Menu
Brasília

“Violência doméstica precisa ser discutida desde a infância”, diz pesquisadora

Projeto prevê conscientização em escolas

Agência UniCeub

03/09/2019 20h25

Por Geovanna Bispo, Helena Mandarino e Mayra Christie
Agência de Noticias UniCEUB/Jornal de Brasília

Um menino agride uma colega de 6 anos de idade. Um outro garoto chama atenção do coleguinha no recreio. O menino que deu o tapa explica: “se meu pai bate na minha mãe, por que eu não posso fazer isso?”. A conversa é contada pela psicóloga Carolina Teixeira, ex-participante do projeto de extensão “Proteção à mulher vítima de violência doméstica”(PROVID), do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), que reúne professores e estudantes de direito e psicologia. Para uma das coordenadoras do projeto, Fernanda Matielo, que é professora de direito, a ênfase deve ser na educação básica. 

Feminicídios em massa são resultados de masculinidade tóxica

A conscientização faz parte da rotina de quem trabalha na prevenção à violência contra a mulher. “Durante toda a minha graduação, eu me interessei por ambientes que discutem a problemática que envolve a discussão de gênero e foi nesse percurso que eu descobri que tava sofrendo esse tipo de violência”, diz a universitária Ísis*.  

“Maria da Penha vai à escola”

A roda de conversa, ocorrida nesta segunda feira (2/9), fez parte do Encontro de Extensão universitária. A professora Fernanda Matielo explicou que o projeto Provid inclui a iniciativa “Maria da Penha vai à escola”, com a finalidade de tratar de violência contra a mulher a partir da infância. É a criança quem tem que entender o que é certo ou não”, afirmou. 

As integrantes do projeto indicam que o “Maria da Penha vai à escola” mobilizam o grupo de uma forma bastante especial. “Podemos realmente fazer política pública de prevenção para evitar que os nossos adolescentes de hoje não sejam agressores amanhã”, afirma a  estudante de psicologia Luana*. Outra colega, Thereza Raquel, participa do projeto há três semestres. “O projeto vem numa ideia de quebra do ciclo da violência de uma forma não punitiva fornecendo espaços de reflexão, espaço de apoio, acolhimento e escuta para que de alguma forma a gente consiga plantar uma semente para que aquela mulher consiga sair por si só da situação”. 

“Delegacia”

Além de atuar para prevenir, nas escolas, a violência doméstica, outra vertente do projeto é auxiliar do atendimento de mulheres vítimas de violência e também para conscientização do autores. A ideia é agir por uma alternativa não punitiva. Os trabalhos têm parceria com a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) e Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

*Entrevistadas pediram para não ter nome inteiro identificado

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado