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Ator e diretor francês Jean Renoir ganha mostra com filmes em película no CCBB

Arquivo Geral

15/02/2017 7h00

Atualizada 14/02/2017 22h35

A Regra do Jogo (1939) retrata a alta classe da sociedade francesa antes do início da 2ª Guerra Mundial. Foto: Divulgação

Rosana Jesus
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Filho do pintor impressionista Pierre Auguste Renoir (1841- 1919), o cineasta Jean Renoir absorveu do pai o gosto pelas artes, a forte referência da fotografia, das paisagens como cenário de dramas humanos. Influenciador de toda a geração da Nouvelle Vague, também contribuiu para a formação da sétima arte com pequenos detalhes como o plano-sequência e a perspectiva em profundidade. O francês ganha retrospectiva no Centro Cultural Banco do Brasil, a partir de hoje, com a exibição de mais de 30 filmes.

Filmes de todas as fases de Jean Renoir podem ser conferidos no CCBB até 13 de março.

Entre as atrações, 16 serão exibidas em película (35mm), como os clássicos A Grande Ilusão (1937) e A Regra do Jogo (1939), dois dos filmes mais populares do cineasta. A Vida lá Fora: O Cinema de Jean Renoir traz ainda dois documentários sobre a vida e obra do diretor. “Sua carreira é longa e variada, além disso, estabelece um leque muito amplo de inovações estético-narrativas, impõe tamanhos desafios críticos-analíticos”, explica o curador Júlio Bezerra. “Sem Renoir, o cinema teria sido outra coisa”, acrescenta.

“Jean Renoir é para muitos o maior cineasta de todos os tempos. Nome basilar para o que se veio chamar mais tarde de Cinema Moderno. Renoir usava o plano-sequência como poucos, conseguia extrair de seus atores raras interpretações, imprimia uma sensibilidade e uma ‘honestidade’ muito particular”, destaca Bezerra.

A mostra conta ainda com um catálogo, uma sessão para deficientes auditivos e visuais, um curso intensivo gratuito e um debate que reúne, além de Júlio Bezerra, os professores Pablo Gonçalo e Filipe Furtado, no dia 2 de março, às 20h. O encontro tem entrada gratuita e tradução em libras. Os palestrantes tratam das principais características do estilo do mestre francês e de alguns de seus filmes mais importantes.

Cinema mudo

Piloto de reconhecimento na Primeira Guerra Mundial, Renoir transportou sua experiência para o cinema. Estreou nos anos 1920, dirigindo nove filmes mudos. Na década de 1930, lançou suas obras mais elogiadas: A Grande Ilusão, que trata de relações de classe na França da Primeira Guerra, e A Regra do Jogo, comédia sobre a alta sociedade francesa.

Após a França ser invadida pela Alemanha, na Segunda Guerra, o cineasta se mudou para os Estados Unidos, onde rodou filmes como O Segredo do Pântano (1941) e Mulher Desejada (1947), sendo indicado ao Oscar de melhor direção por Amor à Terra (1945).

Camaleão, Renoir deu outro rumo à carreira nos anos 1950. Visitou a Índia para filmar seu primeiro trabalho colorido, o excelente Rio Sagrado (1951), e voltou para a Europa, onde decidiu dirigir musicais.

Pouco antes de sua morte, em 1979, aos 84 anos, Jean Renoir recebeu da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood um Oscar especial, em 1975, entregue em reconhecimento ao conjunto de sua obra. Em 1976 foi condecorado pelo Ministério da Cultura da França.

Serviço

A Vida lá Fora: O Cinema de Jean Renoir

  • De hoje a 13 de março. No cinema do Centro Cultural Banco do Brasil (Setor de Clubes Esportivos Sul). Ingressos a R$ 5 (meia-entrada). Informações: 3108-7600. Não recomendado para menores de 12 anos.

Programação

  • Hoje – A Mulher Desejada (18h) e Amor à Terra (20h)
  • Amanhã – Madame Bovary (16h), O Testamento do Dr. Cordelier (18h) e A Marselhesa (20h)
  • Sexta – Jean Renoir, o Patrão – 1º Parte – Em Busca do Relativo (16h), Jean Renoir, o Patrão – 2º Parte – Michel Simon, A Direção dos Atores (18h) e Jean Renoir, o Patrão – 3º Parte – A Regra e a Exceção (20h)
  • Sábado – Boudu, Salvo das Águas (14h30), O Submundo (16h30), A Cadela (18h30) e French Cancan (20h30)
  • Domingo – Jean Renoir – Parte 1 e 2 (15h), Tire-au-flanc (17h30), Boudu, Salvo das Águas (19h30) e Um Dia no Campo (21h30)
  • 20 de fevereiro – A Filha da Água (18h) e O Submundo (20h)
  • 22 de fevereiro – Nana (15h), A Cadela (18h) e A Grande Ilusão (20h)
  • 23 de fevereiro – Tire-au-flanc (15h), A Marselhesa (17h) e Esta Terra é Minha (20h)
  • 24 de fevereiro – La Vie Est à Nous (16h30), French Cancan (18h) e Toni (20h)
  • 25 de fevereiro – Esta Terra é Minha (14h30), A Grande Ilusão (16h30), Toni (19h) e Um Dia no Campo (21h)

Confira a programação completa aqui.

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