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Brasília

Servidores da Saúde fazem manifestação contra remanejamento de profissionais

Arquivo Geral

17/11/2016 10h54

Hugo Barreto

Douver Barros
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Servidores da Saúde lotados no Centro de Saúde do Paranoá fizeram uma manifestação contra a Portaria 231/2016 do Governo de Brasília, que transfere parte da carga horária de pediatras, ginecologistas, clínicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem para outras unidades de saúde. O ato ocorreu por volta das 7h desta quinta-feira (17), em frente ao único posto da cidade, com a adesão de pelo menos cem pessoas, entre servidores e pacientes.

A manifestação foi convocada pelo Conselho de Saúde do Paranoá. Com um carro de som e faixas, eles pediam mais investimentos na área e afirmavam que a medida tomada pelo governo é um “retrocesso” e pautada pela falta de diálogo entre funcionários e usuários. “Somos contra a Portaria porque a retirada de profissionais do posto vai prejudicar, por semana, cerca de 800 pessoas, número contabilizado pela gerência”, diz o conselheiro Raimundo Paes.

De acordo com ele, além dos pacientes, os profissionais também terão a atuação comprometida, já que, diz o conselheiro, o atendimento prestado em postos de saúde é diferente do atendimento realizado em hospitais. “É como se pegasse um engenheiro eletricista e o colocasse para ser engenheiro civil”, compara.

Versão oficial

Segundo a Secretaria de Saúde, a Portaria 231 de 7 de outubro, foi publicada com o objetivo de desafogar os prontos-socorros. Com a determinação, os servidores deverão cumprir 30% da carga horária nas emergências dos hospitais. “Os profissionais que cumprem 40 horas, deverão fazer, no mínimo, 12 horas nas emergências. E aqueles que fazem 20 horas, pelo menos 6h”, explica a pasta.

A secretaria diz ainda que os profissionais devem atuar na própria região de saúde. No entanto, caso necessário, poderão cumprir a carga em outras unidades. Esse regime especial de trabalho irá vigorar por 180 dias, podendo ser prorrogado por igual período. Segundo a pasta, o atendimento não será interrompido em nenhuma unidade básica de saúde.

Atendimento

Gisele da Silva Fernandes é mãe de três filhos, sendo um recém-nascido. Ela chegou no posto às 4h com o bebê para a implantação de um DIU. A mulher entende a alta demanda do posto e critica a gestão de Rodrigo Rollemberg. “O governador só entrou para fazer cortes. Até o DF Sem Miséria está atrasado. Sou mãe solteira e estou passando por aperto”, diz. “Apesar da quantidade de pessoas em minha frente, sei que serei atendida”, diz ela, esperançosa.

O presidente do Conselho de Saúde do Paranoá, João Gomes Pereira diz que foram aprovadas resoluções com a categoria para que a Portaria não seja implantada na cidade. O caso será debatido em reunião entre os conselheiros e a superintendência de saúde às 9h desta sexta. “Foi uma decisão empurrada goela abaixo. Vamos lutar com unhas e dentes para impedir essa implantação”, esbraveja.

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