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Festival de Brasília: Seis longas e nove curtas serão exibidos neste fim de semana

Arquivo Geral

23/09/2016 7h00

Atualizada 22/09/2016 22h37

Com João Baldasserini e Vivianne Pasmanter, longa Malícia é o único representante do DF este ano. Foto: Divulgação

Larissa Galli
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Cinéfilos, tremei! O 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro continua no fim semana, com a exibição de seis longas e nove curtas e médias-metragens no Cine Brasília. Um dos destaques é a produção brasiliense Malícia, de Jimi Figueiredo, que está na programação do domingo.

O roteiro do filme é baseado em um conto que Jimi produziu com Ana Saggese, e se desenrola em torno de um homem recém-separado que passa a espionar sua namorada e sua ex-mulher por meio do computador. Uma história atual que envolve relações pessoais, o real e o virtual. “É uma obra que fala sobre como a gente consegue viver uma relação virtual mesmo quando a relação física já esteja acabada”, explica o cineasta.

Pela primeira vez na mostra competitiva, Jimi sempre viu o Festival de Brasília como grande referência para os cineastas brasilienses. “É um festival muito plural, com muitas tendências cinematográficas. Fazer a primeira exibição de Malícia aqui é uma grande emoção”, afirma.

O filme conta com um elenco de peso, com atores como Vivianne Pasmanter, João Baldasserini e Marisol Ribeiro. O cineasta explicou que buscou fazer uma ponte Rio/São Paulo na produção e seleção de atores. “Essa diversidade soma para a produção, que acaba se tornando nacional. É um filme de Brasília, mas tem influências de outras cidades”.

Drama e suspense

Um drama carregado de suspense retrata um pesadelo vivido pelo personagem e seu processo de negação da realidade. Esse é o mote de Elon Não Acredita na Morte, primeiro longa de Ricardo Alves Jr., que faz sua estreia amanhã, no festival candango, às 19h. A narrativa se desenvolve envolta na jornada de Elon, que busca entender o que pode ter acontecido com sua esposa desaparecida, sem perder a sanidade pelo caminho.

Segundo o diretor, a produção mineira pede um espectador ativo, que complete as lacunas propostas pela trama. “O filme é narrado com algumas pistas e quem assistir terá que juntar as pistas para montar sua própria versão sobre quem é Elon e o que pode ter acontecido com Madalena (sua esposa)”, adianta o cineasta.

Livremente inspirado na história de Elon Rabin, o filme é uma espécie de continuação do curta Tremor, vencedor de três prêmios no Festival de Brasília de 2013. “Ao filmar o curta, percebi que aquela história poderia se desdobrar em uma narrativa longa, em que os personagens que cercam Elon poderiam ganhar vida, que o mundo que o cerca poderia ganhar mais densidade”, finaliza Ricardo.

Norte e Nordeste também têm lugar

O Último Trago, quinto longa dirigido por Pedro Diogenes e pelos irmãos Ricardo e Luiz Pretti, é o representante do Ceará na telona da capital. O filme será exibido publicamente pela primeira vez hoje, às 19h. A narrativa é dividida em três épocas e espaços diferentes, filmados durante cinco semanas no interior e na costa do Ceará.

O Amazonas entra na competição com Antes o Tempo Não Acabava, de Sérgio Andrade e Fábio Baldo. O primeiro longa da dupla estreou no Festival de Berlim este ano e a primeira exibição no Brasil acontece amanhã, às 21h30. O filme conta a história de Anderson, um jovem indígena em conflito com os líderes de sua comunidade, em Manaus. Segundo Fábio Baldo, o longa aprofunda as noções de representação de excluídos da sociedade.

O diretor Sérgio Andrade adianta que o longa é quase todo legendado em português. “São quatro idiomas indígenas falados, isso o torna quase um filme estrangeiro. Mas talvez seja o mais carregado de um Brasil primal e desconhecido”.

Os diretores afirmam que o filme nasceu dentro de uma premissa documental e se expandiu para a ficção. “A ideia surgiu da observação de comunidades indígenas que haviam deixado suas aldeias para tentar a vida nas cidades”, explica Fábio.

Produções femininas em cartaz

A primeira produção feminina da mostra competitiva de longas-metragens marca presença no Cine Brasília no fim de semana. Primeira obra de ficção da premiada documentarista Marília Rocha, A Cidade Onde Envelheço trata sobre o tema da imigração. O filme é uma coprodução com Portugal e estreia hoje, às 21h30. Na produção, uma jovem portuguesa que mora no Brasil recebe em sua casa uma antiga conhecida, vinda de seu país. O filme acompanha suas aventuras e a ligação entre elas.

De acordo com a diretora, a trama foi inspirada em situações reais de incentivo à emigração portuguesa. “Eu li que Portugal havia sugerido aos jovens que procurassem trabalho fora do país. Foi quando surgiu a vontade de fazer este filme”. Durante o casting em Portugal, Marília conta que conheceu meninas que procuravam um jeito de sair do país. “O filme deve muito a elas, à suas conversas e aos seus sentimentos”.

Já no domingo, tem filme sobre o amor e o tempo em Cuba. Vinte Anos, de Alice de Andrade, é um retrato de histórias de amor de três casais cubanos, filmadas ao longo de duas décadas. A primeira exibição pública acontece no Cine Brasília, às 19h.

O filme parte de personagens do primeiro curta-documentário da cineasta, Luna de Miel. “Eu decidi filmar os reflexos das mudanças de Cuba nas vidas de famílias que tinha entrevistado no meu primeiro filme”, revela Alice. Segundo ela, “o mais interessante no filme é a imersão na vida cubana de um ponto de vista nada estereotipado”. O longa foi filmado em Cuba, Miami e Costa Rica. “A cada seis meses, eu acompanhava o cotidiano dos personagens, registrando seus movimentos de vida”.

Serviço:

49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

  • Até 27 de setembro. No Cine Brasília (106/107 Sul) e em outros pontos do Distrito Federal. Ingressos para a mostra competitiva: R$ 6 (meia-entrada). Informações: 3325-7777. Programação completa disponível no site festbrasilia.com.br. A classificação indicativa varia de acordo com o filme.

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