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Cinema: 7 Dias em Entebbe e Quase Memória são as principais estreias da semana

Arquivo Geral

19/04/2018 14h00

7 dias em Entebbe: José Padilha dirige filme sobre sequestro real de avião em 1976 (Divulgação)

Da Redação

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As duas estreias principais dos cinemas nesta quinta-feira (19) são 7 dias em Entebbe e Quase MemóriaO cineasta brasileiro José Padilha aborda em 7 Dias em Entebbe um episódio central de um dos mais duradouros conflitos da era atual: o que opõe israelenses e palestinos. As nações, como se sabe, disputam há sete décadas um espaço no Oriente Médio ocupado por um Estado judeu. Este é o pano de fundo da nova incursão do diretor de Tropa de Elite 1 e 2 e a polêmica série O Mecanismo em Hollywood, após Robocop, de 2014.

Padilha mira o sequestro de um avião da Air France com 248 passageiros, em 1976, por palestinos. Eles recrutam estrangeiros para realizar o plano: desviar a aeronave de sua rota original, de Tel Aviv a Paris, para Entebbe, em Uganda, país africano cujo ditador aceita fazer as vezes de anfitrião. Depois, tornar o terminal do aeroporto local um cativeiro para, enfim, negociar com Israel, condicionando a libertação dos reféns ao pagamento de US$ 5 milhões e à soltura de mais de 50 palestinos.

A história foi contada antes em filmes. O diferencial da releitura fica com as descobertas publicadas em livro em 2015 pelo inglês Saul David. Da obra advêm novos detalhes, como as escolhas do sequestrador alemão face à iminência do ataque batizado de Operação Thunderbolt. É explorada a oposição entre o premiê Yitzhak Rabin (Lior Ashkenazi) e o ministro da Defesa, Shimon Peres (Eddie Marsan) – ambos futuros protagonistas do conflito. O resgate que eles enfim ordenam teve no comando Yonatan Netanyahu. Única vítima entre os militares, ele era o irmão mais velho do atual premiê Benjamin Netanyahu. Institui-se oposição: o cotidiano dos reféns, ameaçados pelo prazo minguante, versus a divergência entre os políticos sobre a negociação.

Entre os sequestradores havia dois alemães engajados com o comunismo, causa até então deveras alinhada ao levante palestino: Wilfried Böse (Daniel Brühl) e Brigitte Kuhlmann (Rosamund Pike). Os reféns eram israelenses – cidadãos de outros países foram soltos nos primeiros dias de cárcere. A oposição entre carrascos germânicos e vítimas judias quando o Holocausto ainda não completara 30 anos é um pilar do filme.

“Os marxistas daquela época se viam como inimigos do nazismo, e o Böse viu-se em conflito”, diz o diretor. A postura do alemão “fez diferença brutal no número de reféns que morreram”, lembra Padilha, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Baseado em best-seller

João Miguel está no elenco de Quase Memória (Divulgação)

A comédia dramática Quase Memória, de Ruy Guerra, é baseado no livro homônimo de Carlos Heitor Cony. O filme explora o território entre a ficção e a memória a partir das reminiscências do protagonista sobre o pai morto.

Na trama, Carlos (Charles Fricks) é um jornalista que, em um dia qualquer, recebe um pacote diferente. Através da letra e do embrulho, ele logo nota que o remetente é seu próprio pai, Ernesto (João Miguel), que morreu há alguns anos. Espantado, Carlos fica em dúvida se deve ou não abrir o pacote. Enquanto isso, relembra divertidas memórias que teve ao lado do pai.

A partir do best-seller de Cony, Guerra produz uma obra que se distancia de qualquer noção de realismo. Passa pelo realismo fantástico e até pela fantasia pura, abusando da estética do teatro e do circo para interpretar a memória como um elemento muito mais afetivo do que fatual.

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