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Retrospectiva 2018. Livro nosso de cada dia como uma luta social

Arquivo Geral

26/12/2018 7h00

Atualizada 25/12/2018 19h48

Luiz Avila/Ascom/Feira do Livro 2018

Beatriz Castilho
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Em 2018, veterano e calouro do mundo das letras se esbarraram, ou quase. Além da anual Feira Internacional do Livro de Brasília – este ano em sua 34ª edição – a 4ª Bienal do Livro também marcou calendário literário da capital. Com uma semana de atraso, por conta da greve dos caminhoneiros, a Feira aconteceu entre 8 e 17 de junho, na área externa do shopping Pátio Brasil. Exatamente dois meses depois, a Bienal, por sua vez, mergulhou o Centro de Convenções Ulysses Guimarães durante nove dias no mundo da literatura.

Com 68 expositores e mais de 100 atividades, a 34ª festividade trouxe “Literatura infantil: a invenção do sonho. Vamos brincar de inventar?” como temática.

Dando enfoque às produções infantis – sejam elas assinadas por escritores mirins ou direcionadas ao jovem público -, a programação investiu na formação de leitores, principalmente com atrações voltadas para os pequenos. Dentre elas, Viagens da Caixa Mágica, musical infantil assinado por Lázaro Ramos.

Lázaro e Maria

Ocupando o fim de semana de estreia da Feira do Livro de Brasília, o título foi utilizado como gancho para o lançamento de Caderno Sem Rimas da Maria, mais recente livro do ator, escritor e apresentador global. À época, Lázaro explicou, em entrevista ao JBr., sobre como o mundo literário tomou espaço em suas pautas. “Se me perguntassem qual o meu maior ativismo atualmente, eu diria que é na leitura, em incentivar as pessoas desde crianças. A literatura mostra como a vida é diversa”.

Se utilizando também do debate social como fonte educadora, a Bienal do Livro, mesmo que constituindo um evento diferente, se utilizou do bordão “Os outros somos nós” como tema principal.

Ao todo, além de lançamentos e apresentações, o evento recebeu mais de 40 escritores e 18 mesas de debates permeadas por temas como sexualidade, racismo, feminismo, entre outros.

Academia reformada

Carlos José Fontes Diegues, conhecido como Cacá Diegues (foto), é o mais recente nome a ocupar a cadeira de número 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL). O cineasta foi eleito no dia 30 de agosto por uma votação interna entre os membros da academia. O maceioense é sucessor de Nelson Pereira dos Santos, também cineasta, morto em abril.

A posição tem como patrono Castro Alves (1847-1871), e foi concorrida por 10 pessoas, entre elas, a escritora Conceição Evaristo, 71. A candidatura da mineira se deu de forma inédita na Academia, sendo a autora indicada por meio de um abaixo-assinado on-line.

Em 24 de novembro, o jurista Joaquim Falcão tomou posse na instituição, substituindo o escritor Carlos Heitor Cony, falecido em janeiro de 2018. Em dezembro, Marcos Lucchesi foi reeleito por unanimidade como presidente da casa.

Editora relança título após polêmica com Bolsonaro

O livro Aparelho Sexual e Cia. – Um Guia Inusitado para Crianças Descoladas entrou em pauta nacional no fim de agosto e início de setembro, após ser alvo de fortes críticas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) – à época, ainda candidato à Presidência da República. Mencionado como parte do ‘kit gay’, o título foi defendido pela Companhia das Letras, responsável pela publicação no Brasil.

Após a polêmica, a editora Seguinte – selo juvenil da companhia resolveu relançar a publicação, antes fora de catálogo. Escrito por Hélène Bruller e ilustrado por Philippe Chappuis (Zep), o texto busca, de forma lúdica, informar jovens entre 11 e 15 anos acerca de temáticas relacionadas à puberdade, amor e sexualidade, utilizando, para isso, a linguagem dos quadrinhos.

2018 sem Nobel de Literatura

Depois de ininterruptos 69 anos de premiação, o Nobel de Literatura foi inviabilizado em 2018. Após acusações do movimento #MeToo, em novembro de 2017, envolvendo o marido de uma dos membros da Academia Sueca, outros integrantes da instituição renunciaram aos cargos, fazendo com que o quórum necessário para a escolha da entrega das medalhas não fosse atingido.

Pouco menos de um ano após o escândalo vir à tona, no mesmo dia em que a categoria de medicina abria as nomeações, em 1º de outubro, Jean-Claude Arnault (foto), pivô do caso, foi condenado a dois anos de prisão por estupro.

A medalha literária, que já se mostrava instável desde 2016 quando elegeu o músico Bob Dylan para receber a homenagem, foi adiada para 2019, quando serão entregues duas insígnias.

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