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Sobradinho recebe o espetáculo Sementes nos Parques

Arquivo Geral

29/08/2018 17h54

Quem é adulto hoje se lembra bem quando era criança e os mais velhos diziam: “se você engolir uma semente de fruta nascerá uma planta na sua barriga”. Essa e outras metáforas poéticas sobre a semente dão a tônica do espetáculo Sementes cumpre temporada até 30 de setembro em diversos parques do DF. As apresentações são gratuitas, sempre às 11h e aos domingos, para crianças a partir de quatro anos. A apresentação deste domingo (02) acontece no Parque Jequitibás, em Sobradinho.

Criadora do espetáculo, a atriz Caísa Tibúrcio explica que a relação com a natureza é fisiológica e constante na apresentação. “As sementes, as frutas, as flores compõem o mosaico natural e o ambiente lírico das cenas. O resultado desse mergulho nas memórias das histórias infantis foi essencial para a montagem, que discute questões ambientais de maneira bem poética”, revela.

A história fala sobre as possíveis sementes da vida, das organizações, dos desejos, dos sonhos, da arte. “A metáfora de plantar e cuidar de uma semente é explorada ao máximo. A personagem mostra que todos nós podemos ser terreno fértil para germinar desejos incríveis; podemos ser cuidadores de projetos, pessoas, encontros, sementes”, ressalta a atriz.

Projeto socioambiental

O “Sementes nos Parques” acontece no período em que se comemora a Semana do Cerrado. Por isso, logo após as apresentações, as crianças experimentam uma vivência ambiental. Elas plantam sementes de jatobá (planta típica do bioma da região Centro-Oeste) – sem agrotóxicos e com alto percentual de germinação – num vaso que é totalmente biodegradável, que pode ser levado para casa.

“O projeto propõe uma vivência de educação ambiental com crianças e familiares sobre o ciclo de vida da semente, seu cultivo e o manejo da terra guiado com monitores e técnicos especializados”, informa Caísa Tibúrcio.

A preocupação com o meio ambiente está presente até no material de divulgação impresso, confeccionado também com papel biodegradável e com sementes incrustradas. Isso significa que o folder com toda a programação pode ser plantado e dar lugar a uma linda margarida ou a um pé de cenoura. Já a cartilha de educação ambiental será impressa em papel reciclado. Haverá também coleta de lixo e resíduos produzidos durante as apresentações e oficinas.

Evolução com o tempo

A partir da metáfora poética da semente, Caísa Tibúrcio criou um número de palhaça em 2014 e, com ele, participou da III edição do TPMs – Temporada Internacional de Palhaças no Mês da Mulher e do IV Encontro Internacional de Palhaças de Brasília, nesse mesmo ano.

Durante dois anos de brincadeira com as sementes, as explorações com esse tema ficaram cada vez mais íntimas e fortes ao mesmo tempo em que os desafios, a paixão e os aprendizados com a arte da palhaçaria foram crescendo. Até que, em 2016, a metáfora da semente foi ganhando proporções e significados maiores e o trabalho recebeu várias influências.

O filósofo Gaston Bachelard, a história e poesias do amigo e escritor Wilson Pereira, autor do livro infantil “Meu pé de poesia”, as metamorfoses naturais presentes na poesia de Manoel de Barros, a figura mítica Maira Jatobá; de Helena Oliveira, a música de Luiz Gonzaga, o conto “A maior flor do mundo”; do escritor português José Saramago, e a obra “Marcelo Marmelo Martelo”; de Ruth Rocha foram referências primordiais e contribuíram para a finalização do espetáculo.

“A construção de Sementes foi um processo criativo diferente, pois a maturação e criação das imagens poéticas foram elaboradas durante apresentações e movidas pelo desejo artístico de trabalhar com o feminino, com a figura da mulher camponesa ligada à terra e às ancestralidades culturais”, comenta Caísa. Segundo ela, durante as pesquisas, a percepção da força poética que há na metáfora da semente veio com a informação de que a agricultura começou por meio da mulher. “Quando a mulher/mãe percebeu que plantando sementes, o alimento dos filhos estaria garantido, que a vida poderia continuar”, completa a atriz.

Para organizar todas os novos sonhos e desejos poéticos, Caísa Tibúrcio chamou a artista Ana Flávia Garcia para, em conjunto, criarem a dramaturgia do espetáculo, o músico Lucas Tibúrcio para assinar a direção musical e o artista Roustang Carrilho para fazer a direção de arte.

Em 2016, Sementes fez temporada no Teatro Plínio Marcos – Funarte/ DF com apoio do edital Cena Aberta. Também integrou a Mostra Teatral da Feira do Livro de 2016, do Distrito Federal, Festibra (Festival de Teatro para a Infância) e Bienal Internacional do Livro. Participou ainda do Prêmio SESC de Teatro Candango de 2016, indicado a categoria de melhor espetáculo infantil, e foi selecionado para integrar o Festival Internacional Cena Contemporânea em agosto de 2017 e o Festival Palco Cerrado em 2018.

Sinopse:
Em um pedaço de terra seco no interior do mundo, uma mulher se encontra sozinha. Carrega em sua bagagem a simplicidade, o sonho e alguns poucos objetos “encantatórios”. De repente, coisas mágicas passam a acontecer. Será que ela está mesmo sozinha?

Das lembranças de menina, de quando a semente brotava do próprio ser, nasceu essa poesia. Vem do começo da vida, do sonho. O espetáculo é uma brincadeira que serve para experimentar o mundo sob o signo de uma semente, para ter a chance de cheirar as flores imaginadas, para dançar e ouvir a música dos canarinhos, para comer a fruta nascida dos devaneios da infância, para afirmar a liberdade do sonhadário.

Serviço:
Sementes nos Parques
Apresentação gratuita, às 11h
Vivência Ambiental gratuita depois do espetáculo. A oficina com plantio é limitada a 30 vagas. Inscrições no local, por ordem de chegada, com distribuição senha a partir de 10h.

Programação:
02 de setembro – Parque Jequitibás (Sobradinho)

09 de setembro- Parque Olhos d’água (Asa Norte)

16 de setembro – Jardim Botânico de Brasília (Lago Sul)

23 de setembro- Parque da Cidade (Plano Piloto)

30 de setembro – Parque Saburo Onoyama (Taguatinga)

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