Raphaella Sconetto
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Um representante da Secretaria das Cidades fez um discurso polêmico no lançamento do Espaço da Mulher, na Administração de Regional de Taguatinga. O local vai acolher vítimas de violência doméstica. Em sua fala, de apenas 30 segundos, ele disse que os homens também pediam um espaço daquele.
“Só vim parabenizar a administradora por esse espaço criado. Fiz uma cobrança à Karolyne (administradora de Taguatinga): a gente precisa de um espaço desse também para os homens”, discursou, esperando arrancar risadas.
E conseguiu. A plateia riu da “brincadeira”. E ele ainda completou: “Igualdade, não é isso?”. O discurso foi filmado e divulgado na página oficial da Administração de Taguatinga.
Versão oficial
A reportagem perguntou, insistentemente, o nome do servidor à Secretaria das Cidades. No entanto, até a atualização desta nota, a identidade dele não foi confirmada. A pasta, porém, saiu pela tangente: informou que “o secretário Hamilton Esteves não foi ao evento”. A nota diz ainda que “apesar de um servidor estar representando a pasta no local, a declaração dele foi uma visão pessoal e individual. Não houve qualquer orientação para tal fala”.
A Secretaria das Cidades declarou também que “defende, pratica e comemora todas as iniciativas que valorizem as mulheres nos mais variados ambientes, sejam eles de trabalho ou pessoal, e afirma que não compactua com qualquer declaração de discriminação ou preconceito.
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Violência doméstica em Taguatinga
Em 2017, três mulheres foram vítimas de tentativas de feminicídio em Taguatinga. Houve 1.179 agressões contra a mulher, com base na Lei Maria da Penha. Em relação aos estupros, a região administrativa registrou 58 casos. Nos dois últimos crimes, Taguatinga ficou em quarto lugar no ranking com todas as regiões administrativas. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública.
De acordo com a coordenadora do Núcleo Judiciário da Mulher, do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT), Luciana Lopes Rocha, o Espaço da Mulher era requisitado pelo Judiciário. Só no ano passado, mais de mil mulheres entraram com medidas protetivas em Taguatinga. “É uma das circunscrições com maior índice de violência doméstica e familiar do Distrito Federal”, afirma.
