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Brasília

Universidade de Brasília muda critérios de avaliação de candidatos para cotas

Arquivo Geral

02/10/2007 0h00

A Universidade de Brasília (UnB), more about pioneira na adoção de cotas para negros, decidiu mudar os critérios de avaliação dos candidatos para o sistema.

Em vez de fotografias, que eram avaliadas pela universidade antes do vestibular para decidir se o aluno poderia ou não concorrer a uma das vagas reservadas a negros e pardos, os candidatos agora serão entrevistados pessoalmente, durante o processo de seleção.

Além disso, não haverá uma segunda chance: quem não for aprovado para entrar no sistema de cotas terá que esperar o vestibular seguinte.

O reitor da UnB, Timothy Mulholand, explica que as mudanças pretendem dar mais seriedade ao processo.

“Antes havia pessoas que se inscreviam como se fosse algum tipo de loteria, “se colar, colou”, e não é isso. O sistema de cotas é uma proposta séria, voltada para um segmento da população brasileira. As pessoas que tratam como brincadeira têm que desistir disso, têm que escolher conscientemente o sistema que querem concorrer e assumir as consequências disso”.

Segundo ele, o sistema de entrevista só não foi adotado antes pela impossibilidade de falar com os cerca de três mil alunos que concorriam a uma das vagas reservadas.

Agora, a entrevista será feita no meio do processo seletivo. Após a divulgação do resultado das provas objetivas, serão convocados para a entrevista pessoal um número de candidatos duas vezes maior que o número de vagas. “Assim, quando tivermos o resultado final do vestibular, já teremos entrevistado todos os aprovados”.

O reitor considera que o sistema de cotas por critérios raciais é uma forma de se fazer justiça social no Brasil. De acordo com ele, em 2003 havia apenas 2% de alunos negros e pardos na UnB, enquanto o percentual desses cidadãos em Brasília gira em torno de 40%.

Hoje são cerca de dois mil estudantes na UnB que ingressaram pelo sistema de cotas. “A cara da universidade literalmente mudou. Se você circular aqui hoje, vai notar que se parece muito mais com Brasília e com o Brasil do que anos atrás”.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o sistema de cotas universitárias é aplicado atualmente por 35 instituições de ensino superior: 16 federais e 19 estaduais.

As universidades adotam basicamente dois critérios para o sistema de reserva de vagas: o étnico-racial e o social. As cotas étnico-raciais são destinadas à população negra ou indígena e adotadas por 10 universidades. Seis reservam vagas apenas para alunos de escolas públicas e outras 19 têm cotas para negros, indígenas, estudantes de escolas públicas e pessoas com deficiência.

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