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“A dança é meu refúgio”, diz cadeirante que participa de projeto inclusivo; ouça podcast

Com oito anos do projeto, o professor está sempre em busca de inovações e quebrando barreiras através da arte

Agência UniCeub

31/05/2019 19h05

Inclusão social na dança. Esse é o objetivo principal do Projeto Pés, criado pelo professor Rafael Tursi em 2011 a partir de uma experiência pessoal. 

 

Desde então, mesmo com muitas dificuldades, o professor desenvolve projeto que tem mudado a vida de jovens portadores de deficiência. O biólogo Roges Moraes, cadeirante com paralisia cerebral leve, garante que a dança mudou a vida dele.

“Hoje em dia, a dança faz parte de mim. É isso que eu escolhi pra fazer durante a minha vida toda. E a dança é tudo na minha vida, é onde encontro refúgio, onde eu encontro confiança. Dançar  é inexplicável, é uma maravilha”, respondeu o dançarino Roges.

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O projeto teve início com cinco alunas com diferentes limitações e nenhuma paraplégica. “O que fazer? Vou ter que dar cinco aulas diferentes?”, pensou à época, o professor Rafael. A resposta foi não. Rafael viu que não seriam cinco aulas diferentes. “Foi a mesma aula com abordagens diferentes”.

Saiba mais sobre o projeto Pés

“Adaptação não é tornar uma coisa fácil. Adaptar é criar meios para que todos possam executar, é o primeiro passo para sair da ideia do café com leite”, comentou Tursi em uma palestra. O professor acrescenta que muitas situações que passaram em grupo não aconteceriam com os dançarinos sem o projeto.”Alguns deles andaram de avião pela primeira vez para viajar com o grupo e talvez sem ele, isso não teria acontecido”, disse.

Saiba mais sobre inclusão

O criador e diretor do projeto trabalha além da dança. Ele aproveita e usa o projeto para quebrar preconceitos dele mesmo e até dos bailarinos. Uma das bases do projeto é a aceitação, juntamente com a adaptação e criação. O professor diz que ter deficiência não é algo ruim e não torna ninguém menos hábil.

Em cena

O Projeto Pés, atualmente, possui quatro espetáculos:  Klepsydra, Grãos, Similitudo e Ludo. O terceiro espetáculo foi o começo de uma fase mais madura do projeto e representou o Brasil em festivais fora do país, como em Bariloche (na Argentina). Em setembro deste ano, seu quinto espetáculo será apresentado, ainda sem nome e data confirmados.

Toda a produção do espetáculo é feita de forma voluntária. O grupo ensaia duas vezes por semana em uma sala na Universidade de Brasília, onde recebe apoio de parceiros e doações.

A voluntária e monitora Mari Lotti, outra bailarina presente no projeto, relembra que se emocionou com uma aula em especial. “Minha melhor memória foi desenhar num papel e desenhar com o corpo o que, uma das integrantes que não fala, disse com o olhar”.

O projeto, reconhecido fora do País, é marcado pelo companheirismo, amizade e carinho. A iniciativa de Rafael trouxe esperança, alegria e aceitação para a vida desses alunos, mostrando que é possível sim ir longe independente de suas limitações. 

Por Geovanna Bispo, Marília Silva, Mayariane Castro, Mayra Cristie e Vitória Von Bentzeen com imagens de Mayariane Castro e Mário César Castro

Jornal de Brasília/Agência UniCeub

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