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Brasília

Slow Filme estreia em Brasília nessa quinta-feira

Festival traz obras inéditas no Brasil sobre temas ligados à alimentação. Entrada é franca

Luciana Barbo

29/07/2019 13h46

Atualizada 07/01/2020 1h14

Realizado por nove anos em Pirenópolis, o festival Slow Filme chega a Brasília entre os dias 1º e 4 de agosto. A exibição das 23 películas sobre alimentação, entre longas, médias e curtas-metragens, vai ocupar o Cine Brasília (106/107 Sul) e o Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul).

Os filmes têm diferentes nacionalidades e são ainda inéditos nas telas brasileiras. A programação reúne ainda palestras, debates e passeios para reconhecimento de plantas do cerrado. 

PROGRAMAÇÃO CINE BRASÍLIA

Carlo Petrini, fundador do movimento Slow Food

QUINTA-FEIRA, DIA 1º DE AGOSTO

17h30 – Apresentação do Slow Food Cerrado pelos facilitadores Thaíssa Aragão (líder do Convivium Slow Food Cerrado) e Jean Marconi (ativista, Slow Food – Região Centro-Oeste)

18h00 – Slow Food Story (74’)

20h00 – Sessão Especial de abertura com lançamento da série Alma D’Chef – do cineasta Ronaldo Duque. Homenagem ao cozinheiro Juan Pratginestós

20h30 – Histórias da Comida Cubana (82’)

SEXTA-FEIRA, DIA 02 DE AGOSTO

16h00 – Meridiano do Vinho (60’)

(Após a sessão, a sommelier Patrícia Amada estará no foyer do cinema, para conversar sobre vinhos georgianos. Também serão disponibilizados para a compra os rótulos Tbilisi Tinto 2017 e Saperavi Tinto 2016)

17h30 – Na Trilha de Gastón (75’)

19h00 – O Império do Ouro Vermelho (54’)

20h30 – Homenagem a Liana Sabo (responsável pela coluna Favas Contadas do Correio Braziliense)

20h45 – Senhor Maionese (95’)

SÁBADO, DIA 03 DE AGOSTO

11h00 – Dois tomates e dois destinos + Comer o quê? (75’)

15h00 – Jaén – Virgen & Extra (90’)

17h00 – Faça Homus, não faça Guerra (77’)

18h30 – I Villani (83’)

20h30 – O chef errante (85’)

DOMINGO, DIA 04 DE AGOSTO

10h30 – O Sabor do Desperdício (88’)

(Após a sessão, conversa com Paulo Mello, chef, permacultor, empresário e fundador do Instituto Ecozinha)

15h30 – Quando a Itália comia em preto e branco (20’) + O Retorno (12’)

16h30 – Retrato de um Jardim (93’)

18h30 – Lançamento do registro audiovisual, com a presença dos chefs, do projeto Cerrado no Prato – Expedição Kalungas – Vão das Almas/GO (3’) + História da Alimentação no Brasil (100’)

(Após a exibição, degustação da tradicional paçoca de gergelim, produzida pela comunidade)

21h00 – A Mentira Verde (97’)

SINOPSES

A MENTIRA VERDE (The Green Lie)

Áustria, 2018, 97min

Direção: Werner Boote

Carros elétricos ecologicamente corretos, produtos alimentícios produzidos de forma sustentável, processos de produção justos. Uau! Se tudo o que as corporações nos dizem é verdade, podemos salvar o mundo somente com nossas decisões de compra! Uma mentira popular e perigosa. Neste documentário, o diretor Werner Boote apresenta, junto com a ambientalista Kathrin Hartmann, as imagens de marketing sustentável (greenwashing) que grandes atores globais fizeram nos últimos anos com o intuito de recuperar a confiança da crescente multidão de clientes céticos. Eles discutem as conexões entre ecologia e economia e os erros de políticas que transferem a responsabilidade de uma gestão justa e sustentável de recursos para os consumidores.

Werner Boote é um premiado cineasta austríaco, detentor de alguns dos mais importantes títulos em festivais como Berlim e Dinamarca. É autor de filmes como ‘Planet Plastic’, de 2009, exibido em mais de 70 países. Boote também assina filmes produzidos

ALMA D’CHEF

Brasil, 2019, 24min

Dir. Ronaldo Duque

Com Juan Pratginestós

Primeiro episódio da série documental que vai explorar experiências de chefs que assumiram o comando de cozinhas tardiamente, após terem construído carreiras de sucesso em diferentes profissões. O primeiro dos 13 episódios do projeto é dedicado ao chef Juan Pratginestós, que antes de se dedicar à gastronomia, construiu uma consagrada trajetória como fotógrafo.

Ronaldo Duque é cineasta, realizador dos longas-metragens ‘Araguaya, Conspiração do Silêncio’ e ‘Amor & Brega’, e do média ‘O Togo e a triste história da escravidão’. Jornalista, produtor e diretor de cinema e televisão, já assinou dezenas de documentários, comerciais e programas de TV, atuou como editor da TV Globo, de publicações como a revista IstoÉ e outros grandes jornais.

CERRADO NO PRATO – EXPEDIÇÃO KALUNGAS – VÃO DAS ALMAS/GO

Brasil, 2019, 3min

Participação dos chefs Ana Paula Jacques, Almir da Fonseca, Matheus Zanella, Leandro Nunes e Simon Lau e dos anfitriões Fiota, Calisto, André (Coentro), Ademilson, Jacilene, Luan, Arla, Yuan Mayan e Maina

Fotografia: Rafael Facundo e Camila Sena

O projeto Cerrado no Prato, com curadoria da chef Ana Paula Jacques, é uma plataforma colaborativa e integrada que reúne pesquisadores e chefs de cozinha e tem como objetivo promover o uso sustentável da sociobiodiversidade do Cerrado na gastronomia e no turismo, como estratégia para valorização e conservação do segundo maior bioma brasileiro. Para ampliar o conhecimento sobre o Cerrado, o projeto se expandiu através das Expedições, que buscam ampliar as conexões com as comunidades tradicionais, agroextrativistas, agricultores familiares por meio de vivências, trocas e interações diretas. O vídeo registra a Expedição ao Vão das Almas, situado em Cavalcante, Goiás.

Ana Paula Jacques é Doutoranda em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UnB), Mestra em Turismo pela UnB e pesquisadora em gastronomia, patrimônio cultural, turismo e sustentabilidade. Atua como professora efetiva de gastronomia no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB).

COMER O QUÊ?

Brasil, 2015, 60min, documentário

Dir. Leonardo Brant, com a colaboração de Caio Amon, Graziela Mantoanelli

Roteiro: Caio Amon, Graziela Mantoanelli e Leonardo Brant

Pesquisa: Graziela Mantoanelli

A comida define nossa identidade? Quais os benefícios dos alimentos orgânicos? Será que nossos hábitos alimentares influenciam a distribuição de renda ou as condições ambientais do nosso planeta? Essas e outras perguntas são exploradas em ‘Comer o quê?’. Personagens como Alex Atala, Bela Gil, Helena Rizzo, Josimar Melo, Neka Menna Barreto, Marcos Palmeira, Márcio Atalla, Roberto Smeraldi, Fabiolla Duarte, Cláudia Visoni e outros convidam o espectador para um mergulho na gastronomia e nos hábitos alimentares dos brasileiros. Agronegócio, nutrição, economia, gastronomia, saúde também estão no cardápio do filme.

Leonardo Botelho Brant é documentarista, pesquisador, empreendedor, autor de livros como ‘Mercado Cultural’ (2001) e ‘O Poder da Cultura’ (2009). Criou e coordenou o Projeto Asa e o site Arte-Cidadania, programa premiado que atendeu mais de cinco mil crianças de baixa renda no Brasil. Criador da Deusdará Filmes, com a qual produz e dirige documentários. Em 2018, idealizou a plataforma DocMakers, coletivo que visa construir um novo mercado para o documentário brasileiro.

DOIS TOMATES E DOIS DESTINOS (Dos tomates y dos destinos)

Espanha, 2012, 9min

Uma produção da VSF – Veterinários sin Fronteras

Ideia original de Aníbal Gómez

Com Joaquín Reyes e Carlos Areces

Dois tomates, o transgênico K-44 e o orgânico Maurício, se conheceram através de um chat da internet e marcam encontro em um bar. A princípio, K-44 parece mais atraente, mas Maurício tem uma coisa que deixará K-44 louco. No entanto, Maurício sabe muito bem o que quer e o que não quer.

VSF – Veterinários sin Fronteras é uma ONG de atuação internacional, que visa oferecer mais qualidade de vida a populações menos favorecidas. Atua em várias frentes, dentre elas o cinema, realizando documentários e ficções.

FAÇA HOMUS, NÃO FAÇA GUERRA (Make Hummus Not War)

Austrália, 2012, 77min

Direção: Trevor Graham

Pode o amor pelo homus ser a receita para a paz no Oriente Médio? A partir desse questionamento, o diretor Trevor Graham (ele mesmo um apaixonado pelo homus) parte numa jornada por países que, apesar de viverem em guerra uns contra os outros, têm em comum a paixão pelo alimento preparado com grão-de-bico. O diretor passeia por bares e cozinhas de Beirute, Tel Aviv, Jerusalém e Nova York, encontrando colonos, ativistas políticos, fazendeiros, cozinheiros e sheiks para quem o amor pelo homus beira a obsessão. De forma bem-humorada, Trevor Graham apresenta a guerra sob uma perspectiva curiosa: quem detém a herança da receita original do homus?

Trevor Graham trabalhou como escritor, produtor e diretor de documentários na indústria australiana por quase 30 anos. Seus documentários foram exibidos e transmitidos nacionalmente e em todo o mundo. Graham fez inúmeras coproduções e trabalhos comissionados para o Canal 4 e para a BBC (Grã-Bretanha), WGBH (América), ARTE (França / Alemanha), AVRO (Holanda), SBS e ABC TV (Austrália).

HISTÓRIAS DA COMIDA CUBANA (Cuban Food Stories)

EUA, 2018, 82min

Direção e produção: Asori Soto

Depois de viver dez anos como expatriado nos Estados Unidos, Asori Soto decide retornar à sua terra natal, Cuba, para procurar os sabores que faltam em sua infância. Cuban Food Stories é um filme sobre comida, sociedade e cultura na ilha de Cuba. Uma aventura pessoal por toda a ilha para descobrir os mais autênticos sabores e histórias por trás da culinária cubana. Um filme com acesso sem precedentes a regiões tão remotas que só se pode chegar de jangada, a cavalo ou nadando.

Nascido em Havana, Cuba, Asori Soto é diretor e produtor radicado em Nova York. Formado em História da Arte, é um dos fundadores do Movimento Cubano de Cinema Independente. 

I VILLANI

Itália, 2018, 83min

Direção: Daniele De Michele

I Villani é uma expressão que indica a simplicidade e autenticidade dos camponeses e trabalhadores humildes, que produzem seus alimentos segundo práticas tradicionais. O filme acompanha a rotina de quatro trabalhadores, do nascer ao por do sol, do início ao fim de sua jornada de trabalho. Da hora em que acordam até o momento em que vão dormir, seus ofícios, suas famílias, prazeres e tristezas são analisados enquanto eles explicam a sensação de viver e falam sobre pesca e agricultura. A maior questão que permeia suas preocupações é quanto tempo eles possuem até que sejam substituídos pela automação.

Segundo o New York Times, “um (e em alguns aspectos único) dos ativistas alimentares mais inventivos”, Daniele de Michele colabora com Geo e Geo (RAI3), La Effe, Fahreneith (Radio3). Faz curadoria para séries de televisão e publica livros sobre gastronomia e alimentação. Escreve regularmente para Repubblica, Corriere della Sera, Esquerda e colabora com Alias, Fooding.

JAÉN – VIRGEN & EXTRA

Espanha, 2018, 90min

Direção: José Luis Lopez-Linares

O azeite é o componente essencial da dieta mediterrânica. No início do século 21, uma revolução começou em Jaén, município espanhol da Andaluzia: la Picual, a mais emblemática das azeitonas locais, historicamente subvalorizada, poderia dar o melhor azeite de oliva extra virgem do mundo. Este documentário apresenta os desafios colocados por esta mudança através dos olhos das pessoas do olival de Jaén, dos chefs que viram nesta mudança uma revolução gastronômica, dos olivicultores e consumidores, e a beleza escondida de uma das províncias mais desconhecidas da Espanha.

Premiado diretor de fotografia e realizador espanhol, José Luis Lopez-Linares atuou como assistente de nomes como Carlos Saura e Fernando Trueba, antes de começar a produzir seus próprios filmes. Já assinou mais de 40 títulos, alguns premiados com o Goya, o mais importante prêmio do cinema espanhol. ‘Jaen – Virgen & Extra’ recebeu oito indicações ao Goya 2019, entre eles Melhor Filme, Diretor, Roteiro, Fotografia.

MERIDIANO DO VINHO (Ghvinis Nulovani Meridiani)
Geórgia, 2016, 60min
Direção: Nana Jorjadze

Na década de 1960, uma das maiores descobertas no mundo vínico foi o reconhecimento da Geórgia como o berço do vinho. No filme, um jovem que sonha em emigrar e que quer descobrir um lugar no mundo e na vida, começa a percorrer a rota do vinho. As descobertas durante sua aventura o levam de volta ao local de nascimento do vinho, seu próprio local de nascimento: a Geórgia. Um filme divertido e agradável, que explica o processo de produção de vinho no país (hoje e intercalado com incríveis imagens históricas de arquivo) e detalha a grande variedade de uvas e tipos de videiras encontradas nas várias regiões da Geórgia.

Nana Jorjadze é cineasta, roteirista e atriz georgiana, nascida em Tblisi. O filme foi o grande vencedor do Hollywood Documentary Film Festival, onde conquistou cinco prêmios, e detentor de vários prêmios internacionais como o de Prêmio de Melhor Filme no Festival de Cinema Enológico de Oenovideo, na França, e Melhor Filme Estrangeiro no festival espanhol MOST 2016.

NA TRILHA DE GASTÓN (Buscando a Gastón)

Peru, 2014, 75 min, Documentário

Direção: Patricia Perez

Há muitos grandes chefs no mundo, mas apenas um é considerado herói nacional. Este é Gastón Acurio, um dos chefs mais consagrados internacionalmente, que, através da gastronomia, recuperou a autoestima e até mesmo a identidade do povo peruano. O filme apresenta as histórias, os sonhos e as inspirações por trás desse homem que transcendeu a gastronomia em uma missão para mudar seu país por meio da comida. Na tela está o mundo da culinária peruana e todo o poder dos alimentos no Peru. Gastón ensina, por meio de sua atitude, a importância da convicção e o valor da vocação para realizar qualquer projeto com amor e com a consciência de que, para alcançar qualquer coisa, é necessária a colaboração de outras pessoas. Porque as pessoas que são apaixonadas o suficiente para acreditar que podem fazer a diferença são as que realmente o fazem.

Patricia Perez é cineasta, produtora e roteirista, realizadora também do curta documentário ‘Mistura – The Power of Fodd’, de 2011.

O CHEF ERRANTE (The Wandering Chef)

Coreia do Sul, 2018, 85min

Direção: Hye-Ryoung Park

JihoIm, conhecido como o “Chef Errante”, é um chef de renome mundial, conhecido por viajar de um extremo a outro da península coreana, buscando ingredientes exclusivos conhecidos por suas propriedades medicinais e preparando deliciosas refeições para os moradores locais. Para ele, a natureza está no centro de sua vida e de seu trabalho criativo. Um dia, ele conhece alguém muito especial na estrada que o leva ao desafio mais incrível da sua vida: conceber e cozinhar 108 pratos em 24 horas – significante das 108 agonias da vida no budismo – para homenagear sua mãe adotiva.

Por quase duas décadas, Hye-Ryoung fez mais de 40 documentários para as principais emissoras da Coréia do Sul. Mais conhecida como diretora de “The Wandering Chef” (2009), seus trabalhos incluem “Mother, I’m Fine” (2008) e “Remember, I Love You” (2006). Seu forte são documentários de interesse humano, com uma abordagem antropológica. É também produtora executiva de populares programas de entretenimento na Coréia e fundadora da produtora Hayanso Entertainment.

O IMPÉRIO DO OURO VERMELHO (L’empire de l’orrouge)

França, 2017, 54min

Diretor: Jean-Baptiste Mallet e Xavier Deleu

A fruta mais consumida do mundo tem uma história não contada. A industrialização do humilde tomate precedeu a economia globalizada que se seguiria. Agora é uma commodity como trigo, arroz ou gasolina. A capacidade do tomate de criar produtos fortemente identificáveis, como ketchup, molho de pizza, sopas, molhos, bebidas ou pratos congelados, é imbatível. Já em 1897, dez anos antes de Ford começar a produzir carros em massa, a Heinz convertia tomates em latas padronizadas de purê. Ela foi uma das primeiras empresas a entender o poder da marca. A Heinz baniu os sindicatos, impôs padrões uniformes de produção e estabeleceu laboratórios genéticos que asseguraram plantações de tomate idênticas em todo o mundo.

Jean-Baptiste Malet é jornalista e colabora para Monde Diplomatique. Já realizou diversos documentários, como ‘Em Amazonie’, de 2013.

Xavier Deleu é diretor, fotógrafo e roteirista, com ampla atuação na televisão, onde assina seriados e séries documentais. Recentemente, lançou ‘Cannabis: quand le deal est légal’, de 2019.

‘O Império do Ouro Vermelho’ recebeu o Prix Albert-Londres du Livre em 2018 , concedido às grandes reportagens em língua francesa.

O ROUNDUP FACE AOS SEUS JUÍZES

(Documentário/França/Suíça/Bélgica/96min/2017)

Direção: Marie-Monique Robin

Dez anos depois de O Mundo Segundo a Monsanto, Marie-Monique Robin realiza um devastador documentário-enquete sobre o produto fetiche da gigante multinacional de biotecnologia dos EUA. Baseando-se em pesquisas cientificas e nas observações efetuadas a partir de inúmeras viagens através do mundo, a diretora promove um implacável ato acusatório baseado em um perturbador e desconcertante dossiê de documentos e de depoimentos inéditos. O filme se posiciona contra as agressões ao meio ambiente, proporcionadas pelo uso do herbicida roundup, o mais vendido no mundo, cuja fórmula inclui o glifossato, molécula altamente tóxica. Seu uso provoca má formação nas crianças, cânceres, além de moléstias respiratórias e renais. No filme, cientistas e especialistas, evidenciam o escândalo sanitário em curso em países de todos os continentes incluindo o Brasil.

Marie-Monique Robin é uma premiada jornalista e documentarista francesa. Recebeu o prêmio Albert Londres em 1995, por “Voleurs d’yeux”, um trabalho sobre o roubo de órgãos. É autora do livro e documentário “Escadrons de lamort, l’école française” (Os Esquadrões da morte: A escola francesa), sobre as ligações entre os serviços secretos francês, argentino e chileno. A cineasta dedicou três anos de pesquisas para compor o roteiro de “O Mundo Segundo a Monsanto”, analisou 500 mil páginas de documentos e viajou à Grã-Bretanha, Estados Unidos, Índia, México, Brasil, Vietnã e Noruega.

O RETORNO (IL RITORNO)

Itália, 2011, 12 min, Documentário

Direção: Roberto Rabitti

Curta-metragem que descreve os princípios gastronômicos nos quais se baseia a culinária de Massimo Bottura, patrono chef da cozinha da Osteria Francescana, de Módena, Itália, restaurante que tem três estrelas no prestigiado Guia Michellin e está listado no top cinco dos melhores restaurantes do mundo. O chef é conhecido por buscar referências e inspiração para seus pratos na arte, na paisagem e na tradição.

Roberto Rabitti é videomaker, editor, produtor, compositor e musicista. Assinou diversos trabalhos para publicidade e conquistou prêmios por suas obras individuais. Concebeu e dirigiu festivais como VIDEOR, o primeiro festival italiano em transmissão ao vivo.

O SABOR DO DESPERDÍCIO (Taste the waste)

Alemanha, 2011, Cor, 88 min, Documentário

Direção: Valentin Thurn

Porque jogamos nossa comida no lixo? Domicílios alemães estão jogando fora alimentos no valor de 20 bilhões de euros por ano, o mesmo valor do faturamento anual do grupo Aldi, uma das maiores empresas do ramo de supermercado da Alemanha. A comida desperdiçada na Europa daria para alimentar duas vezes todas as pessoas que estão passando fome no mundo. Taste the Waste mostra que está começando uma mudança de pensamento mundial e que já existem pessoas que contrariam esse absurdo com muito engajamento e ideias valiosas.

Premiado diretor e roteirista alemão, Valentin Thurn é cofundador da International Federation of Environmental Journalists. Escreve e dirige documentários – vários deles premiados –, transmitidos por diferentes emissoras alemãs. Em 2013, fundou um site de compartilhamento de alimentos.

‘O Sabor do Desperdício’ foi escolhido Melhor Filme do Atlantis Environment and Nature Film Festival 2011, na Alemanha, Melhor Documentário no Festival Internacional de Cinema EKOFILM, da República Tcheca, e Prêmio de Mídia Ambiental da Organização Alemã do Meio Ambiente.

QUANDO A ITÁLIA COMIA EM BRANCO E PRETO (Quando L’italia mangiava in bianco e nero)

Itália, 2015, 20min, documentário

Direção: Andrea Gropplero di Troppenburg

Uma viagem divertida sobre as receitas tradicionais e regionais da cozinha italiana, através de imagens em branco e preto, recuperada do Archivio Cinetografico do Instituto Luce Cinecittá, de Roma, Itália. Um delicioso percurso por alimentos, cozinhas, depoimentos e casos divertidos de personalidades da indústria do entretenimento e da cultura.

Andrea Gropplero di Troppenburg é diretor, roteirista e produtor italiano, que fez sua estreia com ‘Quando a Itália comia em branco e preto’. Depois, lançou ‘Comunismo Futuro’, 2017, e ‘El Colore della Fatica’, 2018.

RETRATO DE UM JARDIM (Portrait of a Garden)

Holanda, 98min, documentário

Dir. Rosie Stapel

Em uma histórica horta de uma propriedade holandesa, um mestre podador de 85 anos e um jardineiro cuidam dos arranjos de galhos em um muro. Enquanto trabalham, conversam sobre comida, o clima e uma infinidade de outros assuntos do mundo. Durante todo esse tempo, compartilham seus conhecimentos sobre horticultura. Rodeados por plantas, árvores cítricas, um laranjal histórico, pomares e uma exuberante vinha, dividem sua paixão e seus conhecimentos sobre quais seriam os ingredientes básicos para o sucesso de uma grande horta. Eles cuidam por mais de quinze anos de um caramanchão de pera e se perguntam se ele vai “fechar” e ficar belo como de costume. O jardineiro jovem escuta, absorto, esse velho mestre que se preocupa com a possível perda de um conhecimento secular.

Rosie Stapel é diretora, diretora de arte e principalmente designer de produção, função que exerceu em vários filmes de Peter Greenaway. Ensina Design de Produção na Universidade de Arte de Utrech. Em ‘Retrato de um Jardim’ assina a direção, fotografia, edição e produção.

SENHOR MAIONESE (Monsieur Mayonnaise)

Austrália, 2016, 95min

Direção: Trevor Graham

Uma aventura épica estrelada por artistas, heróis, nazistas, quadrinhos etc. Inspirado na história de família do próprio realizador Philippe Mora, autor de mais de 40 filmes. Sua mãe, Mirka, era artista visual nascida na França de origem judia; seu pai, Georges, era judeu alemão, membro da Resistência Francesa. Junto com o mímico Marcel Marceau, os dois enfrentaram o III Reich, usando um recurso bastante criativo: eles passavam papéis da resistência e passaportes dentro de baguetes cheias de maionese garlic. Com suas luvas brancas, os soldados alemães se negavam a abrir o pão. Assim, salvaram a vida de milhares de judeus.

Trevor Graham trabalhou como escritor, produtor e diretor de documentários na indústria australiana por quase 30 anos. Seus documentários foram exibidos e transmitidos nacionalmente e em todo o mundo.

SESSÃO ESPECIAL: SÉRIE HISTÓRIA DA ALIMENTAÇÃO NO BRASIL

Brasil, 2017, 112min

Realização da Heco Produções

Direção: Eugenio Puppo

Série que tem como fio condutor o livro homônimo do maior folclorista brasileiro, o grande pesquisador Luis da Câmara Cascudo. Entre 1943 e 1962, Cascudo viajou pelo Brasil, entrevistando ex-escravos, especialistas, donas de casa, pessoas nas feiras, estudou a cultura indígena, foi à África e estudou extensa bibliografia. O resultado foi o livro A História da Alimentação no Brasil, o maior registro histórico e sociológico já produzido sobre a culinária brasileira. O cineasta Eugenio Puppo seguiu os passos do mestre e concebeu uma série de 13 capítulos, com 30 minutos cada um. SLOW FILME exibirá quatro episódios.

Eugenio Puppo é diretor, produtor, ator, roteirista, pesquisador, curador, editor de livros. Em 1994, fundou a Heco Produções. Em 2014, ganhou o Candango de Melhor Filme pelo Júri Popular do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, com o documentário ‘Sem Pena’.

1. EMENTA PORTUGUESA

Nono episódio da série apresenta a relação entre as culinárias brasileira e portuguesa, uma história de trocas e adaptações. Os primeiros colonizadores europeus trouxeram mantimentos de sua terra natal, mas também se depararam com a necessidade de adequar seus hábitos à oferta local de alimento. Ao longo do tempo, criou-se uma “cultura transatlântica” da comida, na qual os dois lados promoviam o intercâmbio alimentar. No filme estão os pilares dessa rica culinária – a carne de porco, os frutos do mar, o pão, as hortaliças –, a preparação de um prato clássico, as tripas à moda do Porto, e uma releitura do cozido à portuguesa nas mãos de um chef-estrela de Lisboa.

Locais visitados: Alvito, Porto, Mirandela e Lisboa, em Portugal; Rio de Janeiro e Belo Horizonte, no Brasil.

2. A RAINHA DO BRASIL

Nativa do Brasil e ingrediente básico da culinária indígena, a mandioca foi descrita pelos cronistas portugueses já nos primeiros registros sobre a flora brasileira. Muito consumida em todas as partes do país até os dias de hoje, é um dos produtos-chave para entender a alimentação do brasileiro. Não à toa, a mandioca recebeu de Câmara Cascudo o título de realeza. O primeiro episódio da série vai até o Pará para acompanhar a fabricação artesanal da farinha de mandioca, mostrar a riqueza de adaptações e derivações da planta e revelar o resgate da tradição que cozinheiros brasileiros têm feito ao oferecer pratos com mandioca em seus restaurantes.

Locais visitados: Bragança e Belém/Pará, São Paulo, Recife, Natal, Pirenópolis/GO, Rio de Janeiro, Belém – Pará; Natal e São Miguel do Gostoso/RN e Alvito em Portugal.

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