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Brasília

Uma doença silenciosa e sorrateira chamada diabetes

No DF cerca de 200 mil pessoas sofrem da enfermidade, a rede pública de Brasília oferece aos pacientes todo tipo de auxílio necessário ao controle da doença

Lindauro Gomes

11/11/2019 5h22

Fotos: Breno Esaki/Saúde-DF

Camilla Germano
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Fome frequente, sede constante, vontade de urinar diversas vezes ao dia, perda de peso, formigamento nos pés e mãos, fadiga, mudanças de humor, visão embaçada, náusea e vômito. Sintomas comuns de várias doenças mas que quando unidos podem ser sinais do diabetes.

A doença causa o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, a doença pode levar à morte. A próxima quinta-feira é o dia Nacional do Diabetes e é um data também de alerta para a doença.

O diabetes pode ser de vários tipos. A tipo 1, acontece, geralmente, em crianças e adolescentes e representa cerca de 5 a 10% do total de pessoas portadoras da doença. Esse tipo também é conhecido como doença autoimune porque, em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta (células do pâncreas). Assim, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo e a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia.

O tipo 2 está relacionado ao uso inadequado pelo organismo da insulina produzida ou pouca produção dela para controlar a taxa de glicemia do organismo. Ele acontece, normalmente, em adultos, mas crianças também podem apresentar a doença. Dependendo da gravidade, ele pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.

Há também a diabetes gestacional que ocorre temporariamente durante a gravidez. As taxas de açúcar no sangue ficam acima do normal, mas ainda abaixo do valor para ser classificada como diabetes tipo 2. Toda gestante deve fazer o exame de diabetes, regularmente, durante o pré-natal.

Mulheres com a doença têm maior risco de complicações durante a gravidez e o parto. Esse tipo de diabetes afeta entre 2 e 4% de todas as gestantes e implica risco aumentado do desenvolvimento posterior de diabetes para a mãe e o bebê.

O diagnóstico da doença é feito a partir de um exame de sangue e o acompanhamento do quadro é normalmente feito por endocrinologistas, no entanto, como muitos brasileiros têm a doença, médicos clínicos gerais também dão assistência às pessoas portadoras da doença.

Doença silenciosa

Foi através dos sintomas que o funcionário público, Alex Albert Carvalho, 50 anos, descobriu que tinha a doença. Ele explica que começou a perder peso e se sentir muito cansado regularmente. “Procurei um clínico geral e após exames de sangue, para a minha surpresa, ele me disse que eu tinha o diabetes tipo 2.” Alex recorda que apesar do pai ter a doença, ele não imaginava que aconteceria com ele “No meu caso, me explicaram que não tinha desenvolvido a doença pela genética e sim pelo sobrepeso”.

A rotina dele mudou muito após o diagnóstico. “Eu fiquei muito preocupado, perdia o sono pensando no que aconteceria comigo. Chegou em um ponto absurdo em que não queria dormir porque acreditava que se dormisse iria morrer”, relata. Ele se tranquilizou com o quadro após pesquisar na internet e observar que muitas pessoas tinham a doença e conseguiam viver bem, mas para ele falta divulgação dos malefícios da doença.

“As pessoas imaginam que a diabetes não é tão ruim, mas ela é e é uma doença calada, que você pode adquirir com descuidos”.

A endocrinologista Cristina Blankenbug, do Hospital Santa Luzia, da Rede D’Or, explica que o tipo 2 da doença está relacionado diretamente com a obesidade. O desafio é reduzir os índices de obesidade e assim reduzir os casos de diabetes. “O diabetes tipo 2, quando há um diagnóstico recente, tem chance de remissão. Nós usamos esse termo porque não é uma cura permanente e sim uma melhora no quadro que possibilite parar de tomar os remédios, mas a pessoa ainda está sujeita a voltar a ter os sintomas”, diz.

Saiba Mais 

De acordo com a Secretaria de Saúde (SES/DF), no Distrito Federal, a estimativa é que 200 mil pessoas tenham diabetes, desse valor, aproximadamente, 8 mil são portadoras do diabete tipo 1.

Em valores nacionais, mais de 13 milhões de pessoas vivem com a doença, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o que representa cerca de 6,9% da população do Brasil.

No DF, os pacientes têm acesso a todo tipo de auxílio necessário ao controle do diabetes, por meio da rede pública de saúde. Eles podem receber seringas para aplicação de insulina, lancetadores para controle de glicemias capilares, realizadas pela coleta de sangue na ponta do dedo.

Pela Secretaria é feita, ainda, a distribuição de medicações orais, insulinas especiais (os análogos de insulina) e, para casos específicos, o sistema de infusão contínua de insulina. Todo material necessário é distribuído gratuitamente pela SES, de acordo com a necessidade de cada paciente definida em protocolos clínicos.

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