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Literatura

Feira estimula o mercado de livros independentes e autopublicações de Brasília

Segundo pesquisa, as pessoas estão lendo mais, mas comprando menos livros

Redação Jornal de Brasília

19/09/2019 13h09

Foto: Anturia Viotto

No sábado, 28 de setembro, o Ernesto Cafés Especiais promove a “Feira de Arte e Literatura A Outra Margem VI”, das 9h às 19h na unidade da Asa Sul (115 Sul) produzido em parceria com Avá Editora Artesanal e Maria Cobogó (coletivo editorial). De acordo com Giordano Bomfim, que também é organizador da feira “o grande diferencial de feiras como essa, é proporcionar o encontro direto entre leitor e publicador, seja escritor, editor ou curador dos títulos”. Nesta edição, os participantes são de Brasília e outros Estados, e vão expor suas obras e conversar com o público. Haverá ainda lançamento de títulos com rodas de bate-papo, workshop de produção do próprio livro e autoria criativa (pago), oficina de origami para crianças (paga) e palestra Ossobuco Visita.

Existe muita especulação sobre o futuro do mercado de livros no Brasil e no mundo. A recente chegada da internet num mercado que existe há milhares de anos (primeiro registro no século XX a.C.) apresentou aos leitores novas formas de acessar conteúdos e obrigou o mercado a se movimentar. Alguns indicadores nacionais demostram que o atual momento tem levado ao que parece ser o fortalecimento do mercado independente e das autopublicações.

A 4ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro mostrou que o brasileiro está lendo mais, em 2016 foram em média 2,43 livros, e em 2001, 2,01 livros. Por outro lado, dado ainda mais recente, mostrou queda de exemplares produzidos, de 393 mil em 2017 para 350 mil em 2018; e no faturamento, queda nominal de 6,7% de 2017 para 2018 (consideradas as vendas ao mercado). Essas informações estão no relatório “Produção de Vendas do Setor Editorial Brasileiros” lançado em 2019 pela Câmara Brasileira do Livro e Fundação Instituto de Pesquisa Econômica, e representa o mercado tradicional, aquele formado por grandes editoras.

A partir desses dados, profissionais do mercado independente tem feito a leitura de que “se há mais gente lendo, mas menos livros sendo vendidos, elas buscam a informação em outro local, acreditamos ser no mercado independente e das autopublicações impressas e online”, observou Giordano Bomfim, gerente cultural do Ernesto Cafés Especiais.

Na loja, há a 3 anos a livraria Desassossego, com a maioria dos seus títulos fruto de produções independentes. Giordano destaca também o papel das feiras de arte e livros independentes, que acontecem com cada vez mais frequência em razão da aceitação do público e de uma demanda crescente. A questão da independência no processo de publicação é entendida por alguns profissionais como a melhor estratégica para toda a cadeia (mesmo que isso signifique não ter grandes patrocinadores).

Novos autores surgem, há maior controle dos processos de publicação, divulgação e distribuição, é possível cobrir temáticas mais específicas, há a valorização da produção autoral e local, o contato entre artista e leitor é mais próximo e mais rico.

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