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Brasília

Sorriso é o centro da beleza facial em homens, diz pesquisa da UnB

Arquivo Geral

20/10/2018 13h52

Rodrigo Hilbert, apresentador e ex-modelo. Foto: Divulgação

Vanessa Vieira, da Agência UnB

A beleza está nos olhos de quem vê. Será que o ditado popular é mesmo confiável? Segundo pesquisa realizada na Universidade de Brasília, o que é belo pode ser atestado cientificamente. A conclusão, que não considera a influência que um vínculo afetivo pode ter na percepção da beleza, está no artigo O sorriso prevalece sobre outros componentes da estética facial masculina (em tradução livre), realizado em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG).

De acordo com o estudo, o sorriso é o componente de maior impacto em rostos masculinos sorridentes, contribuindo com 38% da beleza nestas faces. Em seguida, o que dá charme à face são os olhos, responsáveis por 14% desse escore de beleza. Já a região do queixo e o nariz contribuem com 9% e 2%, respectivamente.

“Esses quatro componentes conseguem explicar sozinhos 63% da beleza facial, configurando um bom modelo preditivo”, comenta o orientador do estudo e pesquisador colaborador no Programa de Pós-Graduação em Odontologia da UnB, Jorge Faber. De acordo com ele, o percentual restante pode ser explicado por variáveis que não foram analisadas, como cabelo, textura da pele e aspectos volumétricos do rosto.

Comunicação da face
Uma alteração significativa acontece nas faces sérias. Nelas, a maior contribuição para a beleza é dada pelos olhos, com 22%, seguidos pela boca, com 18% e por queixo e nariz com, respectivamente, 8% e 2%. Segundo a dentista Virna Patusco, coautora do estudo, boca e olhos exercem esse importante papel porque são os principais centros de comunicação da face. “Pelos olhos é possível perceber, por exemplo, se alguém está concentrado ou com raiva. Pela boca e sorriso são manifestadas emoções positivas, como alegria, amizade, simpatia e sociabilidade.”

Jorge Faber defende a importância da temática. “A beleza, às vezes, é associada a algo de pouco valor ou fútil. Entretanto, há evidência sólida de que ela está muito relacionada à qualidade de vida do indivíduo – o que, em última análise, é o pano de fundo deste trabalho.” O pesquisador destaca a inovação apresentada pela pesquisa. “Não encontramos na literatura trabalhos que mensuram a contribuição individual dos subcomponentes faciais para a beleza. Esse é o ganho do nosso estudo”, avalia. O artigo foi publicado na revista The Journal of the American Dental Association (JADA).

Segundo o pesquisador, o objetivo do estudo não é reforçar padrões de beleza, mas dar respaldo científico a profissionais de saúde. “É importante que os tratamentos estéticos e terapêuticos não estejam baseados na intuição ou bom senso do profissional, mas contem com tomadas de decisão embasadas cientificamente e pacientes sempre muito bem esclarecidos.”

Metodologia
A amostra da pesquisa reuniu 86 homens, de 19 a 30 anos. Foi pedido aos participantes que sorrissem enquanto suas faces eram fotografadas frontalmente. O uso do cefalostato (instrumento para manter a cabeça imóvel) e de uma esfera de calibração posicionada sobre a testa de cada indivíduo foi essencial para garantir a padronização das imagens.

Além disso, os registros foram ajustados por meio de programa eletrônico, cortados no mesmo tamanho e convertidos em escala de cinza, de modo que a cor da pele não apresentasse grande interferência na análise dos atributos. Além da foto completa da face, foram produzidas imagens com recortes padronizados dos subcomponentes faciais a serem analisados – como olhos, nariz, boca e queixo.

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