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Cinema

Netflix: Sci-fi ‘I Am Mother’ surpreende pela originalidade

Leonardo Resende

13/06/2019 16h16

Na década cinquentista, o ser humano experimentava criações e se descobria com uma mão de obra capaz de grandes tecnologias. Com essa paranoia do que pode acontecer, Isaac Asimov deu o primeiro passo dentro da literatura sobre o robotismo com obras supremas como A Fundação e Eu, Robô. Hollywood ainda sonhava em unificar dilemas humanos dentro de uma máquina como o escritor fazia. Porém, muitos anos depois, dois diretores souberam trazer isso à tona, sendo eles Ridley Scott e James Cameron. O primeiro, sob influência intensa de Philip K. Dick, com Blade Runner – O Caçador de Andróides e o segundo com a sua megalomania pela tecnologia. Tudo isso resultou em movimentos e gêneros de muita influição para a sétima arte. Colocar o status Homem Vs Máquina nunca foi tão divertido de imaginar e esses diretores souberam criar obras bíblicas essenciais para as próximas gerações usarem de inspiração. I Am Mother, novo longa-metragem da Netflix concentra todas características e enfatiza o surgimento de um talento para a ficção.

I Am Mother. Foto – Divulgação

O filme que está disponível no serviço de live-streaming mostra um mundo pós-apocalíptico em que toda a raça humana deixou de existir. Em um laboratório em que embriões são preservados in vitro, um robô feminino chamado Mãe (voz de Rosa Byrne) é programado para reiniciar a espécie, dando vida à Filha (Clara Rugaard-Larsen). Após a visita de uma mulher (Hilary Swank), Filha começa a questionar sua criadora.

Clara Rugaard em I Am Mother. Foto – Divulgação

O segredo deste sub-gênero é canalizar paradoxos para uma máquina. Neste título, Filha é criada por um robô que sucessivamente a testa para viver em um mundo devastado. Emergir questionamentos sobre o que é legítimo da conduta humana dentro de um robô é o melhor que um roteiro pode abordar e o roteirista novato Michael Lloyd Green sabe fazer com muito esmero. Ao lado da direção cheia de atmosfera paranóica de Grant Sputore (também novato), esses rapazes fazem de I Am Mother uma experiência imperdível.

Elenco feminino: mais uma qualidade

Além disso, investir em um elenco 100% feminino e talentoso elevam a experiência de I Am Mother. O trabalho de dublagem de Rosa Bryne é brilhante. No filme, a atriz consegue fundir serenidade e emoção por trás uma máquina. Hilary Swank que estava envolvida em ótimos indies como Dívida de Honra, mostra sua constante competência com atriz, interpretando uma mulher cheia de remorsos. 

 

Hilary Swank em I Am Mother. Foto – Divulgação

Assim como o diretor e roteirista, a personagem da Filha é interpretada pela new-comer Clara Rugaard-Larsen que consegue criar uma persona enfática,  misturando a curiosidade de um humano solitário e a determinação de um jovem adulto. Independente do nicho em que o espectador tenha mais afinidade, I Am Mother é uma aula de humanidade. Indispensável e necessário para o cenário roteirístico atual.

Hilary Swank e Rosa Bryne em I Am Mother. Foto – Divulgação

 

Por Leonardo Resende

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