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Brasília

Taboquinha pode virar nova área de proteção ambiental

Instituto Brasília Ambiental (Ibram) quer transformar os 2 mil hectares em Refúgio de Vida Silvestre

Redação Jornal de Brasília

25/09/2020 7h22

Fazenda Taboquinha foto : Vanessa Lippelt

Tatiana Py Dutra
[email protected]

Um pequeno paraíso verde, com 2 mil hectares, nascentes, 199 espécies arbóreas e 30 de fauna nativa pode virar área de proteção ambiental, no Setor Habitacional São Bartolomeu. O primeiro passo para a decisão é a participação da comunidade.

O Instituto Brasília Ambiental (Ibram) abriu Consulta Pública online para conhecer a percepção da comunidade a respeito da criação da Unidade de Conservação Refúgio de Vida Silvestre (RVS) do Taboquinha. O processo de participação, via questionário, vai até 15 de outubro neste endereço: http://bit.ly/consultaboquinha.

A iniciativa nasceu de um desejo dos moradores da região, localizada entre Jardim Botânico e Paranoá, de transformar a área verde em parque. Em 2015, moradores de cinco condomínios localizados no Setor Habitacional São Bartolomeu patrocinaram um estudo técnico feito por agrônomos, geógrafos, biólogos, cientista ambiental e arquitetos para avaliação de biodiversidade e possíveis ameaças a ela.

O estudo revelou ser necessária a preservação dos atributos naturais da área, considerada um corredor ecológico, diante do risco de a microbacia do Taboquinha já estar no limite máximo de ocupação sem comprometimento de nascentes.

“Qualquer novo avanço sobre áreas permeáveis implicaria em afetação do potencial das nascentes ali presentes”, dizia o relatório, mencionando que o adensamento populacional da região poderia colocar o santuário em risco.

Abaixo assinado

Os moradores, então encaminharam o estudo ao Ibram e à Secretaria do Meio Ambiente (Sema), junto com um abaixo-assinado com 3 mil assinaturas, propondo a criação do Parque Ecológico Nascentes do São Bartolomeu.

“A gente fez esse projeto, os cinco condomínios interligados, pensando na criação de um Parque para visitação pública. A gente tinha a proposta até de os condomínios aqui da região fazerem a manutenção do parque, por meio de uma associação exclusiva o ONG.

O Ibram fez adaptações na proposta”, conta Claudemir Ribeiro Pita, presidente da Associação dos Condomínios do SHSB.

A associação ainda nutre o desejo de ver a área verde transformada em parque e, por isso, enviará questionamentos ao Ibram durante a Consulta Pública.

“De qualquer maneira, para a gente é muito interessante o andamento da ideia. Alguns moradores tem o quintal voltado para essa área, que é a antiga fazenda Venturini. A gente observa os animais e também se preocupa com a preservação das nascentes que ficam ali” acrescenta.

Conforme o Ibram, a ideia de transformar a área verde em Refúgio da Vida Silvestre é mais adequada do que a criação de um parque, que seria mais amplo e demandaria desapropriações para constituir um corredor ecológico.

“A categoria Refúgio de Vida Silvestre está mais sintonizada com os objetivos da área, sem a necessidade de desapropriações, pois é majoritariamente não edificável, ou seja, não trará prejuízos aos proprietários, impondo novas restrições, além das que já existem”, informou a instituição, em nota.

Parque das Copaíbas recuperado

A Secretaria de Meio Ambiente (Sema), anunciou ontem que investirá R$ 2 milhões na recuperação de áreas degradadas do Parque das Copaíbas, no Lago Sul. Nos próximos meses, técnicos do Instituto Brasília Ambiental e do Instituto Terra farão ações para impedir o avanço das erosões e das formigas, além de trabalhar na correção do solo antes de fazer o plantio de mudas de espécies nativas.

A revegetação ocorrerá em quatro áreas onde foram identificados danos mais expressivos. A meta é reestabelecer a área ao longo do Córrego das Antas.

As melhorias são resultados da inclusão do Parque das Copaíbas no Projeto de Recuperação de Danos nas Áreas de Proteção Permanente da Orla do Lago Paranoá, do qual já faz parte a Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) do Bosque, na QL 10 do Lago Sul.

Em visita ao local, na quarta-feira (23), o titular da Sema, Sarney Filho, disse que o recurso para a recuperação do Copaíbas virá do Fundo Único do Meio Ambiente (Funam).

“Os valores são relativos a pagamentos de acórdãos judiciais, no âmbito de uma ação civil pública, por parte dos moradores responsáveis por ocupações irregulares”, disse.

Saiba Mais

O Parque está localizado entre a QI 26 e a QI 28 do Lago Sul, o Parque das Copaíbas ainda está em fase de implantação – marcada pela retirada de invasores em 2018. A área de 73 hectares faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA) do Lago Paranoá, e abriga oito nascentes, além do Córrego Manoel Francisco, também conhecido como Córrego das Antas.

A infraestrutura do local ainda é incipiente, mas permite a visitação de pedestres e ciclistas, que contam com 4,3 quilômetros de trilhas totalmente sinalizadas, em meio a vegetação característica do Cerrado.

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