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Brasília

Vice-governador depõe e evita dizer que Rollemberg sabia de propina

Arquivo Geral

21/07/2016 17h51

Atualizada 22/07/2016 12h17

KLEBER LIMA

Millena Lopes
[email protected]

Em depoimento na CPI da Saúde, o vice-governador Renato Santana negou ter qualquer enfrentamento com o governador Rodrigo Rollemberg e disse que as gravações feitas por Marli Rodrigues não lhe causam desconforto. “Quero registrar meus sinceros agradecimentos (pelo convite para depor). Não tenho receio com relação à gravação. Tenho zero problema com relação a isso. O problema é que fui visitar a casa de um amigo e ela virou palco do rec”, disse. “Tirando isso, não tenho problema nenhum”, se colocando à disposição para responder qualquer pergunta.

Depois de ironizar as pessoas que afirmam que ele estaria tramando contra o governador, dizendo que “muita gente anda assistindo ‘House of Cards’ (série política da Netflix)”, Santana afirmou que não se encontrou “com a Marli para conspirar” e afirmou que ao receber um relato sobre um episódio na Secretaria da Fazenda não estava acusando ninguém. “Recebi um relato de um grupo de quatro empresários. No dia seguinte, compartilhei com o governador”, afirmou.

“Quando eu compartilhei a informação com o governador, eu compartilhei planilhas e um bilhete que o senhor João Bosco do Vale havia me entregado, com umas oito linhas”, afirmou, dizendo que assinam o relato empresários identificados como Américo, Ari e Marconi, além do próprio João Bosco. Santana disse ainda que passou também uma lista com os valores que deveriam ser recebidos pelas empresas e a quantia a ser devolvida e que já depôs na Decap sobre o caso.

O vice-governador afirmou não se sentir traído por Marli, “porque não tenho relação nenhuma com ela”. E negou ter conspirado contra Rollemberg. “Não combinei de encontrar com a Marli para conspirar, para organizar uma gravação. Se fosse combinado, não teria o conteúdo que tem lá”, afirmou, dizendo ainda não ver nada de grave em ter dito que ela era uma “irmã” na gravação. “Graves são as acusações, que precisam ser apuradas”.

As afirmações provocaram uma reação do deputado Wasny de Roure (PT). “Pela autoridade que o senhor exerce no DF, o senhor em momento algum formalizou a denúncia (da cobrança de suposta propina). O senhor confiou nela”, afirmou. Santana respondeu que ela não estava fazendo denúncia nova, mas algumas afirmações.

Wasny, então, perguntou sobre quem autorizou o pagamento dos 10% de propina, que ele menciona no áudio, provocando um recuo de Santana.”Eu não sou denunciante”, disse, sendo rechaçado pelo deputado. “Não. O senhor é o vice-governador do DF”, disparou. Santana, então, disse que não confirmou que Rollemberg autorizou o pagamento da propina. Quem autorizava? A investigação vai chegar lá. Eu, sinceramente, não sei quem é”, completou.

Santana reforçou que o governador não está sendo denunciado. “Não podemos inverter os pontos. Temos que apurar e demitir o servidor que cobrar propina”, pontuou. O vice-governador ainda enfatizou que “não irá fazer cabo de guerra”, ao afirmar que os relacionamento precisam ser respeitosos.

Questionado sobre uma possível contenda entre o governo e o vice, Santana afirmou continuar confiando 100% na gestão Rollemberg, mas revelou acreditar que a recíproca não é verdadeira. “Sei que ele não confia em mim nem meio”.

 

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