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Brasília

Sem cerimônias, casais do DF declaram sentimentos e rejeitam o rótulo de ‘cafona’

Arquivo Geral

12/06/2018 7h00

Breno Esaki/Jornal de Brasília

Jéssica Antunes
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Quando o amor transborda, qualquer coisa é motivo para fazer grandes declarações. Não tem data especial que limite a vontade de contar para o mundo que entre o casal há cumplicidade, cuidado e dedicação. Se para alguns é clichê e cafona, para eles expor carinho é confirmar que o coração bate forte e junto com alguém. Neste Dia dos Namorados, o JBr. reúne histórias de dois casais que não medem esforços para demonstrar paixão.

É como se os olhares de da estudante Iolanda Soares, 25, e do publicitário Rodrigo Amaral, 25, tivessem imã. Quando eles contam a história de amor, os rostos coram, os olhos marejam e as palavras bonitas se multiplicam. Os dois gostam de demonstrar romantismo e não ligam para o que os outros pensam disso. Tem café da manhã diário na cama, postagens carinhosas nas redes sociais e muita intensidade.
A narrativa desse casal começou no Carnaval de 2016. Ele trabalhava no trio elétrico do Babydoll de Nylon enquanto ela, que nem gosta da festa, estava lá embaixo no meio da multidão. “Naquele primeiro momento eu já sabia. Foi arrebatador”, diz o rapaz, que até tentou, mas não conseguiu sucesso na primeira investida. Os dois conversaram por meses até finalmente acontecer.

O cenário do pedido de namoro era perfeito. Novembro, chuva, show do Guns N’ Roses com a música que descrevia aquele momento tocando ao vivo. Rodrigo se ajoelhou no meio do público. Ela disse não. “Eu o pedi em namoro em janeiro. Em um ano, estávamos casando. A relação foi forte desde o início. Eu sou romântica, mas ele é incrível”, diz Iolanda.

Entre composições musicais de acrósticos com nomes dos filhos que ainda não existem, recados espalhados pela casa, surpresas ao longo do dia e cartas enviadas em viagens, o casal vive em estado permanente de lua de mel. Já casados, este é o segundo Dia dos Namorados que passam juntos, com a expectativa de a relação jamais mudar.

“Muita gente acha brega, mas a gente não liga. No fundo, quem pensa assim gostaria de ter algo parecido”, defende Rodrigo.

Para quem vale a pena, não se deve esperar

“Amanhã é tarde demais pra quem não tem a eternidade”. A professora Bárbara Ferraz, 25 anos, invoca a letra de Vanessa da Mata para explicar a satisfação em dizer que ama de todas as formas possíveis. “A gente demonstra quando a pessoa realmente merece, quando se sente bem em falar que ama em público e a pessoa desperta isso em você”, afirma.

A história de amor de quase dois anos com a técnica em radiologia Natália Bento, de 24 anos, é recheada de episódios que fariam qualquer não-romântico fugir. Já teve declaração em cima de um palco com mais de cinco mil pessoas assistindo, cantoria em barzinho, buquês de flores em público e até carro de mensagens no aniversário.

Hoje é dia de mais surpresa. Bárbara vai até Goiânia, onde tem um apartamento com Natália. “Vou fazer um caminho de flores no corredor, preparar um jantar a luz de velas na sacada. Eu a amo muito, sempre foi a minha melhor escolha. Agora quero casar – não só juntar os ‘panos de bunda’, mas de papel passado”, promete.

Demonstrar carinho em público nem sempre foi fácil. Quando assumiu a homossexualidade, aos 15 anos, Bárbara sofreu até mesmo dentro de casa. O pai, militar, não aceitava a situação. A mãe, quando começou a entender, tinha medo que a filha sofresse preconceito. E isso aconteceu.

“Fui espancada saindo da escola. O irmão de uma menina nos viu beijando e não gostou”, lembra. Atualmente, a mãe participa das surpresas. “Não quero que as pessoas me julguem por quem eu durmo. É feito para qualquer casal ficar se agarrando”, diz a mulher, que não deixa de andar de mãos dadas, abraçar ou fazer carinho.

Saiba Mais

Algumas vezes o amor é tão grande que não cabe em quatro paredes: todo mundo precisa saber. Casos de faixas ou outdoors com homenagens não são raros no DF.

“Conheci o amor só de te olhar, tava quase congelando, você veio pra esquentar. Conheci o amor, e ele me fez ver que eu voei tempo demais. Deixa eu pousar em você!”, diz um recado estampado às margens da Estrada Parque Taguatinga.

No Guará, um apaixonado instalou um painel na Avenida Contorno. “Eu quero acordar com você a cada manhã e dormir ao seu lado todas as noites. Prometo dizer ‘eu te amo’ todas as noites e provar isso todos os dias”.

Comércio

Na terceira melhor data para o comércio, estimativa é que o Dia dos Namorados cresça 12,51% se comparado ao ano passado. Quase metade dos consumidores brasilienses têm a intenção de comprar algum presente.

O preço médio do presente pretendido pelo consumidor é de R$ 267,81. As preferências devem ser cosméticos e perfumaria, calçados e acessórios, flores e cestas.

Para garantir a segurança dos amados, a Defesa Civil vistoriou 31 motéis para inspecionar itens como estrutura elétrica, extintores de incêndio e luzes de emergência, condição das cozinhas, acessibilidade, pisos, lavanderia, garagens e impermeabilização das banheiras.

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