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Brasília

Significado diferente do que é o Natal

Diferentemente do comemorado no cristianismo, a religião judaica festeja o Hanukkah ou Festival das Luzes

Lucas Neiva

25/12/2020 7h53

O mês de dezembro para o judaísmo possui um significado diferente do atribuído pelos cristãos. Enquanto no cristianismo se comemora o Natal, no judaísmo é comemorado o Hanukkah, ou Festival das Luzes. O festival é o tema do último episódio da série de reportagens do Jornal de Brasília sobre o significado do Natal para diferentes religiões.

Por divergências entre o calendário judaico e o calendário gregoriano, a data do Hanukkah pode variar a cada ano. No ano de 2020, os judeus o comemoraram entre os dias 10 e 18 de dezembro. De acordo com Mathias Bloch, estudioso do judaísmo e membro da Associação Cultural Israelita de Brasília, a data serve para promover a reflexão de dois milagres vivenciados pelos judeus há mais de 2 mil anos.

O primeiro milagre celebrado no Hanukkah diz respeito a uma vitória militar dos judeus em 165 antes de Cristo, período em que Israel era controlada pelos gregos. “Houve uma invasão, domínio e, aos poucos, a introdução de elementos gregos na vida judaica. E o próprio templo sagrado, que hoje não existe mais, foi aos poucos sendo helenizado, e isso gerou uma revolta. (…) A partir disso foi gerada uma guerra, em que um grupo pequeno de alguma forma venceu aquela guerra. Essa vitória improvável foi então o primeiro milagre celebrado no Hanukkah”, explica Mathias Bloch.

O segundo milagre teria ocorrido após a vitória judaica, com a reconquista do templo. “A gente considera que o templo foi profanado (…) e precisava ser purificado”, esclarece o estudioso. A purificação deveria ser feita mantendo um candelabro aceso dentro do templo, mas o óleo necessário para isso só era suficiente para um único dia, e seriam necessários oito para que mais óleo fosse fabricado. “Esse óleo que durava um dia durou oito. O segundo milagre é o da duração extendida do óleo dentro do templo.”

Mas o respeito prevalece

Ao contrário das demais religiões abraâmicas, a figura de Jesus Cristo não está presente na religiado do judaísmo.  “A gente não costuma falar disso. Essa visão de ser humano misturado com coisas divinas é um pouco complicado para a gente, é algo que não faz parte da nossa religião. A questão toda é que a noção de messias parte do judaísmo, mas na nossa visão, Jesus não chegou a cumprir os requisitos necessários”, explica.

Por outro lado, a data do Natal é vista com respeito pelos judeus. “A gente vê as coisas de uma forma diferente, mas respeita. Se é uma época em que todo mundo fica um pouco melhor, fica mais disposto a ser generoso, a ser feliz, então é bom para todo mundo e para a gente também. Não tem por que a gente ir contra, é simplesmente algo que não faz parte do nosso contexto”, declara Mathias Bloch, estudioso e membro da Associação Cultural Israelita de Brasília.

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