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Entretenimento

Exposições no Museu Nacional retratam fronteiras físicas e invisíveis

Obras sobre Alemanha e América alimentam reflexões sobre os limites entre pessoas e nações

Agência UniCeub

14/11/2019 16h34

Por Ana Clara Avendaño
Jornal de Brasília / Agência UniCEUB

Arno Fischer e Manu Militão rompem barreiras materiais e ideológicas em suas obras.

De um lado, as obras do fotógrafo Arno Fischer. Prisioneiro na Segunda Guerra Mundial, libertado em 1946, começou a fotografar para sobreviver. Seus trabalhos traduzem a tentativa alemã de sobreviver ao pós-guerra e um país separado por uma barreira física e ideológica, o muro de Berlim. As fotografias de Fischer representam a Alemanha e a bipolaridade do século XX. Do outro, os quadros do artista plástico Manu Militão contam não apenas sua trajetória pelo continente americano, mas os recortes culturais dos 14 países que marcaram sua história de maneira singular. As duas exposições que ocupam o Museu Nacional investem em tratar de fronteiras físicas e também invisíveis.

Foto: Divulgação 

A volta pela América em 80 dias

Telas, pincéis, tintas e cavaletes. 60kg de equipamento em cima de uma moto. 80 dias e uma América inteira para percorrer. Manu Militão pintou sua jornada e a história de pessoas que o marcaram com tinta acrílica, a partir do realismo espontâneo. Na técnica,  as cores são escolhidas de forma intuitiva, elas acontecem. O artista conta que “em cada país visitado, eu colocava as tintas em cima da mesa e elas me escolhiam”. 

Foto: Divulgação

“O objetivo era romper as barreiras, tanto as minhas quanto as dos países por onde eu passei”. 

A galeria foi dividida em duas partes. A primeira parte é composta por fotografias e a companheira de Militão, sua Harley, como um diário de bordo do artista. Na segunda, as telas vibrantes que representam as nações e pessoas que foram cruciais na jornada de Manu Militão.  “Eu pude perceber a diferença entre países mais ricos e mais pobres”. 

O artista conta que pôde observar a forma de encarar a vida de cada população. “A Nicarágua uma pátria rica culturalmente, tem uma população muito trabalhadora e solidária. Nos Estados Unidos, observei a frieza das pessoas, elas apenas trabalhavam e adquiriam coisas, por exemplo”.

Gentileza de estranhos

Manu Militão relembra as dificuldades que ultrapassam além das fronteiras físicas e compara “Eu parei várias vezes na beira das estradas norte-americanas e as pessoas passavam e ignoravam, Já no Canadá e nos outros países da América Latina, em qualquer contratempo  sempre alguém estava disposto a ajudar”. Wilson, Mia Johane, Barbara foram alguns personagens que marcaram para sempre a vida do artista.

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