Beatriz Castilho
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Vestindo como temática o movimento do afrofuturismo, nascido nos anos 60, a terceira edição do Favela Sounds – Festival Internacional de Cultura de Periferia, como o próprio nome adianta, tem como proposta dar voz à cultura periférica. Com entrada gratuita, a festividade promove, entre esta sexta (23) e sábado (24), uma maratona de resistência na praça do Museu da República.
Com 26 atrações, o evento dá início aos shows nesta sexta, às 18h. Radicado no Rio, o brasiliense Hodari sobe ao palco às 18h30. Com duas músicas lançadas – Teu Popô e Netflix -, o cantor apresenta uma sonoridade híbrida.
“É um mix do que eu sou. Minha família é negra, cresci escutando jazz, samba e blues. Mas também há o funk, as religiosidades…”, explica.
Força feminina
Além de Hodari, nomes como Preta Rara (SP) e Flora Matos (DF/SP) se apresentam, evidenciando a força feminina do festival.
No sábado, aliás, a luta das mulheres abre a parcela musical do evento com o trio Donas da Rima (DF), a partir das 18h. “O rap é uma ferramenta de luta e expressão de sentimentos. Além de representar um espaço de denúncia social, nos sentimos confortáveis para mostrar o que pensamos”, destaca Luana, uma das integrantes. A cantora adianta, em entrevista, que o espaço no Favela vai ser de lançamento de composições inéditas.
Outro lançamento de EP acontece às 20h20, também no sábado, com Drik Barbosa (SP).
Trazendo uma mistura de R&B e rap do recente Espelho (2018), a artista reitera a importância do evento escolhido. “(Favela Sounds) Consegue reunir várias juventudes periféricas, que têm uma linguagem parecida, independentemente das suas vivências. Tem algo maior que nos une”, aponta. ”Que tenham cada vez mais eventos de cultura da quebrada”, espera a artista.
Ainda na programação, shows de Don L (CE), Rico Dalasam (SP) e MC Tocha (PE).
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Conheça a programação detalhada do Favela Sounds:
RALAÇÃO
(etapa de atividades formativas do festival)
OFICINA DE CENOGRAFIA
ministrada por Diego Zabelê e Didi
De 5 a 23 de novembro (encerrando na montagem do Baile – Favela Sounds 2018)
Horário: 14h às 18h
Local: Jovem de Expressão (Praça do Cidadão, Ceilândia Norte)
OFICINA DE EMPREENDEDORISMO NA QUEBRADA
ministrada por Wemmia Anita
De 19 a 23 de novembro
Horário: 19h às 23h
Local: Espaço Imaginário (Conjunto 05, Samambaia Sul)
OFICINA DE PERCUSSÃO
ministrada por Macaxeira Acioli
De 19 a 23 de novembro
Horário: 14h às 18h
Local: Casa Frida (São Sebastião)
OFICINA DE GRAVAÇÃO DE FAIXAS AUTORAIS EM BAIXO CUSTO
ministrada por Higo Melo
De 19 a 23 de novembro
Horário: 19h às 23h
Local: Espaço Cultural Palco (Varjão)
PAPO RETO
(etapa de debates do festival, programação em escolas públicas do DF)
DEBATE “RAP É COMPROMISSO – RIMA E IDENTIDADE”
CONVIDADA: PRETA RARA
Data: 23 de novembro
Horário: 10h30
Local: com os alunos do CED 3 de Sobradinho
DEBATE “RAP É COMPROMISSO – RIMA E IDENTIDADE”
CONVIDADA: PRETA RARA
Data: 23 de novembro
Horário: 14h30
Local: com os alunos do Centro de Ensino Fundamental Telebrasília (Vila Telebrasília)
DEBATE: “NOTÍCIAS DA FAVELA PARA A FAVELA – COMO O JORNAL VOZ DAS COMUNIDADES GANHOU O MUNDO”
CONVIDADO: RENÉ SILVA
Data: 23 de novembro
Horário: a confirmar
Local: com alunos do CEM 01 – Núcleo Bandeirante
TAMO JUNTO
(Etapa de vivências do festival nas Unidades do Sistema Socioeducativo do DF)
Roda de conversa, pocket show e microfone aberto com jovens em privação de liberdade, com quatro apresentações em três unidades do Sistema Socioeducativo do DF, contando com a presença dos artistas Vera Verônika, Nego Dé e DJ Chokolaty.
23 e 24 de novembro – Ud. Sistema Socioeducativo de Santa Maria – UISM
29 de novembro – Ud. Sistema Socioeducativo de Brazlândia – UIB
30 de novembro – Ud. Sistema Socioeducativo do Paranoá – UAMA
*Atividades com entrada somente mediante autorização prévia das instituições.
O BAILE
(Dois dias de shows com entrada franca no Museu Nacional Honestino Guimarães. Transporte gratuito de 10 endereços distintos do DF)