Beatriz Castilho
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Carne Doce, em um paradoxo sensorial, extrapola os limites do plano gastronômico. Nascida no âmago da borbulha sertaneja, a banda goiana se alimenta de diferentes referências para elaborar um misto sonoro em uma base de rock.
Marcado por composições viscerais – e vocais que acompanham as letras -, o quinteto traz o disco mais recente, Tônus (2018), para lançamento, em apresentação gratuita, na capital. O show acontece na noite desta quinta-feira, no Pier 21.
Em 10 faixas, e pouco mais de 40 minutos, Tônus se leva pelo maior sossego na voz de Salma Jô, em contraste com Princesa (2016) e Carne Doce (2014), dois outros títulos da discografia.
Formado em 2014, o quinteto mescla referências de rock dos anos 70 e MPB em canções com pitadas de pop.
“Não somos mais aquela banda que precisa gritar para se apresentar, estamos mais suaves, mais calmos, e aproveitamos este momento para explorar novas linguagens”, conta a vocalista, em entrevista ao Jornal de Brasília.
Batizado com nome da sexta faixa que abraça, o álbum, para a integrante, entrega um teor de resiliência.
“Essa é uma das palavras mais positivas que temos dentro do CD, e acaba dando um tom de superação para essas feridas abertas que estão dentro das músicas”, revela Salma Jô.
Perpassando por temáticas como amor, política e idealizações, Tônus tem a quebra da expectativa – e o aprendizado a partir disso – como grande contexto.
E assim, mesmo carregando a brutalidade como essência, a banda incorpora o intimismo do novo disco nas performances.
“Estamos mostrando um show mais elaborado, a iluminação é um espetáculo à parte, e o figurino também. É um reflexo de uma banda que vem crescendo, que já pode dizer que tem um público mais formado”, declara a vocalista.
Salma Jô divide o palco com Macloys Aquino (guitarra), Anderson Maia (baixo), João Victor Santana (guitarra) e Ricardo Machado (bateria).
Show de abertura
A apresentação dos goianos se equilibra à calmaria da brasiliense Raquel Reis, que faz o show de abertura. Compositora, cantora e multi-instrumentista, ela lançou seu álbum de estreia Quitinete em 2017. Dona de voz marcante, faz indie-folk acompanhado de arranjos cuidadosos e letras sinceras.
“Assim temos a oportunidade de furar a bolha do nosso público, e atingir outros, que às vezes não conhecem a cena independente”, conclui a vocalista do Carne Doce.
Serviço
Carne Doce
Hoje, a partir das 19h30
No Pier 21 (Setor de Clubes Esportivos Sul)
Entrada franca
Informações: 3251-2121
Classificação livre