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Cinema

Dia do Cinema Brasileiro: 7ª arte tupiniquim completa 120 anos

Arquivo Geral

19/06/2018 12h04

Beatriz Castilho
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Em 19 de junho o Brasil comemora o Dia do Cinema Nacional. A data faz alusão ao registro das primeiras imagens em movimento realizadas em território brasileiro, feito que coube ao ítalo-brasileiro Afonso Segreto que, a bordo do navio francês “Brésil”, filmou a entrada da baía de Guanabara, no Rio, no ano de 1898. De acordo com o Anuário Estatístico do Cinema Brasileiro, feito pelo Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual, em 2016, foram 142 títulos nacionais lançados, movimentando mais de R$ 360 milhões no País. O mesmo estudo mostra, no entanto, que apenas três filmes nacionais entraram para o ranking dos 20 títulos de maior bilheteria no País: Os Dez Mandamentos – O Filme, o primeiro da lista, Minha Mãe é uma Peça 2, em 13º, e Carrossel 2, em 20º.

Não falta produção boa. É o que garante o cineasta paraibano Vladimir Carvalho, radicado em Brasília e que conta com mais de 20 filmes no currículo. “Tem cinema para todos os públicos. Não há um só tipo de filme, é principalmente um retrato do Brasil”. Para ele, o que dificulta o maior alcance dessas produções é a falta de salas voltadas para isso.

Para o cineasta e professor do departamento de Audiovisual e Publicidade da Universidade de Brasília, João Larini, apesar de o audiovisual ser uma arte recente, tem uma grande importância, desde o início. “O cinema é um vetor de conhecimentos sobre o Brasil. Até se a gente olhar para os pioneiros, eles dizem muito sobre o País”.

Cinema Novo

Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha: marco do Cinema Novo (Divulgação)

Prova disso é o Cinema Novo, movimento que nasceu em meados de 1960, com o lema “uma ideia na cabeça e uma câmera na mão”. Os diretores utilizavam a realidade brasileira como motivação para a criação dos filmes, que quebravam as fôrmas americanizadas. Rio 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos, é considerado o pioneiro do movimento. Além dele, diretores como Glauber Rocha, Cacá Diegues e Leon Hirszman marcaram a época e redefiniram a história da sétima arte no País. “O Cinema Novo se assemelha ao movimento modernista, da semana de 1922, e é uma das coisas mais importantes, ajudou a firmar um conceito. Se hoje temos um perfil próprio foi por conta disso”, ressalta Vladimir.

Desde então, veio a censura da ditadura e o advento dos videocassetes, em meados dos anos 1980. As produções brasileiras voltaram a ganhar espaço com o movimento de retomada, em 1990, com filmes como Carlota Joaquina, Princesa do Brazil, de Carla Camurati (1995).

Em 1962, Anselmo Duarte e seu O Pagador de Promessas ganhavam a Palma de Ouro em Cannes, exaltando o nome do cinema brasileiro no mundo inteiro. De lá para cá vários vários filmes ganharam destaque internacional. Entre as obras premiadas lá fora estão Central do Brasil, de Walter Salles (1998); Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles; Carandiru (2003), de Hector Babenco; Tropa de Elite (2007), de José Padilha, e O Som ao Redor (2012), de Kleber Mendonça Filho.

Brasília

Ganhador de vários prêmios pelo documentário Rock Brasilia: Era de Ouro, Vladimir diz que há muito a percorrer quando o assunto é o cinema brasiliense. “Temos uma movimentação local porque a cidade nasceu filmada, aí se desenvolveu um grupo talentoso, com José Eduardo Belmonte, René Sampaio, Adirley Queirós, Mauro Giuntini, entre outros”.

Aliás, René Sampaio é o responsável pela direção do longa inspirado na famosa canção Eduardo e Mônica, de Legião Urbana. Os atores Alice Braga e Gabriel Leone foram escolhidos como protagonistas para interpretar o icônico casal brasiliense. Previsto para ser gravado ainda este ano, o filme tem previsão para chegar aos cinemas em 2019, e tem orçamentado de R$ 9 milhões. Nessa mesma linha, Sampaio dirigiu Faroeste Caboclo (2013), inspirado na música homônima da célebre banda de Brasília.

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