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Brasília

Setembro é lembrado como mês de combate ao suicídio

Ouvir pessoas em crise suicida ou que perderam alguém por suicídio pode ajudar mais que “dar conselhos”

Marcus Eduardo Pereira

01/09/2020 21h48

Rio de Janeiro – Ato na orla de Copacabana marca o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. O evento faz parte da campanha Setembro Amarelo, que pretende informar para prevenir e estimular as pessoas a buscarem ajuda psiquiátrica ( Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Dia 10 de setembro é o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. No entanto, o assunto é trabalhado ao longo de todo o ano pela Secretaria de Saúde, em atividades contínuas relacionadas à prevenção do suicídio.

“Todos os serviços de saúde devem acolher a pessoa com pensamentos suicidas. O acompanhamento pode ser feito nas unidades de saúde mental, e qual está indicada depende do grau de risco avaliado”, explica Fernanda Benquerer Costa, Referência Técnica Distrital (RTD) de Psiquiatria e coordenadora do Comitê Permanente de Prevenção do Suicídio.

A pessoa com pensamentos suicidas pode ser encaminhada a um ambulatório de saúde mental, a um Centro de Atenção Psicossocial ou aos serviços emergenciais, dependendo do caso e da avaliação profissional.

De acordo com Fernanda, ouvir sobre suicídio, principalmente das pessoas que vivenciam uma crise ou que perderam alguém por suicídio talvez seja mais importante e faça bem à quem sofreu com a situação.

“Talvez, aprender a escutá-las sem julgamentos ou críticas, sem dar conselhos, sem comparar a situações de outras pessoas, sem minimizar seu sofrimento, oferecendo uma presença empática, além de incentivar a busca de ajuda especializada. Isto talvez seja o melhor a ser feito. Oferecer ajuda real é mais importante do que apenas falar. Ouvir uma pessoa em crise suicida pode ser bastante difícil, mas para ela pode ser um diferencial”, avalia a RTD de Psiquiatria.

Prevenção

A prevenção é uma tarefa que cabe a todos os setores da sociedade, cada um com suas atribuições. Segundo Fernanda, é preciso investir no desenvolvimento de habilidades emocionais de crianças e adolescentes, promover saúde nas instituições, identificar precocemente pessoas em risco.

Além disso, oferecer acesso aos serviços de saúde mental especializados para tratamento multidisciplinar, disponibilizar atendimento de urgência e emergência, capacitar os profissionais de diversas áreas para atuar, notificar os casos de forma adequada e oferecer apoio aos enlutados por suicídio.

“É importante desmistificar e desestigmatizar o tratamento em saúde mental, tanto psicológico quanto psiquiátrico, que as pessoas ainda têm receio de buscar, mas que são bastante eficientes, especialmente quando realizados em conjunto”, esclarece.

Segundo a Nota Técnica com Orientações sobre o Planejamento de Atividades Relacionadas à Prevenção do Suicídio, o suicídio é um fenômeno complexo. Não existem explicações simplistas nem causas únicas, mas é passível de prevenção. Por isso, as ações de enfrentamento e combate ao suicídio devem ser planejadas por pessoas qualificadas na área.

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