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Brasília

Tucana lidera pesquisa para prefeitura de Valparaíso

Lêda Borges lidera com 41,5% das intenções de voto, seguida pela atual prefeito, Pábio Mossoró (MDB), com 27%.

Olavo David Neto

22/10/2020 7h14

Atualizada 27/10/2020 15h34

Em Valparaíso, município colado à margem sul do Distrito Federal, o dia 15 de novembro definirá os próximos quatro anos para os cerca de seus 160 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O pleito será especial para os eleitores: o “Val”, como é conhecido, será uma das três “cobaias” escolhidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para realizar votações on-line.

Para o empresário candango e candidato Amaury Santana (PTB), a gestão da cidade é altamente ligada ao centro político nacional. “Valparaíso faz fronteira direta com o DF, é um ponto estratégico de ligação entre o Entorno Sul e a capital”, aponta o petebista. “Nossa população precisa do Distrito Federal, até por questões de saúde”, explica. De acordo com a Codeplan, eram 25 mil os moradores de Valparaíso que buscavam o sistema de saúde do DF em 2019 -— oito mil apenas no Plano Piloto.

Esse é um dos alvos da campanha de Amaury à Prefeitura. “Temos um projeto para trabalhar com as instituições de ensino do DF para que os estudantes façam estágio, estágio obrigatório ou mesmo a residência aqui na cidade”, revela. “Assim, não faltariam mais profissionais de saúde, com a contrapartida de fornecer a experiência prática aos alunos”, explana Santana.

Para ele, os gargalos no desenvolvimento de Valparaíso são muitos, e históricos – na verdade, desde a criação do município, em 1979, emancipado da hoje vizinha Luziânia. “Há uma série de problemas desde a emancipação que nunca foram tratados. Problemas na infraestrutura, no escoamento de águas pluviais, na rede de esgoto, no asfalto, no transporte público”, elenca o candidato. O último tópico também é aposta de Silvano Pereira Neto, ou apenas professor Silvano (PT).

Conforme o atual vereador petista, as melhorias na mobilidade urbana da cidade, “que atualmente é caótica”, passa pela junção dos sistemas rodoviários coletivos aos do DF. “Nós pensamos nessa integração em uma parceria com o Governo do Distrito Federal pois muitos valparaisenses trabalham no DF e pagam muito caro com transporte. Com o Bilhete Único integrado, com apenas uma passagem os trabalhadores e trabalhadoras estão nos locais de trabalho”, discorre o discente. Outro ponto caro à candidatura é a participação popular nas finanças da Prefeitura. “Nós vamos abrir o orçamento para avaliação da sociedade, para que quem paga o imposto possa saber e decidir onde ele é aplicado”, garante o petista.

Assim como os concorrentes, Lêda Borges se fia na reestruturação na malha de mobilidade urbana em Valparaíso. Para ela, o entrave ao desenvolvimento valparaisense está nas vias. “Os maiores gargalos que enfrentamos decorrem do grande fluxo de veículos que trafegam pela BR-040, o que demanda uma articulação junto ao governo federal e a concessionária para as intervenções”, aponta a tucana, para quem outro problema existente é a “rede de águas pluviais”.

Borges acrescenta que há um tripé que guia sua trajetória. “Nosso trabalho sempre foi focado em desenvolvimento econômico, social e humano. Pautei nosso plano de governo nestes pilares promovem também emprego e renda”, esclarece a deputada estadual, que deixou o Legislativo goiano para concorrer ao segundo mandato à frente da Prefeitura de Valparaíso.

Coronavírus e eleição

A forma como Valparaíso passou e passa pela pandemia do novo coronavírus mexeu com os brios dos candidatos entrevistados pela reportagem. Amaury Santana garantiu que não houve o engajamento necessário. “O Poder Público na cidade não se atentou de forma correta à pandemia”, afirma o petebista. “A população ficou à mercê, abandonada, sem testagem e sem tratamento. O que nos salvou foi a proximidade com o DF”, crava o concorrente.

A candidatura petista também teceu críticas à atual administração, sobretudo na gestão da maior crise de saúde do século. “A Prefeitura não enfrentou o novo coronavírus, não valorizou a vida e ainda gerou uma onda de desemprego”, ataca Neto. “Além de não estarmos preparados, como muitas cidades, fomos considerados ‘o pior exemplo’ no Entorno.

Para Lêda Borges, houve “consequências graves de falta de planejamento” para enfrentar a covid-19. Segundo a candidata, Valparaíso se destaca negativamente. “Somos a pior cidade em testagem do estado de Goiás; segundo dados da SES, a cada 1.000 habitantes apenas 17 foram testados”, ataca Borges. “Somos a quinta cidade em casos no estado e a primeira da região [do Entorno]”, finaliza a tucana.

Pesquisa

O Instituto Podium divulgou ontem uma pesquisa realizada na cidade entre 16 e 17 de outubro com 492 pessoas. De acordo com o levantamento, registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) goiano, Lêda Borges lidera a corrida à Prefeitura com 41,5% das intenções de voto, seguida pela atual prefeito, Pábio Mossoró (MDB), com 27%. Professor Silvano (2,6%) completa o pódio, enquanto Amaury Santana não chegou a 1%.

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