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Brasília

Terceira travesti envolvida em assassinato no Setor Hoteleiro se entrega à polícia

Arquivo Geral

22/03/2018 13h55

Breno Esaki/Jornal de Brasília

Raphaella Sconetto
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A terceira travesti envolvida no latrocínio de Carlos Augusto Lopes Salazar, 35 anos, encontrado morto dentro do carro na manhã de terça-feira (20), se entregou no final da tarde dessa quarta-feira (21) à 5ª Delegacia de Polícia. Bianca (Railan Marcos dos Santos), de 20 anos, confessou e ainda indicou o local em que escondeu a faca utilizada no crime.

De acordo com o delegado-chefe da 5ª DP Rogério Oliveira, Bianca se rendeu após ver reportagens sobre a prisão das duas amigas. “Ela ficou com peso na consciência. Disse que não ia adiantar ficar na rua se escondendo e fugindo, então se apresentou”, afirma.

A travesti confessou e confirmou a versão dada pela comparsa Cindy (Antônio Duarte): a briga havia começado após Carlos afirmar que queria fazer o pagamento depois do programa. A faca utilizada para atingir o homem foi uma faca de serra. “Ela confirma a história, inclusive indicou onde a faca estava. Ela escondeu próximo ao carro, em área pública”, alega o delegado. Cindy foi presa na tarde dessa quarta (21) e Ahsley, a terceira envolvida, foi presa pela manhã.

Crime

Segundo a investigação, era por volta das 5h30, quando Carlos chegou ao ponto de prostituição onde as três travestis estavam. Ele chamou Cindy, que entrou no carro para discutirem o programa. Em depoimento, Cindy disse que começou uma briga porque ele queria pagar depois, mas ela exigia pagamento antecipado. Ao perceberam a situação, as duas amigas foram até o carro e intimidaram o homem.

Assustado, Carlos teria pedido para que Cindy saísse do carro e cancelou o programa. Depois disso, a discussão ficou mais acalorada. Então, Bianca teria aberto a porta do carro e desferido os dois golpes na região do tórax da vítima. Ainda não se sabe se o objeto utilizado para cometer o crime foi uma faca ou estilete.

Elas então teriam roubado a carteira e o celular do homem e saído em disparada. Cem metros do local do crime, elas pararam, olharam o que tinha na carteira, e segundo Cindy, Bianca teria dito que ela realmente iria levar um calote, porque não havia dinheiro e que ficaria com o aparelho celular da vítima. A carteira foi largada logo em seguida. O delegado Rogério lembra que a Bianca teria o costume de extorquir os clientes após o programa. Só em 2017, ela teve duas passagens por furto e uma por tráfico. Antes, já tinha sido presa por desacato e tráfico.

“Elas se aproveitam porque acreditam que os clientes não vão à delegacia reclamar dos crimes, pois têm vergonha. A Polícia, porém, reafirma a importância da denúncia”, ressalta o delegado Rogério Oliveira.

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