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Brasília

Suspeito de matar e atear fogo em capoeirista no Guará nega crime

Arquivo Geral

05/03/2018 21h17

Kléber Lima

João Paulo Mariano
redacao@grupojbr.com

A semana em que se comemora o Dia da Mulher iniciou com um crime cruel em um terreno de esquina da QI 11 do Guará. Na tarde de domingo (4), Sandra Braga foi espancada e deixada para morrer pelo homem que era seu companheiro há mais ou menos dois anos. Antes de abandonar o local, Márcio do Nascimento Braga, 36, teria ateado fogo no corpo da mulher, que ainda estava viva, e, pelo resultado preliminar do IML, teria morrido depois disso. Cinco horas após o crime, ele foi preso em flagrante por ser a principal suspeita do feminicídio.

Ao Jornal de Brasília, o homem nega que tenha matado a mulher e diz que só ficou sabendo do crime quando a Polícia Civil o encontrou na região do Guará. Ao ser abordado pelos agentes, ele contou que voltava para casa, levando um pastel para a vítima. Porém, para o delegado-chefe da 4ª DP, Johnson Kenedy, não há dúvidas de sua culpa. Ao analisar o comportamento dele após o fato e o depoimento das testemunhas, o delegado afirma ter ficado claro que ele teria sido o responsável pelo crime.

Kenedy lembra que os moradores de rua que viviam juntos com eles disseram que ouviram eles brigando na tarde de ontem. Para completar, as pessoas que estavam no local após o crime disseram tê-lo visto com cão de estimação, transitando de um lado para o outro, aparentemente atordoado. “Isso caracteriza o comportamento do homicida que volta ao local do crime”, avalia o investigador.

Sandrinha, como era conhecida, ficou popular nos anos 90, quando ensinava gratuitamente capoeira em praças públicas do DF. Foto: Reprodução

O crime

O local onde tudo ocorreu é um terreno em uma área movimentada da região, próximo a bancos e lojas. Era por volta das 17h de domingo, quando Márcio e Sandra teriam entrado em discussão. Eles moravam em um terreno vazio, com apenas quatro contêineres de carga dentro. Mesmo cercado, moradores de rua utilizavam o espaço para se instalar.

As pessoas que moravam no contêiner vizinho do deles disseram que ouviram a discussão e, depois de um tempo, viram o fogo e chamaram o Corpo de Bombeiros. De início, a corporação atuou em combate apenas ao princípio de incêndio. Contudo, quando houve a extinção das chamas, o corpo de uma mulher foi encontrado. Assim, o caso passou a ser investigado pela Polícia Civil da região.

O delegado Johnson Kenedy explica que a identificação oficial do cadáver ainda está sendo feita junto ao IML, mas em conversa com testemunhas, familiares e amigos, a PCDF entendeu que se tratava de Sandra Braga. Uma das dificuldades de avaliar de quem é o corpo é que boa parte dele ficou carbonizada, inclusive mãos e rosto.

O acusado vai permanecer preso por feminicídio, com os agravantes de não ter dado chance de defesa para a vítima e por tentar destruir o cadáver. A pena para ele pode variar de 15 a 35 anos. O delegado lembra que Márcio é um antigo conhecido da Polícia Civil do Guará, por ter cometido diversos crimes na região. Ele tem passagens por Maria da Penha, inclusive por ter agredido a mãe, ameaça, injúria e dois furtos.

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