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Brasília

Suspeito de matar ex no Sudoeste é transferido para a Papuda

Alan Fabiano Pinto de Jesus, de 45 anos, foi preso acusado do crime de feminicído de Luciana de Melo Ferreira, de 49 anos

Redação Jornal de Brasília

03/01/2020 13h11

Por Aline Rocha, Paula Beatriz e Vítor Mendonça

O vigilante acusado de assassinar a ex-namorada, Luciana de Melo Ferreira, 49 anos, em 21 de dezembro, foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP), no Complexo Penitenciário da Papuda. Alan Fabiano Pinto de Jesus, 45, recebeu alta do Hospital de Base do Distrito Federal. 

Ele foi liberado do hospital na última terça-feira (31), após dar entrada no centro de saúde em 23 de dezembro. Ele deu entrada após passar mal e foi preso dentro da unidade de saúde. 

Relembre o caso

Alan Fabiano Pinto de Jesus, de 45 anos, foi preso acusado do crime de feminicído de Luciana de Melo Ferreira, de 49 anos. Em vídeo o acusado, que está no hospital, diz não lembrar como foi parar no hospital e que não estava sabendo que está sendo acusado.

Com o vigilante deitado sobre uma maca, o PM pergunta: “Você conhece a Luciana?”. Como resposta, ouve apenas “hum?”, seguido de silêncio. O policial continua: “A Luciana, sua ex-namorada, foi morta com uma facada no peito. O senhor está sendo acusado de homicídio. Está sabendo disso?”. “Não estou sabendo de nada não”, diz Alan.

O vigilante é novamente questionado: “O que aconteceu com o senhor, que está aqui no hospital?”. “Eu estava no trabalho, no serviço, e do serviço eu vim pra cá”, responde. “Mas o que aconteceu? Por que o senhor está com o olho roxo? Alguém te bateu? Foi acidente de moto, de carro?”, continua o policial. “Não lembro”, finaliza o vigilante.

Esse foi o 34º caso de feminicídio do Distrito Federal. O algoz de Luciana de Melo Ferreira, 49 anos, foi identificado como Alan Fabiano Pinto de Jesus, de 45 anos. A mulher foi brutalmente assassinada no último sábado, dentro do próprio apartamento, no Sudoeste, pelo ex-companheiro que não aceitava o fim do relacionamento.

O vigia foi preso na Emergência do Hospital onde deu entrada com vários hematomas e suspeita de traumatismo, aguardando atendimento médico para assim que ser liberado, ser preso.

Foram cerca de 30 facadas em Luciana, que foi encontrada morta na última segunda-feira (23) pelo namorado da filha Débora, quando o casal entrava no apartamento.

Segundo o relato da filha de Luciana para a polícia, neste sábado, ela teria ido ao shopping com a mãe e depois seguido para a casa do namorado, retornando apenas hoje por volta de 16h. Ao chegar em casa, não conseguiu abrir a porta e precisou de um chaveiro. Encontrou a mãe caída na sala com uma poça de sangue ao lado.

O homem que tinha em seu nome uma medida protetiva para manter-se afastado da vítima e sem contato via internet há pelo menos dois meses teria conseguido na Justiça uma autorização para retirar a tornozeleira eletrônica que usava e, há cerca de 10 dias, tentava contato com Luciana novamente.

De acordo com a delegada Cláudia Alcântara, da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro Velho), a servidora do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria saído pela manhã no dia do crime e encontrado no carro o seguinte bilhete do assassino: “Te amo. Fale comigo no ‘zap’”. No último dia 17, Alan havia enviado um buquê de flores para a vítima.

“Nós examinamos as imagens das câmeras de segurança e percebemos que ele tinha ficado de tocaia perto do apartamento”, afirmou a investigadora Cláudia. “Depois que ela chegou do shopping, ele — que tinha a senha de acesso para entrar no prédio — subiu e ficou esperando lá em cima para atacá-la”, continuou.

Tentativa

Após aproximadamente 30 minutos, as câmeras de segurança do prédio mostram Alan segurando a bolsa de Luciana. Dentro do acessório estava o celular da vítima, que poderá conter maiores informações sobre o relacionamento que os dois mantinham.

Em outubro deste ano, o autor do crime foi incriminado por tentativa de feminicídio: ao dirigir um carro em que Luciana estava, Alan o atirou contra uma árvore — mas ela saltou do veículo antes da colisão. Desde então, após processos criminais, ele usava tornozeleira eletrônica.

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