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Brasília

Secretário não recua sobre corte no FAC

Presentes à sessão da Comissão de Educação, Saúde e Cultura reclamaram da falta de atenção de Adão Cândido

Marcus Eduardo Pereira

23/05/2019 6h47

Lucas Valença
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A avaliação de deputados sobre a sessão na Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), que debateu o cancelamento do edital do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e contou com a presença do secretário de Cultura, Adão Cândido, foi de que a reunião não teve a devida atenção do representante do governo. Na avaliação de alguns deputados presentes, Cândido manteve-se “intransigente”.

Mesmo que a simples presença do secretário tenha sido elogiado por alguns, já que não era obrigado a comparecer na comissão, representantes culturais e integrantes de movimentos da cidade, que também estiveram no local, criticaram a forma com que o secretário recebeu os questionamento e críticas ao corte de verbas. Sem muito disfarce, o político se comportava como se não prestasse atenção às reivindicações. Além de fechar os olhos em alguns momentos e olhar para o teto constantemente, o público reclamou de uma suposta “cara de deboche” do servidor.

Legalidade não preocupa

Quando teve a oportunidade de proferir sua fala, o secretário garantiu que o governo tem “clareza” na decisão de cancelar o edital. Ele também ressaltou que não tem preocupação sobre a legalidade do projeto, argumento colocado pelo distrital Leandro Grass (Rede). O parlamentar acusa o Buriti de tentar uma “triangulação dos recursos”, ou seja, o dinheiro destinado ao edital estaria indo para a reforma da sala Martins Pena, no Teatro Nacional. A medida é tida como ilegal, pois argumentam os opositores que recursos destinado ao fomento não podem ser utilizados com outra finalidade.

Ao se pronunciar, o deputado Agaciel Maia (PR), lamentou que a situação do FAC tenha chegado ao ponto de gerar uma mobilização dos setores culturais e de a CLDF convidar o membro do governo para esclarecer o cancelamento do edital. “Há a vontade do governo de se criar crises onde não precisaria criar”, disse.

O maestro Rênio Quintas, que compôs a mesa da sessão, argumentou que não adianta ter os prédios da cidade reformados e novos se não há apoio aos artistas da cidade. Ele também defendeu que a Lei Orgânica da Cultura seja respeitada. “Os senhores (deputados da CLDF) que nos ajudaram a construir essa lei nos ajudem a cumprí-la”, afirmou mostrando o livro de leis.

Abordado depois da sessão, o secretário da Cultura defendeu que a casa legislativa é o local da mediação política e que foi à CLDF explicar a decisão do governo. No entanto, reafirmou que não recuará da decisão.

“Não (irá recuar cancelamento do edital do Fundo de Apoio à Cultura), porque não há dinheiro novo. Alguém tem de pagar, disse.

Ao ser questionado se é intenção do governo revitalizar a sala Martins Pena, do Teatro Nacional, para celebração dos 60 anos de Brasília, e se isso seria uma forma de marketing, como questionam alguns distritais, Cândido se negou a responder. “Esse é o tipo de pergunta que não deveria fazer, porque você sabe que não vou responder”, declarou.
O público presente levantou cartazes em protesto à decisão do governo.

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