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Brasília

Terminou o amor

Arquivo Geral

12/07/2007 0h00

Como num romance, até ontem o Comitê Organizador do Pan (Co-Rio) e a Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa) viviam o início de um namoro. Mesmo com os enormes atrasos das obras e estouro bilionário no orçamento, o Brasil só recebia elogios. Mas, no segundo dia de trabalho da Assembléia Geral da entidade, com representantes dos 42 países, em um hotel na Barra da Tijuca, os organizadores do Pan começaram a escutar as primeiras criticas públicas.

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No primeiro discurso do dia, o canadense Michael Chambers, integrante da Odepa, reclamou do sistema de transporte e de problemas na Vila Pan-Americana. “O transporte tem de melhorar.


Depois do dia 13, quando os Jogos começarem, não tem mais desculpas. Os motoristas não estão familiarizados com os caminhos e não conseguem falar outra língua. Só o português não basta para uma competição desse porte”, detonou, irritado também com apagões elétricos desde a chegada das delegações, no último dia 4.


A falta de energia significou banho frio, noites sem ar-condicionado e nada de acesso à internet. Outro problema é o sumiço de algumas chaves dos apartamentos. O condomínio tem 17 prédios e comportará 7.563 pessoas, entre atletas e oficiais. “São problemas que acontecem com uma Vila desse tamanho, mas que precisam ser solucionados o mais rápido possível”, cobrou Chambers.


Em vez de retrucar, o Co-Rio exaltou a organização. O secretário-geral exibiu as 29 instalações de competição usando no discurso expressões como “padrão olímpico” e “nível internacional”. Quanto a algumas reivindicações, Nuzman prometeu resolvê-los em menos de 24h. “Em Jogos como esse, sempre ocorrem problemas. Isso é normal, não assusta. Nosso compromisso com os senhores (Odepa) é resolver tudo o mais rápido possível. Estaremos atentos aos probleminhas para que não não virem problemões”.


Como justificativa para o que der errado, Nuzman usou a grandiosidade e os prazos que envolvem um Pan. Segundo ele, uma Olimpíada é organizada em sete anos e precisa estar pronta para receber 300 eventos esportivos. No caso do torneio continental, são apenas cinco anos de preparação e 332 provas.


Na conclusão da Assembléia, os integrantes da Odepa e do Co-Rio decidiram que a solução pode estar em reuniões diárias, pela manhã, com todos os chefes de missão das 42 nações. Além do Pan do Rio, foram discutidos, ontem, temas como a próxima edição do torneio continental, em Guadalajara, no México, os Jogos Olímpicos de Inverno, em Vancouver, no Canadá, e os Jogos Olímpicos de Pequim-2008.


Estrutura
O Comitê Olímpico Brasileiro não desistiu do sonho de receber uma edição dos Jogos Olímpicos, mesmo depois de perder para Londres a briga para hospedar os Jogos de 2012. “Tudo o que construímos tem nível olímpico. Seguimos todos os padrões exigidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Todas as instalações são climatizadas e a Vila é verdadeiramente olímpica”, gabou-se Nuzman.


A Assembléia de ontem contou com a presença do presidente do COI, o belga Jacques Rogge, evasivo nos elogios. “O Pan é o evento esportivo mais importante do continente. Além de garantir vaga olímpica, funciona como treino pré-olimpico. Acredito no êxito do Pan do Rio. Os organizadores realizaram um ótimo trabalho e produziram instalações em linhas excelentes”, comentou Rogge.

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