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Música

“Vivemos um tempo de trevas”, diz Zeca Baleiro, que fará show no sábado em Brasília

Aos 22 anos de carreira, o músico maranhense volta à capital com dois novos lançamentos. Ele leva músicas inéditas e relembra clássicos de sua carreira

Agência UniCeub

21/11/2019 14h47

João Pedro Rinehart e Luiz Eduardo Certain
Jornal de Brasília/Agência UniCeub

“A sensibilidade para a arte está embaçada. Vivemos um tempo de trevas”. A opinião é do cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro sobre a atual situação social e cultural e política do país. Mas o músico não se vê sem esperanças. Ele cita que esse é apenas mais um motivo para “espalhar poesia por aí”, disse em entrevista à Agência UniCEUB/Jornal de Brasília Baleiro é uma das principais atrações em Brasília no próximo sábado (23).  Ele subirá ao palco do “Expoestado é show- 2019”, que acontece a partir das 20h, no Setor Comercial Sul – Quadra 6. Os ingressos custam R$ 26, apenas no primeiro lote. Uma porcentagem do lucro dos ingressos será doado para o Coletivo Caravana Chico Xavier, que atua com acolhimento da população de rua do DF.

Aos 22 anos de carreira, o músico maranhense volta à capital com dois novos lançamentos. Ele leva músicas inéditas e relembra clássicos de sua carreira. Na apresentação, o artista estará acompanhado por dois amigos com os quais divide os palcos e estúdios ao longo de sua trajetória: Tuco Marcondes (guitarra e vocais) e Adriano Magoo (teclados, samplers, sintetizadores e acordeon).

Zeca Baleiro comenta que o evento será oportunidade de divulgar as novidades no repertório. “ Este ano lancei dois volumes de ‘O Amor no Caos’, um projeto em dois tempos. O volume 1 tem canções mais supostamente ‘pop’, o segundo é diferente – mais acústico, mais reflexivo e mais emocionado”. Além das parcerias nos palcos, Baleiro contou com a participação do compositor maranhense Marcos Magah. Ele também musicalizou um poema do autor francês Tristan Corbière.

Pluralismo

Idealizado pelo CEESP – Centro Estudos Especiais e Desenvolvimento de Projetos, a Expoestados busca este pluralismo tão presente no Distrito Federal. Além de incentivar a ocupação de espaços públicos centrais e acessíveis, como o Setor Comercial Sul. “Queremos ocupar locais públicos que são centros do Distrito Federal, da cultura, da arte. O movimento é de revitalização e acessibilidade, para que todos possam vir para Expoestados. Por isto, a escolha do Setor Comercial Sul”, afirma Nana Campos, idealizadora do evento.

Além de Zeca Baleiro, o evento conta com a música Emília Monteiro. A cantora começou sua carreira atuando e cantando na Companhia dos Menestréis de Oswaldo Montenegro. Seu álbum Cheia de Graça nasceu de suas lembranças afetivas e familiares com os ritmos do Norte. O samba de raiz e pagodes clássicos e contemporâneos ficam por conta da Dhi Ribeiro e 7naRoda. Consagrada em Brasília, Dhi chegará feliz e com surpresas para o público. “Eu amei o convite de poder participar dessa mistura, eu adoro misturas e essa diversidade musical que temos no nosso país”, disse a musicista. Já o 7naRoda vai novamente prestar reverência ao samba de raiz. Com toda a energia de 12 anos de carreira, completados em 2019, que o grupo, cada vez mais, marca presença em shows e rodas de samba do Distrito Federal.

“Se tiver censura, burlaremos”

Zeca Baleiro diz não ter medo de uma nova censura. “Não deixaremos que isso aconteça. Se acontecer, burlaremos. Censores costumam ser burros”.  Ainda sobre o cenário político e a sua relação com a música, o artista lembra que não viu medidas boas para a cultura nos governos anteriores. “Embora eu tenha de admitir, coisas importantes foram criadas, como os pontos de cultura”. Os pontos de cultura foram implementados a partir do Programa Cultura Viva, do extinto Ministério da Cultura. Visam apoiar financeiramente e institucionalmente ações socioculturais nas comunidades.

Sobre a situação atual, o maranhense considera que o cenário não anda bem. “Mas somos fortes, vamos sobreviver a esse lixo todo”, afirmou. Zeca ressalta a importância da cultura e da educação para o país. “Um plano para a cultura e outro para a educação se fazem urgentes para que a gente avance como nação”. Quando questionado sobre a ausência de músicas de protesto nos dias atuais, o cantor compartilha seu pensamento sobre negando que elas existam. “ ‘Música de protesto’ é coisa de outro tempo, de quando não se tinha voz. Agora todos têm voz, mesmo que não saibam o que dizer”.

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