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Brasília

Volta às aulas: 26,27% dos alunos da rede pública não acessam a web

Pesquisa realizada pelo Sinpro-DF, entre os dias 23 e 31 de maio, avaliou alunos das 14 Coordenações Regionais de Ensino do DF

Catarina Lima

11/06/2020 4h04

A menos de um mês para o reinício das aulas – de forma não presencial – na rede pública de ensino do Distrito Federal, muitos alunos terão dificuldades em acompanha o conteúdo que será disponibilizado. As aulas valendo presença estão marcadas para começar no dia 29 de junho. Pesquisa realizada pelo Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), entre os dias 23 e 31 de maio com pais de alunos das redes pública e privada, revelou que 26,27% dos 456 mil estudantes matriculados na rede pública não têm condições materiais de assistirem e participarem de aulas de ensino remoto.

O estudo avaliou alunos das 14 Coordenações Regionais de Ensino do DF. De acordo com a pesquisa, 40,75% dos alunos do Paranoá não têm acesso à Internet. Em São Sebastião o percentual é de 40,40%; em Planaltina o número constatado foi de 33,47%; e em Santa Maria, 30%. Entre os estudantes de Ceilândia, maior região administrativa do DF, 29,31% dos estudantes declararam não dispor de instrumento eletrônico para acompanhar as aulas.

“Se o Governo do DF adotar o ensino remoto neste período de pandemia, mais de 25% dos estudantes ficarão de fora, excluídos do acesso à educação”, diz o documento produzido pelo sindicato.

O levantamento constatou que 120.842 estudantes não têm nenhum equipamento (celular, tablet, computador/notebook) para uso nas aulas de plataformas digitais. A menos que adquiram os instrumentos eletrônicos necessários, estes alunos cujos pais alegaram não ter equipamentos eletrônicos de acesso à Internet não poderão se cadastrar na plataforma Google Sala de Aula, que será usada pela secretaria de Educação para ministrar as aulas.

Pacote de dados

A secretaria distribuirá, a partir do dia 29 de junho, pacotes de dados gratuitos para todos tanto estudantes quanto professores. Também a partir desta data, segundo a secretaria, a presença passará a ser cobrada. Para aqueles que não dispõem de equipamentos que deem acesso às aulas, as escolas disponibilizarão material impresso. “A secretaria de Educação do DF busca promover a igualdade e a equidade, uma vez que possibilita o acesso, por meio de plataforma digital, de tele aulas e de materiais impressos, aos objetivos de aprendizagem, aos quais os estudantes têm direito”, diz o Plano de Validação das Atividades Pedagógicas Não Presenciais.

O Sinpro considera perigosa a distribuição do conteúdo em papel, devido ao risco de contágio pelo novo coronavírus. “O governo está propondo a distribuição de cópias de atividades aos alunos sem acesso aos meios tecnológicos. Sem dúvida nenhuma esse vai e vem de papel entre as famílias excluídas das aulas remotas e os responsáveis nas escolas pela entrega dessas atividades, irão aumentar o número de mortes e de pessoas infectada pelo coronavírus”, avaliou Samuel Fernandes, diretor do Sinpro-DF.

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