica de suporte, como se fosse um catálogo das obras. Por isso é difícil se manter sem patrocínio”, explica James.

Ao longo dos 33 anos de ativa, o formato mudou pouco. Com o palco como tabuleiro, as ‘jogadas’ funcionam assim: durante um tempo preestabelecido (por volta de 2h), artistas revezam os holofotes do palco para explorar o que fazem de melhor: arte.

Entre musicistas, dramaturgos e artistas plásticos, o revezamento da ação é guiado por dois apresentadores. Hoje, Ricardo Pipo (da Cia os Melhores do Mundo) e Rodolfo Córdon (G7) comandam os microfones. Os dois humoristas já trabalham juntos nesta função há mais de dois anos. “Como apresentador, comecei substituindo o Welder Rodrigues. Mas a verdade é que eu e a galera do G7 começamos [na arte] aqui”, conta Rodolfo.

Para o comediante, o Jogo de Cena é ainda mais importante por ser berço para a formação de artistas iniciantes da capital. “É uma grande tristeza que esta seja a última edição. A gente fica triste porque acaba, mas sai feliz por ter tido a honra de participar”.

Serviço:

Jogo de Cena

Hoje, a partir das 20h. No Teatro da Caixa, na Caixa Cultural Brasília (Setor Bancário Sul) Ingressos R$ 10 (meia-entrada). Informações: 3206-6456. Não recomendado para menores de 14 anos.

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