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Brasília

Vendas on-line devem superar presenciais na Black Friday

Índice esperado pelo Sindivarejista é o maior já registrado. Natal é incentivo para ir às compras

Vítor Mendonça

27/11/2020 5h08

As vendas on-line prometem ser maiores que as presenciais nesta Black Friday no Distrito Federal. Enquanto no ano passado o comércio virtual cobriu cerca de 41% do total de compras feitas pelos consumidores, neste ano, segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista-DF), Edson de Castro, a previsão é de 57%, devido à pandemia do novo coronavírus. “Essa é o maior índice já registrado. Muitas pessoas não estão saindo de casa, mas estão presenteado – e as lojas estão vendendo da mesma forma”, relatou.

A expectativa é que os produtos mais procurados pelos brasilienses sejam de eletrodomésticos e eletrônicos. De acordo com Edson, a razão para a busca destes produtos é a alta rotatividade de novidades e variedades de marcas. “Modelos de televisores, por exemplo, mudam bastante e há muitos novos agora. E os modelos anteriores são vendidos com um preço menor, em liquidação; então muita gente os compra tanto pela modernidade quanto pelo bom preço”, explicou. Dos eletrônicos, os celulares serão os mais procurados, segundo o presidente do Sindivarejista. “É a mesma situação.”

Apesar da expectativa de vendas menores neste ano, com crescimento em torno de 3% a 4% no período, o preço médio de gasto por pessoa está estimado em R$ 280, contra R$ 240 do ano passado. “Brasília tem a maior renda per capita do país […] e muitos estão comprando para adiantar os presentes de Natal”, afirmou Edson. Para ele, as pessoas que estão de olho nas promoções vão aproveitar o 13º para as compras, sendo esta uma “questão de ocasião”. Com os presentes de fim de ano, aproveitam também as entregas e fretes únicos.

“Algumas pesquisas indicam que o investimento feito em publicidade nesse ano [para as vendas on-line] gira em torno de R$ 150 milhões nesse período da Black Friday. E agora as lojas sabem que está mais difícil enganar o consumidor, porque hoje ele faz sua pesquisa. As pessoas acima de 60 anos aprenderam a mexer na internet e estão movimentando muito o crescimento das vendas virtuais. Ano passado houve um grande crescimento, mas esse ano é bem superior”, informou.

Aumento de reclamações

Apesar dos avanços quanto ao uso da internet, proporcionados pela pandemia da covid-19, ainda é possível, a todos os que compram on-line, ser vítima de golpes ou enganações por preços aparentemente baixos. De acordo com o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor do DF (Procon-DF), o número de reclamações por produtos comprados na web mais que dobrou entre 2019 e 2020.

Enquanto até 10 de novembro do ano passado, foram 3.360 atendimentos do órgão, no mesmo período de 2020 foram 7.545 – número cerca de 126% maior que os registros de 2019. As quantidades mais expressivas e díspares são dos meses de Julho e Junho, com 1.032 e 1.024 reclamações, respectivamente, contra 284 e 270 atendimentos do ano passado nos mesmos meses. Neste novembro, nos primeiros 10 dias, 170 haviam sido feitos

De acordo com Rafael Klier, especialista em Direito do Consumidor, este é o período em que as demandas no escritório aumentam. A quantidade de dúvidas e processos gerados em novembro se equiparam às reclamações do Natal – cerca de 30% a 40% de acréscimo da demanda do escritório de advocacia Beckt Advogados Associados.

Para evitar enganações, o melhor seria que os consumidores procurassem os produtos dos quais estão interessados pelo menos três meses antes de novembro, quando as promoções “Black” começam a aparecer. “Essa é uma porta de oportunidade para que o vendedor ofereça a metade do dobro, ou seja, o fornecedor aumenta o preço para fingir que vai dar o desconto”, disse.

Caso o acompanhamento não tenha sido feito, há a possibilidade de acompanhamento retroativo por dois sites, segundo o advogado.

Promoção será estendida

Para vendas presenciais, a fim de evitar aglomerações, alguns shoppings preferiram ampliar o período da Black Friday no DF. É o caso do DF Plaza, em Águas Claras, e do Conjunto Nacional, no centro de Brasília. Os dois estabelecimentos comerciais definiram pelo menos três dias de promoções, sendo o primeiro com quatro dias – de ontem até domingo (30) -, e o segundo entre hoje e domingo também.

“Pensamos em diluir o público, mas ao longo de todo o mês, muitas marcas já fizeram suas promoções, justamente para evitar a aglomeração de pessoas. No nosso caso, quem comprar na Black Friday agora, também já vai poder participar do sorteio que vamos fazer para o Natal [um SUV Hyunday Creta Atittude]”, explicou Diogo Pipas gerente de marketing do DF Plaza. A cada R$ 300 em compras, os clientes recebem um cupom para concorrer ao carro zero quilômetro.

No shopping, também será disponibilizada a retirada dos produtos por meio do sistema drive-thru. “Nossa prioridade é atender às demandas dos clientes, dando a eles alternativas para que possam fazer suas compras com segurança e conforto”, explicou ainda o gerente de marketing do centro de compras.

Horários alterados

No Conjunto Nacional, além datas com promoções do período, os horários de atendimento também foram ampliados. Na sexta-feira e no sábado, o centro comercial funcionará entre 9h e 23h, e das 14h às 20h no domingo. De acordo com Diego Marcondes, chefe de Marketing da Ancar Ivanhoe, que gerencia o shopping, a venda on-line foi o diferencial do ano, que se reflete também nesta Black Friday.

“Esse ano, os consumidores tiveram ainda mais contato com a venda online e isso mudou a realidade do consumo no país. Nesta Black Friday, vamos utilizar o aplicativo, um dos principais canais do shopping, para tornar a experiência do consumidor ainda mais atrativa, cômoda e segura”, explicou. A critério do cliente está também a forma que irá receber o produto, podendo escolher entre drive-thru, pontos de coleta, delivery ou retirada na loja física.

Dentro do shopping, a orientação a ser adotada pelas lojas será de reforçar as equipes de cada estabelecimento, a fim de orientar clientes e monitorar o fluxo dentro dos empreendimentos, a fim de garantir que os protocolos de segurança de distanciamento e uso de máscaras seja cumprido.

Saiba Mais

Verifique a procedência do site e o CNPJ da empresa onde se compra, evitando também acessar sites de links recebidos por SMS, whatsapp ou email. Acesse o site diretamente para não correr o risco de ser direcionado para uma página falsa;

Verifique se o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa está funcionando

Confira se há reclamações contra a empresa na internet em portais como o Reclame Aqui e nos órgãos de defesa do consumidor;

Observe se a oferta realizada não tem um preço muito abaixo do preço de mercado;

Guarde prints da compra e outras informações da operação no processo de encomenda do produto para serem usados como prova caso tenha problemas com a compra;

Não deixe a senha nem os dados do cartão gravados no site para compra posterior. Isso facilita a ação de criminosos.

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