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Milton Nascimento volta aos palcos do DF com show que retoma as raízes

Arquivo Geral

23/03/2018 7h00

Atualizada 22/03/2018 23h21

Divulgação

Beatriz Castilho
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Cinquenta e seis anos de carreira, mais de 30 discos lançados, cinco prêmios Grammy e cerca de 300 canções. Diante de uma das bagagens mais importantes da música popular brasileira, é normal que quando questionado pelo JBr. sobre uma canção especial, Bituca, apelido de infância, responda: “imagine a injustiça que farei se apontar apenas uma?” Para Milton Nascimento, 75 anos completos, é muita história envolvida para resumir em uma única melodia.

Batizado com o mesmo nome dado a ele em uma cerimônia indígena, Milton retorna à capital com o show Semente da Terra, dando prosseguimento à turnê iniciada em 2017, no Palácio das Artes em Belo Horizonte. O apelido guarani intitula a apresentação que engloba as diversas causas sociais defendidas pelo artista ao longo da carreira. O repertório foi escolhido após várias discussões e busca explorar o lado politizado do artista, conhecido por defender causas importantes. “Qualquer forma de discriminação é marcante, e isso é capaz de alterar toda uma vida. O mundo precisa refletir sobre isso”, afirma.

Trajetória

Palco de estreia da turnê, Minas é grande na história de Milton. Além de ser uma mistura das primeiras sílabas de seu nome e sobrenome e título de um de seus discos, representa o local de estreia de sua jornada musical. Nascido no Rio, em 1942, se mudou dois anos depois para Três Pontas, região sul do estado mineiro, após a morte de sua mãe. Lá, fez seu primeiro contato musical com ajuda de sua mãe adotiva, que era professora de música. A partir daí não parou mais.

“Sempre levei as coisas como elas tinham que ser. Música nunca foi uma coisa que eu pensasse diretamente em fazer, simplesmente aconteceu”, revela. Em 1967, já morando em Belo Horizonte, lançou seu primeiro álbum solo: Travessia. O disco marcou por sua originalidade e fez sua carreira decolar, há 51 anos. Entre as 10 faixas, estão os clássicos Maria Maria, Morro Velho e Travessia – todas com temáticas sociais.

Clube da Esquina também balançou a música popular brasileira. O álbum foi lançado em 1972, uma formalização de anos de encontros musicais entre Bituca e amigos como Lô Borges, Wagner Tiso e Beto Guedes. Instigante e inovador, o disco explora rock progressivo, jazz e samba, e, para muitos, marca um movimento artístico dentro da MPB.

Já com quatro álbuns lançados, todos durante a ditadura militar, Milagre dos Peixes (1973) foi o que rendeu ao artista mais complicações. Entre as 11 músicas, oito são instrumentais – isso porque Milton manteve a decisão de lançar as faixas após ter suas letras censuradas. O disco ganhou repercussão fora do País, chegando a ultrapassar os Beatles, nas paradas de sucesso da Austrália, em 1976.

De lá para cá, a carreira internacional só cresceu. A música de Milton conquistou o mundo e os prêmios vieram (cinco prêmios Grammy, sendo o de 1998 por melhor álbum de música do mundo de 1997; artista do ano pela Downbeat, entre muitos outros). Para o cantor, apesar das diferenças culturais com outros países, “a paixão pela arte é a coisa que mais nos une”.

Aos 75, Milton continua movendo, influenciando e enriquecendo nossa cultura – aqui e lá fora.

Serviço:

Semente da Terra Tour 2018

Neste domingo, a partir das 19h. No Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental). Ingressos variam de R$ 100 (Poltrona superior) a R$ 2 mil (Lounges – Sofá de 4 lugares com mesa de centro incluso). Valores referentes à meia-entrada e sujeitos a alterações sem aviso prévio. Informações: 3364-2694 e 3248-5221. Não recomendado para menores de 14 anos.

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